98 - Caso

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- Alícia on-

  Três semanas haviam se passado, e até agora tudo que descobrimos sobre o caso ainda não foi suficiente para descobrirmos quem é o Gap Dong, ou pelo menos qual será a cor da próxima rosa para impedir o próximo asassinato. Faltam três dias, apenas três dias para o próximo assassinato, e eu e a Mallya praticamente não temos nenhuma carta na manga. Nada que sirva como pista para nos ajudar.
  O que sabemos é que o Gap Dong desta vez está esperando 30 e não 20 dias para cometer o próximo assassinato, e todo esse suspense está me tragando. Tudo que temos, pistas e provas circunstanciais apontam pro Taehyung. Há três semanas seguidas, tudo que descobrimos aponta pra ele.
  Olhei para a Mallya que estava andando entre algumas árvores, tentando me guiar em mais uma busca pela casa onde a mãe deu a luz a ela, mas ainda não tinha parado com meus raciocínios, isso tem acontecido muito nos últimos dias, pelo fato do próximo assassinato estar chegando, eu não consigo mais focar num único problema, toda hora me pego pensando no caso.
  Duas semanas atrás contamos pro meu pai sobre a casa da Fantasma, onde encontramos o G Dragon. Eu e a Mallya contamos que talvez o Gap Dong tenha matado a vítima lá. Os detetives encontraram alguns acessórios que foram confirmados ser da vítima. Fora isso, os detetives também descobriram que a antiga moradora da casa, Thália, era agredida pelos pais. Provaram que os argumentos da Bibliotecária Megera eram todos verdadeiros, a menina realmente sofria nas mãos dos pais, e comprovaram que havia sangue do Daniel no sótão, então foi confirmado que os pais da menina fizeram alguma coisa com o namorado dela, só não encontraram o corpo dele, afinal o G Dragon está vivo, e ainda por cima, também foi comprovado que a própria Thália incendiou a casa depois do assassinato do namorado dela. Isso saiu no jornal da cidade, e muita gente pediu desculpas a Bibliotecária da escola por não terem dado ouvidos a ela à anos atrás. E além disso, tivemos que entregar o diário da Thália nas mãos do meu pai, porém como eu sabia que por o diário ser uma prova meu pai não ia me devolver, eu e a Mallya fizemos cópias do diário inteiro, tiramos xerox de tudo. E tem mais, nesse meio tempo, chegou no computador do meu pai os resultados da autópsia da última vítima, encontraram lã preta debaixo das unhas dela, sinal de que ela estava acordada quando o assassino ia mata-la, e não só isso, mas também que ela tentou lutar e se defender pra salvar a própria vida, e enquanto arranhava seu agressor, as unhas delas ficaram sujas com lã. E adivinha quem apareceu na escola no dia seguinte com uma touca preta, que por acaso estava com uma parte da lã desfiada? Kim Taehyung.
  Isso está me enlouquecendo, até parece que ele quer ser incriminado, está muito óbvio!
  Mas, como se não bastasse ainda, durante essas três semanas turbulentas que se passaram, eu e a Mallya descobrimos durante a investigação que, bem primeiro: o Tae tinha relação com as três últimas vítimas. A primeira era uma amiga do ano passado, mas eles brigaram no fim do ano, e nunca mais se falaram. A segunda era garçonete da lanchonete que o Tae ia todo mês antes da morte dela, e por acaso, certo dia ela derramou café quente em cima dele. Já a terceira vítima era a namorada do melhor amigo dele, o Tailer, que é um lobisomem. Pensando assim eu já sentia que toda merda já tava feita, mas daí, pra piorar, foi o Tae quem deu os objetos que foram usados para enforcar as vítimas. Fones de ouvido na primeira vítima, cadarço de tênis na segunda, e o cachecol na terceira.
  Desviei de uma árvore e então suspirei pesadamente, o Tae não é o Gap Dong, eu sei que não é, eu sinto isso. Mas então por que tem tantas provas circunstanciais contra ele? Ou melhor dizendo, quem iria querer incrimina-lo? Talvez uma pessoa que o conheça a bastante tempo, e que conviva no ciclo cotidiano da vida dele. Tipo o Tailer, mas ele não é nenhum pouco psicopata, não passou em nenhum dos testes que eu fiz nele. E ele não estava mentindo, se não a Mallya teria percebido, ela sabe quando uma pessoa mente, é como se ela pudesse sentir a falta da verdade. Então quem? Quem pode ser o Gap Dong? E por que eu me sinto a um passo de me afogar toda vez que penso nesse caso? Desistindo de tentar encontrar respostas pras minhas perguntas que andam me assombrando nos últimos dias, eu resolvo pegar meu celular no bolso e olhar as horas.
08:34
  - Mallya. - A chamei e ela se virou pra mim, com a mesma cara de indignação das últimas três semanas em que viemos aqui.
  - Eu não consigo achar, mais uma vez eu pude sentir que estava perto, mas então a ligação sumiu! - Protestou Mallya cruzando os braços emburrada e eu coçei os olhos cansada, já sentindo a falta de sono da noite anterior me tomando. Eu mal tinha dormido de ansiedade, os dias pareciam correr das minhas mãos, toda cidade estava ficando sem tempo.
  - As duas aulas vagas que tínhamos vão acabar em seis minutos, temos que voltar pra escola.

PRISON IWhere stories live. Discover now