23 - Bibliotecária

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- Alícia on -

  Mark não respondeu a minha pergunta, seu cabelo se converteu em vermelho de novo e ele abriu um sorriso meio sem graça que me fez ficar confusa, mesmo assim a dureza no meu olhar não se desfez. Será que ele tem algum envolvimento com o Gap Dong?
  - Mark? - O chamei observando suas ações com mais atenção e nesse instante pude sentir um batimento ficar mais forte no coração. Mas não era o meu coração, não podia ser o meu coração que estava disparando, e é impossível eu simplesmente sentir o coração do Mark né? Eu não posso sentir outro coração além do meu...
  - Não me olhe assim, você me assusta. - Disse ele e então pegou na minha mão e levou meu sorvete até a minha boca, me fazendo provar, senti os batimentos diminuirem, mas meus olhos não sairam de cima dele - Eu só me indignei. - Retrucou ele em defesa e o peso no meu olhar diminuiu um pouco.
  - Você por um breve momento não se tornou mais um suspeito. - Alertei dando risada para diminuir o clima tenso e Mark sorriu também, e seu cabelo se converteu em branco outra vez. Esse treco de cabelo que muda de cor é estranho...
  - Agora só por odiar um cara que mata mulheres inocentes eu quase me tornei um suspeito? - Indagou ele curioso e eu, agora mais tranquila, voltei a dar atenção ao meu sorvete.
  - Pois é. - Concordei e ele alargou mais seu sorriso arqueando as sobrancelhas.
  - Lamento em informar então detetive, que mesmo se você me tomasse como um suspeito eu teria como provar minha inocencia. - Alternou ele mordendo os lábios e eu refleti um pouco, mesmo encantada pelo jeito atrente que Mark mordia os lábios, e na minha busca por um álibi para o rapaz, a minha memória me trouxe o momento que nos conhecemos na diretoria, que eu estava morrendo de vergonha por não ter me arrumado pra vir pra escola.
  - Você tem um álibi... - Comentei - Você acabou de se mudar, e o Gap Dong está atacando a mais de três meses.
  - Cheque mate na sua breve suspeita então. - Salientou Mark sorrindo e então pegou a touca na mochila e pois na cabeça.
  De seguida terminou seu sorvete e pegou meu caderno nas mãos. Com concentração ele passou a ler todas as anotações. Depois de um tempo levantou os olhos das páginas olhando pra mim com uma curiosidade eminente expressada na face.
  - Pelo que vejo, você arranjou padrões pra explicar o padrão do Gap Dong, descobriu coisas por trás das duas primeiras rosas, mas e a terceira? - Perguntou e eu encolhi os ombros suspirando.
  - Infelizmente ainda não tenho material suficiente pra designar uma conclusão. Não consigo chegar a um significado plausível... - Comentei terminando o meu sorvete e suspirei mais uma vez pensativa, mas na minha mente só haviam coisas nas quais eu e a Mallya já pesquisamos. O significado da cor vermelha diretamente na rosa, simbolizava paixão, amor ardente, respeito, coragem, admiração. "São flores dadas em datas especiais" como uma forma de respeito e devoção pela pessoa amada. Mas eu não conseguia formular nada demais com isso, eu precisava de mais alguma coisa... Eu tenho certeza que está faltando mais alguma coisa...
  - E se... - Mark proferiu me tirando de meus devaneios, seus olhos estavam sobre mim e meu olhar pousou sobre ele na expectativa.
  - E se o que? - Repliquei e ele mordeu os lábios aparentemente pensativo, seus olhos desceram para as páginas de anotações, parecia que ele havia deduzido alguma coisa, mas que achava um pouco simples de mais pra compartilhar, mesmo assim, fosse o que fosse eu insisti que me contasse - E se o que Mark? - Isso o fez olhar pra mim novamente.
  - E se a rosa da cor vermelha estiver relacionada com a casa abandonada ou o campo? - Indagou ele pensativo e eu recostei as costas na cadeira refletindo.
  - Como assim? - Perguntei e ele trouxe o caderno pra perto de mim pra me mostrar seu raciocínio.
  - Olhe - Ele apontou para as anotações que falavam sobre os locais que as rosas azul e roxa designaram - A primeira da cor azul tinha relação com o céu e o mar, a segunda tinha haver com mistério e ausência de tensão, tipo um passeio tranquilo em algum lugar misterioso, nesse caso do parque de diversões da cidade, e se a terceira rosa está relacionada com algum fator antigo ou com o lugar onde a terceira vítima foi encontrada? - Assim que as palavras de Mark entraram pelos meus ouvidos, uma pessoa me veio a mente, a bibliotecária conhece tudo sobre a casa abandonada e a fundação da nossa instituição School Joseph Helltown. Se alguma coisa explica a cor da terceira rosa estar relacionado com coisas antigas, só a senhora Olívia sabe!
  - Você sabe algo que possa explicar a terceira rosa? - Indagou Mark com um sorriso nos lábios e eu peguei o caderno de anotações, joguei dentro da bolsa e me levantei da cadeira, Mark fez o mesmo.
  - Eu não, mas sei de alguém que sabe! - Falei e então peguei na mão dele e saímos da lanchonete, indo direto pro corredor dos armários buscar a Mallya, ainda faltam uns 20 minutos até dar o horário pra próxima aula, e isso é tempo suficiente para nós duas conseguirmos o que falta no caso do Gap Dong.

PRISON IWhere stories live. Discover now