72 - Fatos Relacionados

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- Alícia on-

Senti a mão de Mark na minha nuca, bagunçando levemente meus cabelos enquanto ele me puxava, num beijo cheio de desejo. Eu estava ofegante, e me segurando pra não me render tão rápido, muito menos fazer barulho, por mais que ninguém se importe com o que o pessoal do fundo faz, é sempre bom evitar comentários maldosos.
Quando senti Mark segurar um gemido eu me afastei arfando, uma corrente elétrica disparou choque nas minhas veias, eu não conseguia. Eu queria mais e na sala de vídeo não poderíamos fazer... Muitas coisas nas quais eu queria fazer agora.
Antes de abrir os olhos eu umideci os lábios. E então abri, encarando diretamente os olhos de Mark, enquanto seus dentes mordiam o lábio inferior calmamente. Me afastei e encostei as costas na cadeira, tentando acalmar meu coração disparado, eu conseguia sentir ele queimando de desejo, assim como cada parte do meu corpo.
- Você ainda não gemeu o meu nome. - Provocou Mark fazendo menção de voltar pros meus lábios enquanto sua mão descia da minha nuca e ia pro meu rosto e eu coloquei meu dedo indicador sobre os lábios dele impedindo.
- Mark, você ainda não me ajudou na investigação. - O relembrei abrindo um sorriso e o vi abrir outro.
Sua mão que estava no meu rosto escorregou, ele pegou meu pulso e me fez abaixar a minha mão lentamente enquanto se aproximava. Eu respirei fundo engolindo em seco, o jeito selvagem que ele estava me olhando, como se quisesse me...
- Então está bem. - Ele disse interrompendo o meu pensamento e eu suspirei de alívio quando ele se afastou, ao mesmo tempo que mordi meu lábio com desejo. Peguei meu caderno assim que comecei a me acalmar. Meu coração ainda estava disparado.
Me voltei para as minhas anotações e recomeçei a ler os últimos acontecimentos na investigação. E continuei lendo por um tempo. Cada dado ou coisa suspeita, os depoimentos e os fatos sobre a casa abandonada, mas enfim não encontrei o que eu estava procurando, parecia que faltava alguma coisa.
- Como eu posso te ajudar detetive? - Indagou Mark se aproximando para ver por cima do meu ombro o que eu estava lendo e eu coçei os olhos nervosamente. Eu conseguia sentir o calor corporal dele emanando da camiseta e me aquecendo. Não estava uma manhã fria hoje, mas o ar condicionado da sala de vídeo me deixava arrepiada, e o calor de Mark parecia me despertar. Droga! Preciso focar no caso e não no corpo do Mark. Por mais que eu me lembrasse de vê-lo sem camisa ontem, e aquele abdômen... Pisquei os olhos umas três vezes pra me concentrar, e então suspirei.
- Eu só não consigo - Comecei a dizer e então me virei de lado na cadeira, ficando frente a frente com Mark, ele tinha tirado o boné, e seus cabelos num tom roxo estavam rebeldes, e eu senti minhas bochechas levemente aquecendo - Eu não consigo encontrar uma ligação plausível entre a vítima e a casa abandonada, o motivo que levou o assassino a matar a vítima lá dentro, e invlusive no porão de armas onde era praticamente o "ninho de amor" - Disse fazendo aspas com os dedos na última frase e então continuei - do casal que não podia ficar junto, porque ele era lobisomem e a menina era caçadora. - Completei e Mark me fitou por alguns instantes pensativo.
- Não tem nada que seja suspeito nos depoimentos pra tentar comparar com a casa? - Perguntou ainda pensativo e eu neguei com a cabeça, frustrada.
- A única coisa que tem nos depoimentos é que supostamente a vida da família era perfeita, até do nada, a menina sair de casa e não aparecer mais, o que gerou que ela fosse encontrada morta no dia seguinte. - Contei e Mark ficou ainda mais pensativo do que já estava, até que de repente seus olhos perdidos num ponto fixo no chão enquanto ele pensava, se voltaram pra mim em expectativa.
- E se ela tinha um namorado? Ou um ex quem sabe? - Perguntou ele e eu parei pra pensar, se talvez ela tivesse uma história de amor com alguém, algo que envolvesse uma situação que levasse o casal a não poder ficar junto, faria conexão não com a casa em si, mas com o casal da casa abandonada. É isso!
- É isso! - Falei alarmada e juntei as minhas coisas e puxei a mochila pro colo guardando minhas coisas imediatamente.
- Isso o que? - Indagou Mark confuso pela minha explosão e assim que eu terminei de guardar o material e chechar se o gatinho ainda estava dormindo, o que por sorte ainda estava, eu me voltei pra Mark.
- Se sua dedução estiver certa, eu já tenho uma pista. - Falei animada e me levantei da cadeira, Mark se levantou junto.
- E aonde você vai? Estamos no meio da aula. - Mark perguntou aparentemente surpreso com a minha reação e eu abri um sorriso travesso.
- Eu não estava prestando atenção mesmo, não faz diferença se eu matar a aula. - Comentei e me desvencilhei de Mark, pronta pra dar no pé, mas ele segurou meu braço, me parando no meio do caminho.
- E quem disse que você vai sozinha? - Perguntou com uma sobrancelha levantada e um sorriso tão travesso quanto o meu.

- Mallya on-

Continuando a dar atenção ao meu saboroso sorvete eu abri um sorriso, eu amava sorvete, não havia nada melhor pra me deixar de bom humor.

PRISON IWhere stories live. Discover now