16 - Bloody Mary

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— Ângelo! — Isabel berrava pelos corredores, chamando desesperadamente pelo irmão.

Atrás dela um grupo de quatro jovens, dois garotos e duas garotas, seguia um pouco menos apressados, Isabel não os conhecera antes e eles também não faziam ideia de quem a garota era até os cinco encontraram-se perdidos no labirinto. Nenhum deles detinha conhecimento sobre o que aconteceu, Isabel apenas se lembra que houve um clarão e de repente Ângelo não estava mais lá.

— Tem certeza de que a gente devia continuar seguindo essa garota? Ela não faz ideia do que está fazendo. — Questionou Sasha.

— E você por acaso sabe pra onde ir? Todo mundo aqui tá no mesmo barco. — Contrapôs Leon.

— É, mas a diferença é que ela não está tentando sair daqui, não até encontrar esse tal Ângelo. — Respondeu Misha.

— Sejamos sinceros, Leon só está seguindo-a porque ela achou bonita. — Intrometeu-se Nicolaus.

— Vocês são uns idiotas!

O quarteto não parecia compartilhar da mesma apreensão de Isabel, os quatro estavam participando de uma festa em uma mansão abandonada quando de repente houve o clarão, quando a luz abaixou se viram cercados por caveiras e um complexo de corredores escuros. O grupo acabou encontrando Isabel por acaso enquanto ela procurava pelo irmão.

Eles não sabiam quanto tempo estavam andando pelos corredores, podiam muito bem estar só andando em círculos esse tempo todo, Isabel também não tinha qualquer sinal de Ângelo. Foram necessários mais um quatro ou cinco corredores para finalmente chegarem a um lugar diferente.

— Que lugar é esse?

A sala em que estavam agora possuía uma configuração peculiar, era uma câmara grande e de formato circular que conectava a entrada de quatro corredores, contando com aquele por onde chegaram. Havia uma claraboia no teto que derramava um fraco feixe de luz diretamente sob uma grande arca de mármore no centro do cômodo, provavelmente era o túmulo de alguém importante.

Mas o que realmente atiçou a curiosidade dos adolescentes era o conjunto de símbolos desenhados em uma sequência cíclica no chão ao redor.

— O que são esses símbolos? — Perguntou Sasha.

— Parecem glifos. — Respondeu Isabel.

— Que caralhos é um glifo?

— É como um alfabeto, é uma figura que expressa uma ideia.

— E você consegue entender o que esse monte de desenhos querem dizer?

— Não todos. — A garota apontou para um desenho no chão. — Este é o único que eu entendo, ele representa um dos signos do zodíaco, mais precisamente o signo do primogênito.

O desenho tinha o formato de um círculo ou uma roda com um sinal de "+" em seu interior, acima deste círculo havia dois arcos, um na frente do outro. O círculo simbolizava o mundo e os arcos as duas luas, o fato de um estar na frente da outra denota o eclipse ocorrido no solstício de inverno.

O primogênito era o décimo terceiro signo e o mais peculiar deles, é o signo dos que nascem sob a luz do eclipse das duas luas no solstício de inverno, curiosamente esse é o signo de Ângelo. Aqueles que nascem como primogênitos geralmente são dotados de muita sorte, fortuna ou algum talento incrível, acabam se tornando artistas bem sucedidos, lutadores excepcionais, gênios inventores ou algo do tipo. Estas pessoas normalmente mudam o mundo de alguma maneira, seja para melhor ou para pior.

— Signos? Isso não existe! — Resmungou Nicolaus. — Faz tanto sentido quanto aquela história do "um amigo de um amigo meu viu um humano fazendo círculo na plantação".

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