67 - Asomateus

24 3 8
                                    

Jesus, ainda bem que eu me apressei pra postar o outro capítulo antes de fazer minha cirurgia, porque mano do céu, pensa numa semana merda que foi essa. Acho que eu peguei trauma de tomar anestesia.

**********************************

— Então, você quer dizer que eu vou ter que entrar aí?

Lykania sentiu-se bastante desconfortável ao olhar para a casa, apesar de Ângelo tê-la avisado que Alucarda morava isolada na rua treze. Ângelo a assegurou que não havia motivos para preocupação, que ele já entrou e saiu daquela casa mais de uma vez sem nenhum ferimento, além disso o garoto prometeu estar com ela o tempo todo.

"Nada vai acontecer, eu prometo"!

Lykania não conseguia depositar a mesma confiança que Ângelo tinha nessa mulher, algo sobre Alucarda não encaixava direito. Por que ela fugiria do próprio mundo natal? Existia algum motivo sombrio o suficiente para ela uma medida tão extrema?

A garota ficou tão absorvida nessas indagações que tomou pequeno susto quando Ângelo agarrou sua mão, pedindo mais uma vez para confiar nele antes dos dois finalmente passarem para o outro lado.

Talvez ela estivesse nervosa por ele, porque seria era ele quem faria o ritual acontecer em primeiro lugar, era ele quem deveria estar mais nervoso e não ela.

Lá dentro Alucarda os estava esperando em uma sala grande e sem móveis, contendo apenas alguns objetos cerimoniais e símbolos desenhados no assoalho.

— Vocês já chegaram...

A bruxa havia terminado os preparativos um pouco antes do esperado, rituais de evocação precisam ser feitos em horários específicos para darem certo e a hora de começar ainda não chegou, isso quer dizer que ela tinha um tempo a mais para descansar, ou ao menos tentar.

Isso tem ficado pior de uns dias pra cá, lembrar do seu mundo se tornou algo mais difícil de aguentar.

— Você tá bem?

— Eu... Estou, é só que foi uma semana corrida pra mim, estou um pouco cansada.

Alucarda preferiu evitar falar sobre os motivos de sua exaustão, apenas contou uma parte do que aconteceu no monastério, ou seja, apenas alertou sobre a congregação de mortos-vivos reunidos naquele local e o comportamento deles.

— Mortos-vivos? Tipo zumbis?

— É... Zumbis, aparições e todo o tipo de coisa morta que não deveria ter saído do túmulo. A boa notícia é que não é tão difícil se proteger dessas coisas, todos os mortos-vivos, sem exceção, são fracos a coisas sagradas. Tipo igrejas, água benta, símbolos religiosos e coisas do tipo.

— Então é só correr para uma igreja que ficamos seguros?

— Os monstros mais fortes não vão morrer só por pisarem qualquer tipo de solo sagrado, mas, em geral, todos eles evitam chegar perto de um local assim, este é o ponto fraco deles.

— Tá, mas por que tem mortos-vivos lá? Quer dizer, como que um lugar sagrado se encheu de criaturas que não podem ficar em locais sagrados?

— É porque foi aberta uma porta para que eles entrassem, alguém de lá de dentro os "convidou", e quando isso aconteceu o solo sagrado não foi mais o suficiente para mantê-los longe. A parte boa dessa notícia é que a maioria deles parece estar presa lá, desde que o ritual não foi completado em seus detalhes mais profundos, é por isso que ninguém na cidade viu um deles andando por aí. E também é por isso que ninguém que entrou no monastério voltou de lá, pelo menos não voltou vivo.

Foi uma resposta bem curta e sem mencionar o nome de Abel, mas foi o suficiente para manter os dois satisfeitos, além de prepará-los caso encontrem um dos mortos-vivos. De resto o trio apenas revisou os preparativos do ritual enquanto a hora não chegava.

Creature FeatureWhere stories live. Discover now