76 - Apenas um Suspeito

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  - Nossa, você está me olhando como se eu fosse um assassino. - Caçoou Tae e deu risada, mas eu continuei séria.
  - Eu não vi graça Tae, por que tem sangue nesse tênis? - Perguntei e seu sorriso foi diminuindo até sumir.
  - Não precisa se preocupar, eu não matei ninguém, esse sangue é meu. - Respondeu e então passou a língua nos lábios, me olhando através da franja, será que ele está falando a verdade? Até agora eu já me abri com ele, contei coisas nas quais apenas a Alícia o Jaebum e o BamBam que são mais próximos de mim sabiam, e o Tae até hoje não me contou quase nada sobre ele. Eu não sei se posso confiar...
  O sinal bateu e o corredor dos armários que antes estava vazio começou a se encher de gente, agora seria o horário que as pessoas vinham buscar o resto de seus materiais pras próximas aulas.
  Mesmo contra vontade, eu entreguei os tênis pra ele, meu coração estava acelerando, e Tae parecia ter se fechado comigo, não sei dizer se pelo fato deu ter duvidado dele, ou por que talvez ele possa ter culpa de alguma coisa, mas eu não esperava por essa. Não num momento tão tranquilo como esse que estava agora há pouco até ele ter aberto este armário.
  - Não precisa se preocupar Mallya. - Falou Tae e eu assenti, aceitando que ele pegasse na minha mão para voltarmos pra sala, por mais que eu não sentisse que isso poderia ser uma ideia tão boa assim. Eu não ia conseguir estudar, eu queria estar com a Alícia pra podermos abrir o armário do Tae e recolher material pra analisarmos aquele tênis.
  - Então como você sujou o tênis com lama e sangue? - Perguntei e ele me olhou de relance, enquanto chegavamos na escada.
  - Eu tenho um amigo chamado Tailer, ele é lobisomem. - Respondeu e então começamos a subir a escada enquanto ele me explicava tranquilamente o por que daquele sangue. Pelo que entendi, ele teve que controlar o amigo dele por que ele estava descontrolado e tals, e por isso acabou se machucando também, e durante esse meio tempo que ocorreu na semana passada, em que ele tentava controlar o amigo, ele tinha tirado o tênis, e quando colocou novamente ele acabou acidentalmente pisando numa poça de seu sangue. E pra explicar a lama, ele disse que como estava chovendo muito na semana passada, o que eu podia confirmar que era verdade, ele acabou pisando em lama enquanto voltava pra casa. Eu queria ter acreditado, meu coração dizia pra mim fazer isso, mas eu tinha em mente que o Gap Dong era um psicopata, o que quer dizer que ele é mestre em manipular, e o Tae, por mais que falasse comigo, eu não sei por que, mas eu tive a impressão que estava mentindo pra mim.

- Alícia on-

  Guardei o celular no bolso e olhei pra paisagem fora do hall de entrada, a chuva havia aumentado, de longe dava pra se ouvir alguns trovões que soavam de meia em meia hora.
  Agora, depois de ter pego todas as informações possíveis eu cheguei a duas conclusões, o Tae talvez seja um suspeito e com certeza vou tomar um banho de chuva.
  - Obrigada por tudo Elize. - Agradeci a ela e ela assentiu um "de nada". E então Mark olhou pra mim.
  - Vamos correndo? - Perguntou e eu assenti encolhendo os ombros, a chuva parecia gelada.
  A porta da casa se fechou e eu e Mark saímos correndo, apressados pra chegar no carro. Infelizmente o carro estava um pouco longe e tivemos que correr três quadras até chegarmos.
  O que por sorte não demorou muito, e assim que entramos eu e Mark caímos na risada, pra quem não queria se molhar, estávamos ensopados, e teríamos que voltar pra escola assim.
  - Mark obrigado por tudo. - Agradeci e ele me abriu um sorriso, estávamos nos bancos de trás pra não molhar o carro todo.
  - Não foi nada, eu apenas queria te ajudar, afinal fizemos um acordo na escola. - Respondeu ele e então se afastou, se enfiando entre os bancos do passageiro e do motorista e ligou o ar quente, e eu suspirei de alívio, eu estava morrendo de frio, meus dentes batiam e meu corpo estava levemente tremendo.
  - Você está com frio? - Perguntou Mark e eu assenti abraçando minha cintura. Em seguida Mark se enfiou entre os bancos novamente e abriu o porta luvas, tirando de lá uma manta preta muito bem dobrada. Ele veio até mim e me enrolou na manta, ela era bem quentinha.
  - Você é muito atencioso. - Comentei e ele me abriu um sorriso.
  - Não quero que se resfrie. - Disse em resposta, e eu respirei fundo, meu frio estava começando a passar, mas eu ainda sentia minha pele gelada. Foi então que reperei que Mark também estava com frio.
  - Tem lugar pra mais um. - Falei o convidando e ele me fitou por alguns instantes antes de se aproximar, até que enfim começou a se enrolar junto comigo, e em meio ao percurso, um barulho muito alto soou a todo o nosso redor e eu gritei assustada, me encolhendo contra o peito de Mark, meu coração estava disparado.
  - Tem medo de trovões? - Perguntou Mark com um sorriso e eu levantei a cabeça para olhar pra ele, nossos olhos se encontraram, e já que eu estava tão perto, ao invés de responder, eu avançei, colando nossos lábios.

PRISON IWhere stories live. Discover now