36 - Entidade Sinistra

812 97 4
                                    

  - Acho que o Mark está bancando a cinderela que foge logo depois de dançar com o príncipe. - Caçoou Mallya e nós duas caímos na risada. Taehyung se limitou em abraçar sua piadista, parecia até hipnotizado, o que será que a Mallya fez com ele pra ter ficado assim?
  - Não vi nenhum tênis pelo chão. - Respondi para Mallya e desatamos a rir de novo.
  Quando paramos de rir, nos encaminhamos em direção as escadas, agora íamos para a casa abandonada, enfrentar a fantasma e abrir a porta de Dragão pra descobrir o que tem lá dentro. De uma coisa temos certeza, se tiver como entrar pra sei lá onde através daquela porta, a fantasma vai reagir, e fará alguma coisa contra nós duas.

  - Você fica. - Falou Mallya pra Taehyung assim que chegamos no campo no fundo da escola e Teahyung recuou um passo inconformado.
  - Por que essa crueldade? - Indagou ele, parecia que a fase de hipinose tinha passado, Mallya se limitou a colocar as mãos na cintura impaciente.
  - Pra inventar uma desculpa pra professora caso nos atrasemos pra próxima aula. - Explicou ela e Taehyung arqueou as sobrancelhas ainda indignado.
  - Não sou o seu escravo, e você não manda em mim. Nesse caso, eu quero ir junto e vou! - Afirmou ele e então passou a língua nos lábios de uma maneira sedutora, e antes de Mallya responder ele se aproximou dela pondo as mãos em sua cintura.
  - Eu não caio na sua sedução. - Respondeu Mallya com indiferença e Taehyung umideceu os lábios e depois mordeu o lábio inferior, enquanto se aproximava mais de Mallya, praticamente colando seu corpo no da garota.
  - Você tem certeza? - Indagou Taehyung desafiadoramente a olhando nos olhos e Mallya assentiu com determinação. Segundos depois Taehyung a puxou contra o seu corpo bruscamente, pressionando os dedos na cintura dela. Eu aproveitei esse meio tempo pra conferir o horário no celular. Tínhamos mais 15 minutos de intervalo. Era pouco tempo, mas eu acho que dá pra chegarmos na casa abandonada e voltar pra aula.
  Quando levantei os olhos novamente Mallya estava se afastando de Taehyung, que estava com um sorriso safado nos lábios. O que será que eu perdi quando fui olhar pro meu celular?
  - Vamos? - Perguntou Mallya e me puxou pela mão na direção da casa abandonada e Taehyung voltou pra escola, subindo as escadas rapidamente.
  - O que você fez com ele? - Perguntei quando estávamos chegando na casa e Mallya abriu um sorriso travesso.
  - Mordi o lábio dele e prometi que usaria um vestido bem bonito quando fossemos sair hoje a noite. - Revelou Mallya e eu desatei a rir.
  - Ele já te chamou pra sair?
  - Já. - Contou ela e continuamos o percurso da casa, entrando calmamente pela varanda - Seu pai já passou por aqui pelo visto. - Comentou Mallya, se referindo a todos as fitas amarelas e coisas que diziam, entrada proibida, entramos na casa mesmo assim.
  Do lado de dentro estava tudo silencioso, e pelo fato de estar durante o dia conseguimos ver muitas coisas nas quais não tínhamos prestado tanta atenção na noite anterior. Os sofás e poltronas que estavam bem rasgados e acumulando poeira na sala de estar por exemplo. Só de passar pela sala meu nariz começou a arder e coçar bem na ponta. Que ódio! É a minha alergia atacando! Tomara que a renite venha menos agressiva do que na semana passada, passei o fim de semana todo com o nariz escorrendo e vermelho. E não quero ficar com a alergia atacada tão cedo!
  Com pressa, já que a Mallya também tinha alergia, fomos pra cozinha, nos encaminhamos até o armário sem dizer nada, nossa concentração era maior que qualquer assunto que tentariamos falar neste momento.
  Mallya abriu as portinhas do armário, que agora sendo iluminado pelos raios de luz que entravam pela janela da cozinha estava revelando várias marcas de arranhões.
  - Mallya. - A chamei percebendo que ela estava distraída abrindo a porta falsa do armário, mas logo em seguida ela se levantou para olhar a parte superior do armário, exatamente a parte que eu estava olhando.
  - São arranhões... - Concluiu ela passando os dedos sobre as linhas que estavam gravadas na madeira esfarelada do armário. Não eram marcas recentes, mas eram grandes o suficiente pra chamar a atenção de qualquer um que passasse por ali.
  - O que será que fez isso? - Perguntei curiosa, mas eu sabia que nem a Mallya tinha essa resposta, aquilo era de muitos anos atrás, e não sabíamos o que podia ser.
  - Talvez de algum animal, que tenha garras bem grandes e afiadas. - Disse Mallya em resposta, e nós duas continuamos a fitar as marcas de garra que estavam em cima do armário, observando cada parte que estava empoeirada e cheia de farelos sujos de madeira.
  Ficariamos mais alguns instantes analisando as marcas, mas algo nos fez despertar abruptamente e tirar nossa atenção do armário para volta-la sobre a porta do inferno, ou como a chamávamos, a porta do Dragão de pedra, que nem parecia ser exatamente uma porta mas... Esquece.
  Naquele silêncio que tinha se instalado, quando ouvimos o estrondo vir direto da porta do Dragão Mallya recuou um passo pra trás e esbarrou em mim, como eu já estava mais acostumada a levar susto por causa dos meus pesadelos, minha reação foi cerrar os olhos e fechar as mãos em punhos. Pelo menos até ouvir uma voz que fez um calafrio descer pela minha espinha dolorosamente.

PRISON IWhere stories live. Discover now