11 - A Morada da Fera

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Essa era uma daquelas noites responsáveis por nomear Risteria como "a cidade da névoa", todo o ar estava impregnado por um cinza funéreo com aroma de água pantanosa

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Essa era uma daquelas noites responsáveis por nomear Risteria como "a cidade da névoa", todo o ar estava impregnado por um cinza funéreo com aroma de água pantanosa. A nebulosa engolfava a mansão misteriosa, por vezes rastejando pelas paredes como o fogo de um incêndio, um fogo aquoso que ao invés de queimar a madeira a amaldiçoava com uma carícia fria e umbrosa.

Três figuras jovens estavam paradas no nevoeiro de frente para uma casa grande de dois andares, eles podiam ver, ainda que com as dificuldades impostas pela nebulosa, uma fraca luz amarelada escapando das janelas do andar térreo assim como silhuetas caminhando em um teatro de sombras. Um deles chegou o relógio de bolso, os ponteiros marcavam a meia noite em ponto.

—Não acredito que vocês dois me forçaram a vir a esse lugar. —Isaac estremeceu, a noite estava fria. —Ainda dá tempo de dar meia volta.

—Eu não tive trabalho pra descobrir onde ficava esse lugar para no final desistir, e boa sorte para encontrar o caminho de volta com uma névoa dessas cobrindo toda a visão. —Contrapôs Teófilo. —É só uma pequena festa cara, o que pode dar errado?

—Tirando o fato de que nós não sabemos quem está dando essa festa e nem o tipo de gente que vai aparecer? E como diabos você conseguiu esse bilhete?

—Já falei que um grupo de garotas deixou isso cair no outro final de semana, deixa de ser paranoico cara.

Isaac pegou o bilhete em mãos, "A Valsa do Predador" estava escrita bem acima de uma caveira sinistra. No verso do bilhete estava escrita a frase "20 cédulas a entrada".

—Não vou confiar em uma propaganda que tem uma caveira como símbolo.

—Se você quer passar o resto da noite enfiado naquele colégio então vá, mas eu vou entrar lá. —O terceiro garoto, chamado John, correu para a entrada.

—Eu também não vou voltar nesse nevoeiro.

Os dois correram para a mansão deixando Isaac para trás.

—Imbecis!

O jovem deu meia volta para ir embora, mas deu apenas dois passos antes de parar enraivecido consigo mesmo. Fugir desse tipo de situação era um maldito hábito adquirido após várias experiências sendo perseguido por valentões, um hábito que ele seguiu por toda a sua vida porque tinha medo. Mas hoje era diferente pois Isaac não era o mesmo fracote de antes, ele não queria viver com medo por toda sua vida.

—Ei caras... —Ele se virou e correu para a mansão. —Me esperem seus desgraçados!

Antes de entrar ele foi barrado por dois caras estranhos na porta, jovens assim como ele, a diferença era a postura ameaçadora.

—20 cédulas. —Disse um deles com uma voz pesada.

Ah, claro, tinha esquecido que a entrada não era grátis. O garoto entregou a eles a quantidade requerida de dinheiro e o deixaram passar.

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