Impermanência (PT-BR) PARTE I

Capítulo 75

As palavras "boas intenções" e o olhar estranho no rosto de sua mãe quando ela as disse fizeram Zong Zi Heng ficar parado no meio do corredor sem apoio. Sua mente repetindo-as uma e outra vez. Havia uma semente afiada e fria que brotou em seu coração.

A investigação desse assassinato acabou evoluindo para um conflito prolongado.

A imperatriz, que havia perdido seu único filho, ficou histérica e não precisava mais nem do último véu de hipocrisia, insistindo que devia ter sido Shen Shi Yao ou Chu Ying Ruo quem envenenara Zong Zi Mo, e que elas eram as únicas que mais desejavam a morte de seu primeiro filho.

Tais acusações eram muito sensacionais e exageradas, mas a Imperatriz tinha o apoio da Seita Wuliang, enquanto a consorte Shen e a consorte Chu não tinham ninguém de quem depender, então Zong Ming He teve que ordenar uma investigação completa do harém. Um grande número de guardas entrou no Pavilhão Qinghui e no Pavilhão Bailu, virando-os por dentro e por fora, nem mesmo poupando suas roupas pessoais.

Olhando para sua mãe chorando de dor pela humilhação, Zong Zi Heng ficou com raiva e com o coração partido, lamentando ter realmente duvidado de sua mãe. Na verdade, se ele pensasse sobre isso com cuidado, deveria entender que um plano tão minucioso e uma ação meticulosa não poderiam ser executados por uma mulher que estava sempre no palácio profundo. Embora o nível de cultivo de sua mãe não fosse ruim entre as concubinas imperiais, ela não podia nem deixar o Palácio Wuji, então como ela poderia obter o veneno e assassinar um filho imperial sob forte defesa?

Zong Zi Xiao estava igualmente furioso e trêmulo, e estava prestes a ter um ataque quando Zong Zi Heng o puxou de lado.

"Solte-me." Zong Zi Xiao arrancou a mão de seu irmão mais velho com força e fúria, "Eles até querem tocar na cama da minha mãe! Como eles ousam?!"

"Este não é o momento de trazer problemas para si mesmo e deixar a Imperatriz ter algo contra você." A mão de Zong Zi Heng pressionou contra a parte de trás da cabeça de seu irmão, "Aguente."

"Também queremos descobrir quem machucou o Segundo Irmão, mas ela suspeita de nossas mães sem nenhuma evidência!" Zong Zi Xiao disse cruelmente.

"Eu sei." Zong Zi Heng disse naquela voz calma e calorosa no ouvido de seu irmão: "Aguente."

Os guardas passaram pelo Pavilhão Bailu e novamente não encontraram nada suspeito. Enquanto Chu Ying Ruo observava seu boudoir em desordem, ela soluçou em voz baixa. A aparência daquela beldade chorosa fez as pessoas terem pena dela.

"Mãe, não chore." Zong Zi Xiao, que já era um pouco mais de meia cabeça mais alto que sua própria mãe, colocou o braço em volta dela e a confortou suavemente.

Shen Shi Yao também foi para o lado de Chu Ying Ruo e disse com os olhos vermelhos: "Irmã, não fique triste. Se isso puder provar nossa inocência, nós a reconheceremos. A irmã ajudará você a limpar a bagunça."

Li Xiang Tong, no entanto, recusou-se a deixar o assunto de lado. Na verdade, todos sabiam que o que ela realmente queria investigar era Zong Zi Heng e Zong Zi Xiao, mas por causa de seu status, ela não podia se revoltar descaradamente, então ela propôs a seu próprio pai e irmão a interrogarem novamente todos que estavam no Palácio Wuji naquele dia.

Isso irritou Zong Ming He. Ele também queria descobrir quem envenenou seu filho, mas nunca deixaria o povo da seita Wuliang enlouquecer seu palácio. No final, com um acordo entre os dois lados, ele permitiu que Li Bu Yu se envolvesse na investigação.

E assim, durante todo o inverno, incluindo o Ano Novo, a cidade de Daming passou o tempo sob as nuvens escuras e sombrias envolventes.

Zong Zi Xiao sempre odiou Li Bu Yu, e Li Bu Yu, que estava triste e abatido com a morte de seu primo, não se preocupou em ser falsamente educado com Zong Zi Xiao. Mesmo quando ele olhou para ele, seus olhos pareciam ter um significado mais profundo.