76 - Respostas

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Já se passou uma semana desde o ocorrido no castelo, a cidade inteira estava de ponta a cabeça pois a névoa não afetou só o castelo, mas a cidade também. Os moradores estavam com medo, tiveram que lidar com um enxame de criaturas de outro mundo e agora ninguém estava com a cabeça no lugar.

As aulas também foram suspensas por um curto período de tempo, os alunos voltariam para suas casas enquanto o castelo reformava os danos causados pelas criaturas.

Nesse meio tempo em que as coisas voltavam ao normal que Ângelo e Lykania se encontravam na casa de Alucarda, o motivo era um só, respostas.

— Ele disse que me conhecia, quer dizer, conhecia Abel. — Explicou Ângelo. — Eu preciso de respostas, agora!

— Calma, vamos por uma coisa de cada vez! — Contrapôs Alucarda. — Tem outras coisas que eu preciso que vocês saibam.

— Tipo o quê?

Alucarda mostrou-lhes o papel contendo o símbolo que eles viram na morada da fera, quando o lugar todo se transformou em uma catedral. Havia muitas coisas que Alucarda não quis contar aos dois, não querendo envolvê-los ainda mais nessa loucura, mas depois do que aconteceu naquela escola não havia mais como protegê-los da verdade.

— Eu encontrei esse mesmo símbolo quando entrei no monastério, este símbolo é a chave para um santuário arcano.

— E o que seria um santuário arcano?

— Resumidamente, é uma dimensão separada, criada por um ou mais feiticeiros. É como a minha casa, quando vocês entram por aquela porta os dois atravessam para uma outra dimensão. Um santuário arcano segue o mesmo princípio, porém ele é maior e mais complexo do que esta casa.

— E por que Abel criaria uma coisa dessas?

— É só uma hipótese minha, mas talvez não tenha sido Abel quem o criou.

Os dois jovens ficaram confusos.

— Vejam, existem vários motivos para criar um santuário arcano, pode ser usado como um tipo de refúgio ou... — Alucarda pausa por um momento. — Para prender alguma coisa.

Alucarda continuou a explicar, de acordo com o que ela viu no monastério, aquela chave era considerada a "porta para o inferno", uma dimensão descrita como uma grande gólgota cheia de almas de mortos-vivos, provavelmente eram almas errantes que se perderam e acabaram caindo naquela dimensão e foram corrompidos pela influência de Falcifer.

Há duas hipóteses acerca da criação deste santuário, a primeira é que ele foi criado pelo próprio Abel para capturar entidades e formar seu exército, a outra é que criaram o santuário para prendê-lo lá dentro e de alguma forma ele conseguiu escapar, e agora o usa como um refúgio onde ele e os mais variados tipos de mortos-vivos residem.

— Então é um exército? Ele tem um exército de todo tipo de coisa morta, prontos para invadir esse mundo?!

Ângelo não sabia como reagir a esta descoberta, apenas sabia que era ruim, muito ruim. Percebendo o quanto ele estava inquieto Lykania agarra sua mão, era hora de mudar de assunto.

— E quanto àquele monstro que atacou a escola, o que era ele e qual a relação com Abel?

— Vamos começar pelo começo. — Alucarda se senta na poltrona, esta seria uma longa história.

De acordo com o que o diretor contou, existem treze espíritos que foram sepultados nas catacumbas da cidade pelas mãos do próprio Saint Germain, eles não foram sepultados lá por acaso. Desde o momento em que Alucarda marcou no mapa os espaços que representavam cada um dos espíritos ela notou um padrão. Aquilo era um selo, uma coisa criada para manter algo afastado para outro mundo.

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