89 - Inferno na Terra

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  - Pai, - O chamei gentilmente, e ele olhou pra mim, seus olhos estavam cheios d'água, e eu conseguia sentir o peso do olhar das pessoas em cima de nós esperando pela minha reação - Pai eu acho que você já bebeu demais... - Falei calmamente e ele berrou alguma coisa indignado, não deu pra entender o que era, e então empurrou Jaebum que estava perto dele, cuidando para que não caísse. Demorou um pouco pra encontrar equilíbrio, e quando encontrou, olhou pra mim, dentro dos meus olhos.
  - Para de falar! - Ordenou ríspido e eu senti meu máxilar travar, se enrijecendo enquanto meu coração se apertava dolorosamente, o olhar de meu pai estava carregado de desgosto.
  - Pai por favor. - Tentei me aproximar para acalma-lo e ele apontou pra mim como se fosse me acusar, as mãos trêmulas mal apontavam, enquanto ele lutava pra se manter em pé.
  - Por que você tinha que se parecer tanto com a Lívia?!! - Indagou, mas foi mais em um protesto do que uma pergunta, ele já tinha começado a chorar, e eu estava me segurando pra não chorar junto. Jaebum, parado atrás dele, estava sem reação, e com os olhos se enchendo de lágrimas.
  - Pai, vamos parar de beber está bem? - Falei gentilmente, tentando converter a situação, procurando evitar que o problema se agravasse, eu precisava ser forte, se não ninguém seria por mim, e então me aproximei dele, colocando minha mão em seu ombro carinhosamente - Venha, eu vou te levar pro seu quarto pra você descansar. - Falei e ele me empurrou, meus joelhos falharam, e por um instante eu quase cai no chão, agradecendo a todos os deuses por estar com um salto baixo, caso contrário teria caído. Foi tão de repente, e mesmo assim eu consegui ver o olhar no rosto dele, estampando o desespero da própria alma.
  - Sai daqui sua assassina! - Disparou meu pai e eu engoli em seco, ele estava alterado, era nítido, e eu precisava fazê-lo parar, antes que ele causasse um problema maior. Antes que ele me magoasse, mais do que eu acho que poderia suportar.
  - Pai por favor... - Pedi me aproximando de novo para tentar levá-lo pra descansar, Jaebum se aproximou também pra ajudar, o que me distraiu por uma fração de segundo, e quando meus olhos se voltaram ao meu pai, ele me encarou nervoso, as lágrimas caindo pelo rosto aos montes.
  - Sua assassina! - Esbravejou entre dentes e então tentou me empurrar de novo, mas eu segurei as mãos dele gentilmente tentando evitar que tanto eu, quanto ele mesmo caissemos no chão, Jaebum também veio segura-lo, mas ele não gostou, e gritou comigo - Você matou a sua mãe! Sua assassina! - Com a acusação eu senti minha mão queimar e soltei as mãos dele recuando um passo pra trás, Jaebum estava branco, perplexo, e eu estava ficando cada vez mais sem saída, por que meu pai foi beber? Por que logo hoje?
  - Pai... - Falei mas eu já estava chorando. Minha voz falhava e eu me sentia perdida aos poucos.
  - Você nunca deveria ter nascido. - Disse meu pai amargamente e então virou o rosto, evitando me olhar nos olhos como se eu fosse um monstro, meu coração pulsava na garganta, eu queria vomitar, meu peito estava explodindo. A adrenalina jorrando nas minhas veias.
  - Eu nunca pedi pra ter nascido. - Respondi amargamente e eu só senti a palma pesada. Direto no rosto. O estalo ecoou por todo local, alguns gritos de espanto foram ouvidos, e eu cambaleei pra trás atordoada e quando meus joelhos cederam eu cai no chão. Meu rosto estava ardendo, e eu estava zonza.
  Olhei para o meu pai, incrédula, e levantei a mão, tocando meu rosto que ardia de uma maneira fervente, eu conseguia sentir as marcas dos dedos dele, seladas na minha face em vermelho.
  De repente começou a se formar um alvoroço, da multidão alguém começou a rosnar, e logo depois G Dragon saiu do meio das pessoas e correu até nós, ele não parou em nenhum instante, e partiu pra cima do meu pai, o socando com força e o jogando contra parede brutalmente.
  Não demorou quase nada, e das portas de entrada alguém passou, a jaqueta dele caiu no chão, seu semblante irado olhava pro meu pai. E então ele veio, com toda sua raiva e seu furor me defender. Era o Tae.
  Não demorou muito pra alcançar a confusão, Taehyung puxou G Dragon pra trás como se estivesse tentando o controlar, e então apontou pra mim. Em seguida G Dragon veio me ajudar a levantar e Taehyung pegou meu pai pelos colarinhos do terno caro e o jogou contra parede, tirando o homem bêbado do chão até que os pés dele saíssem do solo e então o pois agressivamente contra parede, em seguida deu um soco, e outro e outro, com força suficiente pra quebrar os ossos de qualquer pessoa, mas meu pai apenas tinha ficado atordoado, e então Taehyung o puxou pra perto e o olhou nos olhos, com um olhar assassino esboçado na face.
  - Dá próxima vez que você tocar um dedo na pele dela, eu te levo pro inferno e te dou pras cabeças do cérberus te estraçalharem! - Bradou Taehyung e então soltou meu pai, que caiu sentado no chão.
  Depois veio até mim, senti ele segurar nas minhas mãos, G Dragon estava do meu lado, e então começamos a correr, indo embora daquele lugar definitivamente.

PRISON IWhere stories live. Discover now