64 - La Mantra Mori

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Esse capítulo foi um pouco hard de escrever, foi um daqueles que eu fiquei tão empolgado que acabei apagando e reescrevendo de novo e de novo pra sair do jeito certo. By the way, este capítulo contém um pouco de terror então já sabem, a discrição é recomendada.

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O sol ainda estava no céu quando Alucarda decidiu sair, era final de tarde, os habitantes diurnos já começavam a se recolher para o início de uma noite de lazer, mas para ela as atividades estavam só começando. Ela ainda não se acostumou com essa rotina noturna, não se acostumou com muita coisa neste mundo estranho.

Tudo aqui era tão diferente, tão alienígena que a coisa mais normal em sua vida era esse "emprego secreto" de investigação paranormal envolvendo fantasmas, demônios, deuses malignos no corpo de adolescentes e outras esquisitices esotéricas.

E falando em investigação paranormal, hoje seria a vez de checar o tão temido monastério amaldiçoado, que por acaso foi o motivo de ter levantado "cedo" da cama.

A mulher seguia por uma trilha de terra cercada por arbustos, ervaçais e árvores grandes, de uma forma que o sol poente gerava uma penumbra aconchegante com a paisagem. Este era o clima perfeito para um passeio romântico no final de tarde, o entardecer era sempre tão bonito não importa de qual mundo de observe.

Infelizmente a única companhia andando ao seu lado era Neko, seu pequeno familiar em forma de gato preto.

— Deve ser muito bom ter um amor. — Ela encara Neko, que retribui virando a cabeça e saltando no meio do mato atrás de algum bicho pequeno. — Ah, como eu queria ser uma gata, poder só dormir e comer o dia todo e de noite viver uma vida boêmia.

Não custa nada sonhar, a realidade tende a ser frustrante para algumas pessoas, e solitária também.

Após mais alguns minutos de caminhada ela finalmente começou a enxergar o que parecia ser o indício de alguma construção no meio daquele matagal. De início foi só a ponta de uma torre, vista com dificuldade pelo espaço entre as árvores.

— Chegamos Neko, prepare-se!

Apressou os passos até chegar no limite de uma descida bastante íngreme, mais um pouco e teria rolado ladeira abaixo, mas o que realmente importa é que estava lá o tal lugar que procurava.

O sol já estava no limite do horizonte e o céu começava a ficar escuro, mas ainda havia brilho suficiente para realçar os detalhes da grande construção. Os ventos vespertinos sopravam entre as janelas e pelos espaços estreitos entre os telhados, ocasionando em um assobio.

Era um prédio grande construído à moda gótica, paredes de alvenaria, torres, pináculos e uma grande rosácea logo acima do portão de entrada, onde duas grandes gárgulas guardavam o caminho.

— Nossa, quem criou esse lugar realmente queria ele bem protegido, longe de invasores.

Seria uma construção bonita se não fosse assustadora, prédios sadios não te encaram da maneira odiosa como aquelas janelas pareciam encará-la. Não pôde deixar de observar que, mesmo estando abandonado há quase um século, o monastério parecia totalmente intocado. Não havia animais pelas redondezas, nem mesmo pássaros voando perto do local, as paredes de pedra estavam limpas e livres de musgos.

Era como se todas as formas de vida repudiassem a existência daquele local, seja lá o que encontrasse refúgio lá dentro, refugiava-se sozinho.

Antes de fazer qualquer coisa, Alucarda primeiro puxou seu livro das sombras, um utensílio obrigatório para todas as bruxas e que, neste momento, seria sua melhor defesa contra o que quer que estivesse no interior daquele prédio. Olhou uma última vez para garantir que Neko estava ao seu lado e então empurrou o portão.

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