118 - Contendas

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- Taehyung on-

  - Por que acha que eu vou te dar alguma coisa? Você não é digno de nada! - Mark cuspiu as palavras com certo divertimento e eu senti a tensão nas minhas omoplatas se intensificarem arduamente. E então dei o primeiro soco, atingindo em cheio a maça do rosto de Mark, com tanta violência que ele cambaleou pra trás, levando a mão inconscientemente ao local atingido.
  - São as minhas memórias! Eu sou digno delas por que elas me pertencem! - Bradei ofegante e Mark começou a gargalhar, quando levantou a cabeça para me avistar, seus olhos estavam evidentemente entretidos com a minha figura em fúria, perdi o que me restava de paciência e fui até ele.
  Peguei Mark pelos colarinhos e apertei os punhos no colarinho da camisa dele até os nós dos meus dedos ficarem brancos - Me devolve! - Bradei e Mark me deu um soco, forte o suficiente pra me fazer solta-lo. Mas quem disse que eu parei?
  Assim que me voltei pra ele já desci mais três socos violentos no rosto de Mark. Ele me pegou pelo colarinho e me deu outro soco, depois outro me atordoando, e como se não bastasse  me pegou pelo pescoço, passando o braço ao redor da garganta e puxando, no mata leão ele ainda tentou me dar uma rasteira, mas isso só nos fez cair no chão, eu já ia cair pelo fato dele ter me derrubado, porém o levei comigo pra areia, e mal caímos Mark estava tentando me socar, porém eu o chutei e consegui virar o jogo, ficando por cima e enchendo seu rosto com socos, não demorou muito pra Mark revidar, socando minhas costelas até eu gemer de dor quando um osso quebrou na costela esquerda, faltou ar pra respirar naquele momento, e a dor atravessou a minha carne, mas a adrenalina estava tão disparada nas minhas veias que eu mal senti a dor, ela parecia inexistente pelo fato do corpo estar tão focado em destruir meu alvo.
  Num golpe de sorte Mark conseguiu me fazer parar de soca-lo quando me deu um gancho que me fez cair pro lado, tão bruto que por um instante eu cheguei a morder a língua.
  Mark veio pra cima, senti o gosto metálico do sangue na boca, enquanto tentava segurar seus braços pra ele parar de socar, vi algo brilhar na mão dele de relance, ele tinha tirado algo do bolso da calça, não deu pra ver bem o que era, só senti quando a lâmina da faca atravessou meu abdômen, cortando a pele e invadindo a região entre os ossos da minha costela quebrada. Raspando no osso quebrado, gritei de dor encolhendo as pernas e sentindo meu corpo todo tensionar e contorcer de angústia, eu não consegui me levantar, Mark estava sobre mim, o peso dele sobre o meu corpo parecia tirar todo meu ar me esmagando, ele estava com o semblante sério, o nariz sangrando, o olho esquerdo levemente arroxeado e um olhar frio nos olhos que me deu ânsia.
  - Isso é pelo caco de vidro que você usou pra me esfaquear na escola. - Relembrou Mark começando a abrir um sorriso, olhei pra sua mão e vi que seus dedos estavam esqueléticos, ele estava perdendo o controle, coloquei minha mão na dele, tentando puxar a faca pra fora do abdômen e então Mark afundou a faca mais fundo, me fazendo gemer de dor.
  - Seu cretino! Eu podia jurar que você usaria uma arma. - Reclamei ofegante enquanto tentava recuperar meu fôlego e Mark alargou mais seu sorriso, os olhos lentamente ficando vazios e sem pupila.
  - E por que te balear se posso te esfaquear, uma faca pode ser muito mais útil numa brincadeira do que uma arma... - Esclareceu Mark, o cabelo vermelho estava caindo nos olhos, e por um instante eu quis socar com muito mais violência o sorriso que se manifestava em seu rosto.
  - Seu psicopata! - Acusei e o chutei, com força suficiente para o lançar a pelo menos dois metros pra longe de mim, com calma e cuidado eu me sentei e coloquei a mão no cabo da faca, sentindo o quanto a lâmina estava enterrada na minha carne. Suspirei exasperado e puxei a lâmina pra fora de uma vez. Ardeu e começou a sangrar ainda mais do que já estava antes.
  - Mark, você é um cachorro! O pior do mundo! - Praguejei quando finalmente consegui me livrar daquilo e me recuperar da dor, Mark já estava de pé, e me analisando predatoriamente.
  - E você um anjo mau, estamos empatados. - Retrucou Mark ofegante, com divertimento no tom de voz e eu empunhei a faca, a lâmina estava banhada com o meu sangue.
  - Então eu vou desempatar agora! - Falei e me levantei do chão, com as mãos e a calça sujos de areia, meus braços também estavam, pelo menos não era tanta. E a faca estava mirada na direção de Mark.

- Alícia on-

  - Mallya! - Gritei desesperada, e mal consegui me levantar já fui atingida por um soco, tão forte que me derrubou. Se não fosse pelo vulto na minha frente eu poderia jurar que o vento quem tinha me batido. O que me bateu não era humano, era forte e ávido como o vento.
  - Você vai me dar trabalho. - Disse a fantasma mal humorada, eu queria entender o que ela está fazendo fora da casa, durante o dia?? Se bem que... Se ela está aqui quer dizer que...

PRISON IWhere stories live. Discover now