143 - Interrogatório

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  Depois de cinco minutos seguidos rindo igual uma condenada eu ainda estava tentando me acalmar. A dor na barriga se fazia presente e Jung Kook estava enchendo outro copo de água gelada pra tentar me fazer acalmar, por maid que parecesse impossível. Mallya agora estava com uma blusa que o Jung Kook tinha no armário, a que ela estava vestindo antes havia sofrido um acidente, um rasgo bem grande e sem conserto, que Taehyung tinha causado enquanto se pegava com a Mallya. Por incrível que pareça, a algema quebrada enroscou no tecido da camiseta da Mallya e quando ele tentou desenroscar, rasgou. E pra piorar, eles estavam tentando consertar quando eu e Jung Kook chegamos na sala, e aquilo causou um transtorno tão grande, que eu ainda estava achando graça da situação.
  Passei a mão no rosto tentando me recuperar, enquanto bebia a água, eu tinha certeza que estava vermelha igual um tomate por ter rido tanto. Mas eu precisava interrogar o Tae, pra eu e a Mallya começarmos o processo de liberta-lo, então eu precisava me acalmar.
  - Para de rir de uma vez ou eu vou despejar toda a água gelada da jarra em você. - Ameaçou Mallya ainda tentando parar de rir e eu prendi a respiração para me controlar, enquanto olhava pra jarra praticamente cheia, estava meio frio hoje, e a última coisa no mundo que eu estou querendo é tomar um banho de água fria. Soltei a respiração e respirei fundo, agora mais calma eu consegui olhar pro Tae e pra Mallya, que estavam sentados lado a lado na minha frente, enquanto Jung Kook estava ao meu lado olhando minhas anotações sem minha permissão. Odeio quando mechem nas minhas coisas sem permissão.
  - Vamos começar então. - Falei e então tirei minhas anotações de Jung Kook ignorando o fato de que ele estava lendo. E então peguei meu lápis e pulei algumas páginas no caderno até chegar numa que estivesse limpa.
  - Tae, responda exatamente como aconteceu, sem tirar e nem acrescentar nada. - Explicou a Mallya e ele assentiu, a puxando pra perto dele para envolve-la num abraço, e eu me segurei até a alma pra não rir quando ele reparou na blusa que ela estava usando, uma blusa preta de mangas, com a estampa de um urso de pelúcia. Por um breve momento lembrei do meu pesadelo, e então a vontade de rir passou e um desconforto se instalou na minha mente.
  - Tae - O chamei e assim que adquiri a atenção dele fiz a primeira pergunta - O que você estava fazendo na cena do crime onde ocorreu o quarto assassinato do Gap Dong?
  - Eu estava indo atrás da energia obscura que aparece toda vez que o Gap Dong ataca, achei que chegaria a tempo e poderia impedir o assassinato.
  - Você pode sentir a energia dele a distância? - Perguntou Mallya e ele assentiu.
  - Em qualquer lugar que ele estiver na cidade eu consigo sentir, mas pelo que eu já entendi dele, eu só consigo sentir quando ele está prestes a matar a vítima, a aura dele fica mais forte e é como se ele usasse de algo que estava adormecido, como se o lado que estivesse esquecido acordasse e então ele vai matar, foi o que aconteceu domingo a noite, quando eu senti que ele ia matar a vítima eu sai correndo do bar e fui até o local pra tentar impedir, porém não deu tempo.
  - Isso é curioso... - Comentei pensativa e quando olhei pra Mallya ela me lançou um olhar de que sabia do que eu estava presumindo, sabemos que o Gap Dong é forte, e que não é humano, ou que possívelmente está envolvido com coisas sobrenaturais, então isso nos leva a pensar que talvez o Gap Dong possa ser um bruxo, que disfarça sua energia não usando durante o tempo até o próximo assassinato, mas que quando chega a hora, usa. Isso que talvez seja o que Tae quis dizer com "adormecido" e "acordasse". Por ser um psicopata o bruxo pode não usar do seu poder para desviar as suspeitas sobre ele, mas usa sua força na hora de cometer o assassinato.
  - Vou anotar isso. - Avisei a Mallya e fiz as anotações sobre o que Tae falou e sobre as deduções obtidas, e então me preparei para a segunda pergunta - Bem, Tae, o seu motivo pra estar no bar a Mallya já me contou, então me explique outra coisa, o que você fez desde que entrou na igreja, detalhadamente. - Pedi e enquanto esperava pela resposta percebi o quanto Jung Kook estava compenetrado com o interrogatório, estava tão calmo e ele estava muito entretido, acho que é a primeira vez que vê um desses. Não era a minha primeira vez num interrogatório, mas levando em consideração que eu e Jung Kook não tivemos a mesma criação já que perdemos contato depois de um tempo, era compreensível que ele não estava habituado com uma cena dessas. Ainda tem muito a aprender.
  - Eu lembro que estava bem escuro, não tinha muita iluminação e quando cheguei eu já estava sentindo a energia começar a se perder, como se ele estivesse em carne e osso ali dentro da igreja, mas de repente tivesse evaporado. Eu tive que abrir a porta a força porque ela estava trancada... - Continuou contando e eu o interrompi.
  - Você estava de luvas?
  - Não. - Respondeu - Por que eu estaria de luvas?
  E aquela pergunta abriu sorrisos.

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