4 - Gap Dong

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Olhei para o corpo sem vida da menina no chão, era uma adolescente da mesma idade que eu, ela estava nua e cheia de sangue, em seus plenos dezesseis anos diante de uma cena como essas, ou melhor dizendo, numa cena como essas.
Esse era o terceiro caso do Terror das Redondezas, eu sabia por que meu pai era policial e eu acompanhava com ele todos os assassinatos em série que ocorriam na cidade. Esse serial killer não era um sociopata, era um psicopata nato, ele sabia o que estava fazendo, e não deixava nenhuma pista toda vez, nenhuma evidência ou qualquer coisa que fosse que ajudasse a polícia a descobrir quem ele é e prende-lo.
No primeiro caso, o assassino enforcou a vítima usando um objeto que ela usava na noite, deixou os braços dela abertos e em uma das mãos deixou uma flor, era uma rosa da cor azul. E pra terminar ele aproveitou o objeto que usou para enforca-la para amarrar seu pescoço, como se fosse uma coleirinha apertada. O objeto eram fones de ouvido.
No segundo caso, a vítima estava no mesmo padrão da primeira, as únicas diferenças eram que a flor na mão da vítima era uma rosa da cor roxa. E que o objeto usado para amarrar o pescoço da menina foi um cadarço do tênis all star que ela usava na noite.
A vítima de hoje, do terceiro caso estava do mesmo jeito que as duas últimas, as únicas diferenças que haviam eram as mesmas, o objeto que foi usado e a cor da flor. Desta vez o objeto era um cachecol e a cor da rosa era vermelha. Uma rosa vermelha, como sangue.
Escutei o barulho de sirenes, era o meu pai e seus detetives do trabalho chegando pra examinar o caso.
Dei um passo pra trás, meu pai não gostava que eu ficasse acompanhando tão de perto os casos de assassinato, mas mesmo assim não me impedia de investigar também em seu escritório em casa. Ou na casa da minha amiga, a minha amiga de verdade e não as minhas supostas "amigas". Meu pai aceitava minha ajuda, só não queria me ver perturbada demais com a insanidade do que chamam de monstros. Os não humanos conhecidos como psicopatas e sociopatas. Não entendo a mente deles, mas também não acho que eles sejam outra coisa, são humanos que nem todo mundo, só não estão em seu pleno juízo, pra isso a polícia vai lá e prende eles, pra ensina-los onde as pessoas insanas ficam. Eu acho. Me confundi totalmente agora tentando formular um argumento.
- É obra do Gap Dong não é? - Perguntou alguém atrás de mim, era o meu irmão.
- É dele sim BamBam. - Respondi pensativa, Gap Dong era o apelido que eu e minha amiga demos para o assassino que causa o Terror das Redondezas. É de um dorama que assistimos de serial killer e ficção policial. O Gap Dong era um serial killer que não deixava evidências. E por isso apelidados o assassino de Helltown de Gap Dong. Porque ele tinha um padrão que envolvia mulheres, flores e estrangulamento, e não deixava evidências. Uma semana depois de darmos o apelido para ele, minhas outras "amigas" ouviram e começaram a chamar ele assim, meia hora depois a escola inteira começou a chamar o assassino da cidade assim, dessa maneira, depois todos os cidadãos passaram a chama-lo de Gap Dong, e até mesmo mães que tinham dificuldades pra controlar seus filhos bagunçeiros o chamava assim. Uma frase que ficou famosa.
"Se você desobedecer a mamãe o Gap Dong vai te pegar e você nunca mais vai ver a mamãe de novo"
E de tanto medo que sentiam, as crianças obedeciam suas mães. Ele jamais pegaria uma criança, o objetivo dele são mulheres, meninas na faixa dos 16 aos 19 anos. O Gap Dong ficou conhecido muito rápido pela cidade, e nem tem tanto tempo assim pra todos ficarem acostumados com atrocidades do tipo. A polícia está apenas a mais de três meses tentando pegar o Gap Dong. Não sabiamos exatamente quando ele ia atacar, mas havia um intervalo entre 20 a 30 dias até ele matar outra pessoa. E por mais esforços que todos fizessemos, não conseguíamos impedir a próxima morte, ele simplesmente atacava a pessoa que menos esperávamos que seria assassinada por ele. Cretino!
Depois que meu pai chegou até o local fomos todos obrigados a voltar pra dentro da escola, e ter aulas normais. Eu não queria ter aulas, queria saber o que meu pai diria sobre aquele caso, o que mais eu poderia fazer e se havia alguma pista para que eu e minha amiga pudessemos investigar.
Passei as três primeiras aulas, ou melhor dizendo, as duas e meia aulas, já que a metade da primeira aula foi dada para os alunos se acalmarem do susto, olhando pela janela, eu não desgrudei os olhos do corpo da vítima e do meu pai, tentando encontrar mais alguma coisa útil para solucionar o caso. Se tivesse pelo menos alguma pista, qualquer coisa... Mas teríamos que levar em consideração o fato do assassino ser um psicopata, se ele deixar uma pista pode ser pra zombar de nós, e talvez a pista seja falsa, só pra ele se divertir com a situação. Fica cada vez mais difícil...

PRISON IWhere stories live. Discover now