37 - Artes Marciais

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 — Caramba, os jovens de hoje em dia parecem não ter mais paciência para nada. — O professor comenta quando finalmente chega à sala. — Alguém quer me explicar o que aconteceu aqui?

O homem encarou seus dezesseis alunos e eles o encararam de volta, quatro deles haviam causado uma pequena confusão. Um garoto de cabelos brancos estava com um punho cerrado e alguns ferimentos pelo corpo enquanto outros três alunos não muito longe dele apresentavam lesões um pouco mais profundas.

Dominik primeiro olhou para Ângelo e depois para o professor, ela mal havia acabado de chegar então também estava por fora do que aconteceu.

Para a surpresa de si mesmo, Ângelo foi o primeiro a falar.

— Professor, desculpe-me por toda a cena que causamos, aconteceu que eu ouvi estes três dizendo algo a meu respeito e me responderam com violência quando os perguntei, tudo o que fiz foi me defender. — Ele diz em uma voz serena e bastante calma.

— O quê? MAS PROFESSOR... — Um dos três tentou se impor. — Não acredite no que ele diz, é tudo mentira!

— Você pode perguntar aos outros alunos se quiser atestar.

Os outros estudantes não falaram nada de início, até porque a maioria também não havia prestado atenção.

— O garoto de cabelo branco fala a verdade. — Um deles finalmente quebrou o silêncio. — Os três foram para cima primeiro.

— O quê? — Um deles tentou se defender, mas sua vontade não durou quando viu a braçadeira com o número cinco no estudante em questão.

Este garoto antes era o sexto do conselho, mas subiu para cinco depois que Isabel desapareceu.

Seu nome era Rokan, um garoto negro de altura média, cabelos crespos portador de um físico levemente musculoso. Fora isso Ângelo não sabia muito sobre ele e nem sobre sua personalidade, então não dava para fazer nenhum julgamento para saber se Rokan era ou não perigoso. Mas Ângelo lhe daria um crédito por falar a verdade.

O professor massageou as têmporas com os dedos antes de arfar, é claro que foi algo assim que aconteceu, por que ele ainda perdeu tempo temendo que fosse algo além de um desentendimento entre quatro estudantes. Ele se aproximou, no início pensaram que ele fosse lhes dar uma bronca, mas o professor apenas pareceu interessado em suas feridas.

Para a alegria do homem ninguém sofreu nada severo, mas o garoto de cabelos brancos que aparentava ser a vítima da situação estava bem menos ferido que os outros três, ele parecia mais com o agressor do que com a vítima. Fora essa aparência única e a forma fria de falar que lhe lembravam alguém.

— Parece que ninguém se feriu, então vamos dar continuidade.

— Espera, você não vai fazer nada?

— Não.

O professor calmamente ignorou os quatro e voltou para o que estava fazendo.

— Mas professor, você tem que nos ouvir, esse cara...

— Se foi só uma briga então não vejo nenhum problema, afinal todos aqui nesta sala vieram para isso não é mesmo? — Antes que alguém pudesse contestar, o professor imediatamente se apresentou. — Eu sou Tom Faraday, me chamem apenas de Faraday, sou o responsável pelas aulas de Caifein. Antes de começarmos alguém tem alguma pergunta?

Os estudantes encararam uns aos outros um pouco confusos, principalmente os três que esperavam alguma reação do professor ao vê-los machucados. Ângelo no entanto não se assustou com o rumo que as coisas tomaram, se existe uma coisa que ele aprendeu em um ano estudando naquele colégio é que os professores não se importam com as brigas dos alunos, ainda mais se este for um professor de artes marciais.

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