54 - Cavaleiro do Apocalipse

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  - O que?? - Indaguei confusa e me voltei para ele - Como assim conectados? - Acrescentei colocando o copo de água sobre a escrivaninha, estava pela metade, e eu odiava deixar as coisas incompletas, por isso, enquanto Mark começava a explicar eu peguei o copo de novo e tomei tudo a água até o copo ficar vazio.
  - Minha mãe era a quarta cavaleira do apocalipse, e... - Mark disse e eu o interrompi.
  - Eu pensei que os quatro cavaleiros eram homens? - Admiti confusa e Mark negou com a cabeça.
  - Na verdade não. - Relatou Mark e eu já sentindo meu sono voltar e começando a ficar com preguiça, me sentei na beira da escrivaninha, ouvindo-o atentamente - O título é passado de geração pra geração através do cavalo real.
  - Que legal... - Falei imaginando a cena de uma cavaleira passando o cavalo velho dela pra outra cavaleira e assim por diante - E você também é um? - Perguntei curiosa e Mark assentiu se aproximando de mim e se sentando ao meu lado na escrivaninha, acho que ele também não queria ficar de pé.
  - Assim como minha mãe, eu também sou um cavaleiro do apocalipse, o título e o cavalo foi passado pra mim quando eu fiz dezesseis anos. - Contou ele e eu fitei o chão pensativa, será que ele é mesmo um cavaleiro ou só um pervertido? Se bem que parando pra analisar eu vi ele transformado, parecia um cavaleiro esquelético. Ou um fantasma, no meu caso o meu pesadelo, o meu próprio medo também. Vish me embananei agora, acho que nem entendi direito o que eu pensei... Fui despertada dos meus pensamentos quando Mark voltou a falar, o que por impulso me levou a encara-lo - Mas voltando ao assunto do porquê de estarmos conectados - Retomou ele levantando os olhos de um ponto fixo no chão para olhar pra mim - Minha mãe não podia ter filhos e a gravidez dela era arriscada, nesse caso, eu que estava na barriga dela poderia morrer e por isso ela me conectou a uma pessoa de sangue puro. - Disse Mark e por um breve instante eu me perdi em seus olhos, mas desviei o olhar assim que ele acrescentou - Isso é uma profecia, que foi cumprida a dezesseis anos atrás.
  - Interessante, mas ainda não entendi por que eu? Tinha tanta gente no mundo, o que eu tenho de diferente? - Indaguei confusa, a historinha de Mark me fez lembrar de uma história que minha mãe havia me contado a dois anos atrás durante um pique-nique em família, ela me contara que durante a gravidez dela eu demorei muito pra nascer, tiveram algumas complicações que fez os médicos pensarem que eu poderia morrer, por isso fizeram uma cezaria. Mas acho que não tem tão haver assim com a história de Mark, eu nem mesmo sei se ele está falando a verdade.
  - Eu não entendi direito também, minha mãe sumiu assim que eu fiz dezesseis anos e eu tive que passar semanas desvendando essa profecia que estava gravada na parede de uma masmorra, mas sou péssimo pra desvendar enigmas e só descobri metade na esperança de encontrar minha mãe. - Admitiu Mark e suspirou pesadamente enquanto passava as mãos no cabelo - Eu desvendei metade da profecia e só descobri que estou conectado a uma pessoa, da mesma idade que eu e que teve complicações pra nascer, assim como eu, e pra salvar a vida das crianças minha mãe me conectou junto com você supostamente. - Acrescentou ele e eu engoli em seco, acho que é coincidência ele ter dito que a pessoa que ele está conectado teve complicações pra nascer né? Será que é verdade o que ele está falando?
  - E por que você veio me procurar se é sua mãe que você quer achar? - Indaguei na expectativa de descobrir mais alguma coisa pra ver se a história dele é verdade mesmo e Mark fitou o chão com o semblante indignado.
  - Eu não sei exatamente! - Suspirou exasperado ainda fitando o chão - Eu estava tentando achar a minha mãe, só que a profecia me trouxe até você. - Depois dele ter dito isto fui eu quem fitei o chão, Mark parecia frustrado, mas eu ainda estou tentando entender o que o levou a invadir o banheiro e me beijar? Ai meu santo Kook! Eu tinha esquecido que o pervertido me beijou!
  - Entendi. - Falei pra quebrar o silêncio mórbido que se instalou, porém Mark não disse mais nada e o silêncio predominou de novo. Até que de repente ele resolveu falar e quase que eu cai da escrivaninha com o susto.
  - Você não acreditou em nada que eu disse, não é? - Indagou irritado e eu coloquei a mão sobre o peito pra controlar o "quase susto" que ele me deu. Eu só quase cai, mas tá tudo bem!
  - É que você é o pervertido que invadiu meu banheiro... Eu não te conheço direito, e não é fácil pensar que estamos sei lá, tipo conectados.  - Respondi exasperada e Mark se virou pra mim, me olhando dentro dos olhos, o cabelo dele estava caindo nos olhos e pelo fato dele estar irritado parecia atraente de um jeito selvagem.
  - Eu posso provar que estamos conectados. - Disse Mark aproximando-se e eu engoli em seco, o que ele vai fazer?!!

- Mallya on-

  - Eu não quero falar sobre isso Mallya. - Afirmou Taehyung com firmeza e eu o soltei indignada, o que será que ele fez pro assunto o incomodar tanto?

PRISON IWhere stories live. Discover now