106 - Lykania

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Esse capítulo ia sair meio  grande então resolvi dividi-lo em dois


— Flames! — E a luz da lareira se acendeu. — Certo pessoal, vamos fazer isso da mesma forma de antes, Lykania, prepare-se!

Lykania obedeceu Alucarda e achou uma postura confortável na cadeira de frente para Alucarda, preparando-se para o ritual de regressão a vidas passadas, aquele mesmo que Ângelo fez para descobrir a identidade de Abel.

Realizar o ritual novamente com Lykania foi uma sugestão dele após ligar o fato de que Lykania bebeu seu sangue, de que ela tinha uma centelha de magia dentro de si, e ao aviso deixado na cesta quando ela foi adotada.

Alucarda sentou-se em outra cadeira à frente dela e soltou as palavras.

— Feche os olhos e relaxe, concentre-se apenas na minha voz.

Lykania pôde ouvir alguns sussurros e murmúrios em línguas desconhecidas e aos poucos ela foi ficando ainda mais relaxada, até o ponto que sua consciência sentiu que não havia mais cadeira ou vozes para ouvir, era como se estivesse em um lugar vazio.

— Já pode abrir os olhos.

A garota finalmente pôde ver onde estava, e ficou confusa com o que viu.

— Este é o seu santuário interior? É bem diferente do que eu esperava. — Comentou Alucarda.

— E eu também. — Acrescentou Lykania. Que tipo de lugar é esse?

As duas se encontravam no meio do que parecia ser a entrada de um templo, uma grande câmara com pinturas e símbolos nas paredes, a entrada do lugar estava coberta por um breu sobrenatural.

— Acho que é aqui que encontramos o seu véu para o subconsciente.

Sem cerimônias, as duas entraram na câmara no templo.

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Um homem era levado à força por vários homens pela escadaria, ele se debatia e berrava palavras em outra língua, mas nada poderia salvá-lo. Este era o destino dos escravos e prisioneiros de guerra, servirem de sacrifício aos deuses.

Eles o levaram para dentro da câmara religiosa, havia um altar e uma estátua de bronze de uma deusa com a mão estendida, por onde transpassava algum tipo de líquido. Mas o que realmente lhe chamou a atenção e atiçou ainda mais o seu horror foi a mulher que se aproximou por detrás da estátua.

— Coloquem-no no altar.

Os subordinados fizeram como foi mandado e deitaram o homem no altar, com uma certa dificuldade já que ele não parava de se debater. Se não estivesse tão desesperado para sobreviver ele teria reparado que a mulher era idêntica à estátua de bronze no local. Vestia uma roupa que cobria parcialmente seus seios e seu tórax enquanto uma saia feita de matéria orgânica cobria sua cintura até os joelhos, sua pele era morena como o bronze da estátua.

Ela era a própria deusa viva no comando de seu próprio sacrifício. Ela passa a língua pelos seus dentes crescidos e afiados enquanto sua garra abre uma pequena perfuração no pescoço do homem, permitindo que um filete de sangue escorresse em sua pele morena.

O odor inebriante do líquido estremeceu o corpo da deusa, o cheiro era como o vinho da mais alta classe, parece que a safra deste ano estava mais saborosa. Sem perder tempo ela cravou seus dentes afiados no pescoço do homem sacrificado, sorvendo o líquido delicioso, isso enquanto seus homens o seguravam para que ele não tentasse escapar.

Ela bebeu um pouco, mas logo o soltou, seu sacrifício ainda não terminou. Ela passou suas garras pelo peito do homem até parar em uma posição específica, e cruelmente ela perfura o peito e arranca o coração ainda vivo do homem, fazendo sua boca borbulhar com o sangue inundado.

Creature FeatureWhere stories live. Discover now