184 - Veredas do Mal

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  - Quem é você? - Perguntei, sentindo o coração acelerarando, estava tensa, a risada dela tinha me deixado perturbada, nunca havia escutado uma risada tão... Doentia.
  - Isso não vem ao caso agora querida, a única importância no momento é você, e depois que eu tirar o que quero de você... Sua amiguinha será a próxima que eu vou eliminar. - Disse a mulher e eu sorrateiramente levei a mão até a arma, seja lá o que ela fosse, eu não ia me entregar assim tão fácil.
  - Já que sou tão importante assim, eu posso te dar um autógrafo, quem sabe uma marca, algo que te deixe bem satisfeita... - Falei ironicamente e comecei a analisar o meu redor, a mulher não estava muito perto de mim, cerca de três metros nos distanciava, e mais uma dúzia de degraus que eu ainda não havia descido, afinal quando a porta se fechou com tudo eu havia parado de descer a escada.
  - Você não precisa perder seu tempo vendo as vantagens e desvantagens, esse seu brinquedinho que atira não vai ser páreo pra mim, e muito menos pro Diego. - Ela falou e eu respirei fundo, ok, são dois, essa bruxa e mais um cara, e querem alguma coisa, eu preciso... Parei de pensar quando escutei a respiração de alguém atrás de mim, e pelo visto era um homem.
  - E o que vocês tanto querem então? Pra mim entrar na brincadeira com uma noção básica pelo menos. - Perguntei mantendo a calma, tentando desesperadamente arranjar tempo e ter uma ideia do que fazer quando a ação começasse, e senti a respiração do cara chegar na minha nuca, ele estava bem perto, mas eu não sabia se era forte ou alto. Eu precisava de pelo menos uma noção antes de agir, e rápido, antes que a coisa fique feia.
  - A única coisa que eu quero... - Começou a dizer a mulher, e então deu início a uma caminhada suave e elegante, passando por entre as estantes de livros enquanto seus sapatos, o que eu deduzi serem saltos por causa do barulho, batiam no chão impiedosamente - É a sua alma. - Quando ela terminou de falar eu estremeci, isso era um pedido que estava fora de cogitação e ela sabia disso, não esperou por mais nenhuma resposta minha, parou de andar e simplesmente levantou a mão, dando o sinal para o tal Diego agir.
  Quando senti as mãos frias dele pegar nos meus braços larguei a lanterna, destravei a arma, e rapidamente me virei, sem nem dar chances dele fazer qualquer coisa que fosse, e atirei em seu peito, direto no coração. Ele me fitou com olhos azuis sem reação por alguns instantes, talvez não esperasse que eu teria tanta facilidade em fazer o que fiz, mas não se abalou, o tiro passou por ele como se o corpo não fosse nada. Era um fantasma, e eu tinha o irritado.
  Segundos depois só senti o tapa, tão forte que me fez virar o rosto pro lado e escorregar, eu cambaleei e cai da escada.
  Rolei pelos doze degraus de pedra, minha arma caiu e disparou pro alto, minhas costas bateram nos degraus e eu desci numa velocidade assustadora enquanto um grito escapava involuntariamente dos meus lábios. Durante a queda eu tentei parar de rolar, a mente sofrendo perturbada com a agitação, mas quando procurei usar as mãos torci o pulso da mão direita, e continuei rolando rapidamente, batendo pernas e braços até finalmente chegar ao chão. Quando a queda acabou, eu cai de barriga pra cima, as costelas que mais sentiram o baque reclamaram de dor, e eu só consegui arfar, buscando perdidamente me recuperar da tontura e a dor que se espalhava pelo meu corpo, fazendo tudo latejar. Eu estava zonza, enjoada e queria vomitar tudo que tinha comido naquele bar com o Kook, e o pior é que não sabia nem se conseguiria me levantar pra fazer isso.
  - Vamos Alícia, vamos brincar... - Escutei a voz da mulher, meu corpo pareceu ter sentido a dor se intensificar só de escutar a voz dela, calma e fria. Eu olhei pros lados, mesmo com o pescoço e a coluna gritando de dor, eu precisava achar a minha arma. E quando a avistei, a menos de um metro de mim, estiquei o braço esquerdo, onde a minha mão estava boa para tentar alcançar a arma. Mas não obtive sucesso no intento, senti dedos se fecharem no meu tornezelo, meu corpo inteiro estremeceu, provávelmente era o Diego.
  Choraminguei agoniada, ele ia me machucar de novo, tentei alcançar a arma novamente, contudo meu esforço foi inútil, e ele começou a me arrastar, me levando pra escuridão, onde a mulher estava. Parada e me aguardando. Só me restou gritar, eu não conseguia mais me mecher direito.

- Mallya on-

  - Puxa isso! - Ordenei nervosa e Jimin e Tae tentaram puxar a alavanca atrás da cruz novamente, os dois juntos, mas não dava, tinha alguma coisa prendendo ela, e não era defeito de antiguidade. Era algum poder muito forte.
  - Não tem jeito! - Respondeu Tae apreensivo e eu estremeci quando escutei outro grito vindo lá debaixo, Alícia. Alguém estava lá embaixo, e não era um lobo se não ela teria dado conta.
  - Já chega, eu vou quebrar isso! - Falei nervosa já levantando pra pegar algo que fosse pesado e Jung Kook me segurou.
  - Isso é magia de Cavaleiro, não quebra! - Falou ele alterado e de repente as portas na entrada da igreja se abriram, e Mark surgiu na porta com os olhos tomados de escuridão.

PRISON IWo Geschichten leben. Entdecke jetzt