148 - Uma Pista

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  - Ele não é um assassino, ele é inocente, e eu vou esfregar na cara de todos vocês que prenderam o cara errado. - Afirmei entre dentes e meu pai ficou vermelho de raiva, e por um instante pensei que seus olhos mudariam de cor, mas ele respirou fundo pra se controlar antes de responder.
  - Você tem noção do que está dizendo? Já prestou atenção nas coisas que andou fazendo ultimamente? - Questionou meu pai - Está defendendo um psicopata Alícia, frio e manipulador que matou a sua mãe. - Disse ele e eu senti o amargo de suas palavras me atravessando, um nó se formou na minha garganta e mesmo assim não baixei a cabeça, eu e a Mallya sabemos que o Tae é inocente.
  - Já analisou o seu suposto Gap Dong pai? - Indaguei num tom duvidoso e ele respirou fundo outra vez - Já comparou se os dados do Gap Dong que temos confirmam com a personalidade e as características do Taehyung, a vitimologia? O modus operanti? E a assinatura? - Indaguei e percebi que Jung Kook quis se aproximar, mas meu pai o reteve com um aceno. Meu sangue estava esquentando a um nível que eu queria muito descontar em uma pessoa, e se o Jung Kook não se defender dessa vez vou fazer questão de quebrar alguma coisa dele. Seria um prazer ver a cara de espanto dele, imaginando que só por que o conheço eu jamais seria capaz de machuca-lo... Não! Não! Eu não devo pensar assim. O Jung Kook só está fazendo seu trabalho, tentando ajudar meu pai, eu não posso sair machucando as pessoas assim só pra descontar minha raiva, minha mãe me ensinou que é errado, então eu não posso machucar as pessoas pra me sentir melhor. Não posso. E além disso tem pessoas demais na sala, possíveis testemunhas, eu não posso comprometer a minha imagem dessa forma, e muito menos dar a entender ao meu pai que estou perdendo a cabeça de novo pra dar motivos a ele de me por em consultas com uma psicóloga. Eu não vou ver aquela mulher!
  - Alícia não me venha com essa de análise de perfil, os melhores investigadores dessa cidade e agentes enviados do FBI viram tudo que aconteceu quando seu amiguinho foi pego em flagrante, ele é culpado. E me deixa ainda mais indignado saber que você, logo você que entende melhor que muitos sobre a psicopatia, conviveu bastante tempo com aquele rapaz nas últimas semanas e não percebeu que ele era um psicopata, logo você Alícia. Você era a última pessoa que eu esperava ser tão manipulada dessa forma, você está cega a ponto de não enxergar que aquele verme matou a sua mãe, que você o pegou em flagrante e ainda o defende. - Meu pai cuspiu as palavras decepcionado e aquelas palavras doeram mais em mim do que um tapa na cara poderia ter me atordoado. E foi a gota d'água pra Mallya que já tinha colocado o dragão de volta na bolsa.
  - Dobre a língua antes de querer jogar argumentos como esse na cara dela. - Sibilou Mallya se levantando no mesmo instante batendo a mão na mesa - Nós analisamos detalhe por detalhe, de acordo com todos os dados que tínhamos, todos que haviam daquele desgraçado, e apenas algumas coisas bateram, não há provas concretas contra o Tae! - Disse ela entre dentes e meu pai ficou ainda mais bravo, quando passeei brevemente meu olhar ao redor da sala, percebi que Mark estava impassível, atento demais a tudo que ocorria com uma perspicácia impecável.
  - Meninas, vocês são excelentes investigadoras mesmo ainda não tendo idade pra isso, mas não estão fazendo seu trabalho direito, estão deixando suas emoções falarem mais alto do que a razão. - Disse meu pai e eu coçei os olhos num impulso nervoso enquanto engolia em seco.
  - Acho que na verdade é você quem está fazendo isso. - Acusei com maldade, uma parte de mim tentou bloquear minhas próximas palavras, mas a outra prevaleceu e me incentivou ainda mais a continuar o que dizia, só pra poder ver qual seria a reação dele, por puro prazer - Está tão afetado pela morte da mamãe que determinou que o primeiro suspeito que apareceu na sua frente fosse realmente o verdadeiro culpado. Só pra amenizar sua incompetência como delegado da cidade, porque lá no fundo você se sente culpado. - Quando terminei de falar meu pai, com os olhos cheios de água, ergueu a mão pra me dar um tapa na cara, mas ele não fez, ao invés disso deu um murro na mesa, bufando.
  - Vocês interrogaram ele, então me diz, uma prova conclusiva pra ter como cheque-mate nessa situação. Por que eu não aguento mais ficar nesse impasse. - Propôs meu pai e eu me lembrei do momento que Tae tinha falado que não tocou na arma do crime.
  - Tem digitais dele na porta da igreja, e até no chão deve ter algum DNA, mas eu tenho certeza que a arma do crime não tem as digitais dele. - Afirmei e vi alguma coisa se ascender nos olhos de meu pai. Ele ficou em silêncio e abriu uma gaveta, ao tirar um papel jogou a folha na mesa na nossa direção.
  Peguei o papel e dei uma olhada junto com a Mallya. Eram informações sobre a análise que foi feita na arma do crime, as digitais encontradas na arma do crime, batiam com as do Tae.

PRISON IOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz