34 - A Valsa dos Condenados

48 7 36
                                    

Tava meio difícil escolher a música desse capítulo, essa aqui é a que melhor representa a atmosfera dele.

******************

As folhas secas arrastavam-se pelas ruas, rodopiando em uma valsa tocada pelo vendaval, elas colidiram com uma porta de madeira, mas não desistiram. Elas tentavam entrar a qualquer custo no lugar cujo nome escrito acima da porta era "Veneno da Aranha Negra", tanto as folhas quanto o próprio vento pareciam fugir assustados daquele enigmático homem aproximando-se da rua.

Dentro da coquetelaria todos pareciam alheios ao que acontecia do lado de fora, nas mesas quase que completamente cheias os homens batiam seus copos cheios de licor antes de mandarem todo o álcool para a boca, rindo ao lado de algumas mulheres com olhares lascivos. Os que bebiam no balcão do bar pareciam bem mais calmos do que os outros, casualmente pedindo para o barman encher mais um copo com os mais variados tipos de bebidas.

Entre essas pessoas havia uma mulher que facilmente se destacava em todo o recinto, seu corpo pálido era guardado por um vestido vermelho sangue e cada movimento dela parecia milimetricamente calculado, desde seu jeito delicado de acariciar os cabelos loiros até maneira como bebia do cálice, era o tipo de pessoa que não parecia pertencer ao mesmo mundo sujo que todo o resto ali. Como uma delicada rosa vermelha que nasceu no meio das ervas daninhas.

Mas ela não parecia ter medo de seus arredores, ao invés disso ela apenas continuava a sorver a bebida vermelha colocada em seu cálice de vidro. Ela olhou para uma pequena placa pendurada um pouco acima da prateleira das bebidas, nela estavam entalhados os dizeres: "Nosso Bloody Mary é de matar, não acredita? Pergunta à Mary"!

A mulher lança seu olhar para o cálice e dá um forte gole, sentindo o gosto ardente de licor, pimenta e mais alguns ingredientes que ela não reconhecia.

— Realmente, é de matar. — Este foi seu veredito. — Nem acredito que fizeram um coquetel sobre mim.

A porta do local abriu de repente, carregando para dentro um vento frio de arrepiar. Todos encararam com temor a figura de pé que entrou no bar. O homem ajeitou um pouco seu chapéu de longas ambas antes de prosseguir sua caminhada até o balcão. Seus olhos eram ardentes como o fogo do próprio inferno e suas longas roupas escuras assemelhavam-se a um presente entregue pelo deus da morte. Com exceção da mulher de vermelho e do próprio barman não houve uma única alma lá dentro que não se sentiu incomodado com a presença deste homem, alguns até mesmo pararam a bebedeira e deixaram o local como cães assustados.

Ela não se incomodou nem um pouco com a chegada do novo forasteiro isso e, calmamente continuou a tomar seu Bloody Mary, mesmo quando todos ao redor saíram e o homem fez questão de sentar-se bem ao seu lado.

— Hey John, me vê o de sempre, um drink para mim e outro para minha nova amiga. — Ele disse, referindo-se à mulher ao seu lado.

— Obrigado senhor, mas como pode ver eu já tenho o meu coquetel, não sou uma mulher que bebe qualquer porcaria barata que me oferecem. — Ela o rejeita e volta a beber o Bloody Mary.

Ele assentiu parecendo não se importar e apenas pediu um drink para si mesmo. Enquanto sua bebida não chegava, ele falou algo para a mulher.

— Faz tempo que eu não vejo um rosto novo nessa área.

— Você decora o rosto de cada pessoa que vê? Isso é assustador e nada atraente em um homem. — Ela diz sem ao menos encará-lo.

— Pode até ser, mas gente como eu não pode se dar ao luxo de esquecer os tipos de pessoas que aparecem deste lado da cidade, não se eu quiser manter as coisas como estão.

Creature FeatureHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin