168 - Betas

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- Alícia on-

  - Mark é melhor a gente parar... - Pedi quando ele saiu da minha boca, mas Mark não parou, continuou me mordendo me tateando, e eu o arranhando. Estava intenso demais, parecia que haviam muitas formigas passeando pelas minhas veias e os meus braços, o ar parecia carregado com o peso da dúvida e o desejo de sentir Mark por inteiro. Eu estava ficando cada vez mais arrepiada e começando a resistir. Tinha alguma coisa errada, Mark estava estranho, não parecia estar realmente querendo me ter em seus braços, parecia estar tentando esquecer alguma coisa, se destrair. E eu estava sendo sua chave para se livrar de alguma coisa que estava o perturbando.
  - Mark o que você... - Começei a perguntar e Mark me deu um tapa na coxa que me fez arfar, subindo os lábios instintivamente pelo meu pescoço, ele estava ofegante e isso estava me deixando louca, pendendo a cabeça no travesseiro atordoada de desejo, e do jeito que sua outra mão subia pelo meu quadril desnudo tocando minha pele com os dedos gelados, eu estava ficando cada vez mais arrepiada - Mark... - Arfei quando seus lábios relaram nos meus e cruzei minhas pernas em sua cintura o prendendo - O que você fez? - Perguntei pegando o rosto de Mark nas mãos quando ele tentou me beijar, e o fiz olhar nos meus olhos. Seus olhos estavam negros, e agora eu conseguia sentir seus dedos esqueléticos subindos pela minha cintura. Mark agiu como se eu não tivesse perguntado nada e desceu seu rosto lentamente, até tocar nossas testas e relar seus lábios nos meus novamente, me provocando numa ameaça silenciosa de morder meus lábios entre abertos. Ele me persuadiu com seu desejo, o ar pareceu ter fugido dos meus pulmões quando ele voltou para os meus lábios, e de repente, eu consegui escutar a voz dele, mesmo sem Mark dizer nada, e ele repetia a mesma coisa diversas vezes, como um robô ou alguém obstinado e perturbado, "Eu matei".
  Engoli em seco atordoada e coloquei minhas mãos nos ombros de Mark, aquilo que eu tinha escutado... Parecia que eu podia ter sei lá, simplismente entrado nos pensamentos dele e escutado ele dizer aquelas palavras, perplexa e mesmo contra vontade eu o empurrei. O que o fez me encarar surpreso e confuso quando se afastou.
  - O que foi? Eu te machuquei? - Perguntou alarmado, parecendo finalmente ter despertado daquela tempestade nebulosa que o consumia e eu ofeguei tentando recuperar o ar que tinha perdido.
  - Confessa. - Ordenei e Mark saiu do meio das minha pernas e me encarou pensativo e sério.
  - Do que você está falando? - Indagou ele se fazendo de desentendido e eu peguei meu travesseiro e taquei nele.
  - Confessa Mark! - Ordenei ríspida e ele ficou ainda mais sério, me fitando com atenção.
  - Eu não sei do que você está falando. - Mark disse confuso e eu peguei outro travesseiro e joguei nele.
  - Eu não caio no seu joguinho de manipulação. - Avisei e Mark encolheu os ombros tentando parecer frustrado, mas eu conseguia sentir sua tensão, dessa vez perdi a paciência e peguei a minha arma que estava debaixo do travesseiro que a alguns minutos atrás eu estava pendendo a cabeça de prazer. - Abre o bico. - Alertei destravando a arma e apontei pra cabeça dele, o que levou Mark a ficar ainda mais sério.
  - Eu matei dois betas.

- Pai da Alícia-

  - É velho amigo, estamos ficando velhos. - Comentei olhando para Bram que parecia distraído com a vodka em seu copo e ele deu uma gargalhada achando graça de situação, em certos momentos eu ainda achava estranho sua capacidade de permanecer totalmente igual depois de tantos anos. A única coisa que mudará fora seu cabelo, depois que a esposa foi dada como morta ele ficou mais sério para as coisas da vida.
  - Você é o único de nós que vai ficar velho. - Comentou ele e deu um gole na bebida. Estávamos a meia hora nesse bar, olhando entretidos para minha alcatéia que estava reunida bebendo e relaxando depois de tantas semanas de trabalho pesado. Ainda não tinha acabado tudo, mas éramos dignos de um pouco de lazer também. Ninguém é de ferro.
  - Sua filha vai precisar de apoio. - Falei quando o silêncio quis tomar conta do local onde estávamos no balcão - Cuidar de um dragão dentro de Helltown não vai ser tão fácil, se algum mundano descobrir da existência dele isso vai acarretar problemas. Para todos nós.
  - Eu sei. - Disse ele - Em breve as meninas vão ter que desvendar o mistério das três loucas para irem confrontar seus destinos. Todos sabemos que elas se tornarão fortes demais para se manter num lugar cheio de humanos, é perigoso demais para elas. - Ele disse e então suspirou virando a bebida do copo de uma vez para dentro da boca.
  - Jung Kook e Jimin já vieram para buscá-las, mas não podem intervir na profecia, eles tem de esperar até a próxima lua e o desvendar do mistério.
  - Elas creceram tão rápido. - Comentou Bram entristecido e então olhou pra mim enquanto a balconista enchia seu copo com mais bebida. - Não está se culpando pela morte da sua mulher está?

PRISON IWhere stories live. Discover now