113 - Destruindo Provas

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    Me sentei na maca da enfernaria de casa e olhei pra cara da minha mãe, ela estava pensativa, longe como em todas as vezes que estou em casa com ela, do mesmo jeito. Nem me preocupei em falar nada com ela, ou tentar puxar conversa, eu estava apenas interessada em assistir o sangue no meu dedo, ainda escorrendo, não era muito, era bem pouco até, mas aquela vermelhidão envolta do tão pequeno furo realizado pelo espinho da flor era... Intrigante.
  Era um curativo simples que minha mãe faria no meu dedo, porém ela tinha perdido o curativo, por isso teve que ir no quarto buscar o kit que ela tinha mais curativos.
  - Por que você ficou tão fechada quando seu pai te proibiu de sair de casa? - Perguntou Tae curioso quando minha mãe saiu da enfermaria e a Mallya o encarou negando com a cabeça, eu ainda estava olhando pro meu dedo, já tinha limpado o sangue, mas eu ainda estava encarando, esperando sangrar mais.
  - Eu não sei... - Respondi a Taehyung e levantei a cabeça para encarar a Mallya e ele diretamente, minha cabeça estava buscando minhas lógicas racionais para tentar descrever meu comportamento, mas o que vinha era uma parte do meu passado que eu não queria lembrar. Lembranças de quando eu machuquei o BamBam. Minha psicóloga idiota... Eu nunca gostei daquela mulher, ela dizia que eu ia matar futuramente, mas eu não sou um monstro. Não sou... Eu acho.
  - Alícia. - Mallya me chamou ao perceber que eu tinha me destraido de novo e eu a fitei por um breve instante, ela também não muda muito de mim, mas ela pelo menos consegue se controlar. Somos semelhantes, mas não somos iguais... Eu não estou pensando coisa com coisa! Preciso parar de pensar se estou perdendo linha sanidade e focar em pegar o Gap Dong, antes que ele mate mais alguém inocente.
  - Não é nada. - Respondi para acalmar a curiosidade de Tae enquanto fitava a Mallya - Eu só estou pensando demais no caso, só isso. - Expliquei, mesmo que aquela não fosse totalmente a verdade, e a Mallya me encarou de volta, percebendo a minha mentira, era óbvio que ela ia me perguntar o que realmente está acontecendo mais cedo ou mais tarde, mas pelo menos agora posso me esquivar desse assunto. Foi então que minha mãe voltou para a enfermaria com uma maleta de curativo.

  - Você desligou o alarme e as câmeras? - Perguntei a Mallya após ela guardar o celular no bolso e ela levantou o rosto com um sorriso.
  - Desliguei, temos duas horas livres até ele ligar de novo, e ninguém vai perceber que foi desligado também porque como você já sabe, no fim de semana ninguém fica aqui, muito menos pra vigiar a escola sabendo da lenda das três loucas. - Respondeu ela e deu risada, e então eu abri um sorriso me voltando logo a seguir para o cadeado do portão. Coloquei a chave no cadeado e o abri, me lembrando vagamente do dia em que eu havia conseguido a cópia dela quando peguei as do zelador emprestada, ele nem percebeu que eu fiquei com ela por mais de três horas, e quando devolvi pra ele eu já havia conseguido tirar a cópia de cada uma das chaves que estava no molho. Para o caso de uma emergência. E agora era uma emergência. Estávamos invadindo a escola para pegar as provas que incriminam o Tae no armário dele e destruir tudo, e isso inclui as da casa abandonada também, mas essa só vamos eliminar depois de acabar o serviço na escola, ou melhor dizendo, esta já é outra parte do plano. E temos que fazer tudo isso antes que a polícia descubra que essas provas existem.
  Abri os portões e então eu e a Mallya entramos, e eu não resisti fazer uma careta de desgosto assim que entrei.
  - Não acredito que estou pisando meus pés nesse lugar no fim de semana. - Reclamei exasperada enquanto fechava os portões e a Mallya deu risada.
  - É por uma boa causa sua preguiçosa. - Relembrou ela e então eu suspirei pesadamente, para depois nós duas rirmos da minha reação.
  Sem perder tempo fomos direto para o terceiro andar, para o corredor dos armários, chegamos lá, arrombamos o armário do Tae porque haviamos esquecido a chave, e então colocamos as flores, os tênis, as cartas de amor do Tailer e tudo que achamos que pudesse incrimina-lo dentro de uma mochila. E quando terminamos com a limpeza de provas, e eu me virei pra Mallya com um sorriso.
  - Foi bem mais rápido do que eu esperava. - Comentei com um sorriso satisfeito no rosto enquanto me escorava no armário ao lado e a Mallya fechou o armário do Tae, só não o trancou porque o cadeado já era.
  - Que bom. Agora vamos pra casa abandonada botar fogo em tudo. - Declarou Mallya e eu me desencostei do armário, porém quando dariamos a volta para ir embora as luzes do corredor se apagaram.
  Meu coração disparou, eu e a Mallya nem perdemos tempo pensando em correr, já sabíamos o que era, e eu engoli em seco ao ver os três vultos brancos perto da janela. Pela primeira vez as vejo com meus próprios olhos, as três que assombram tanta gente... Um arrepio desceu dolorosamente pela minha espinha, e eu só consegui pensar em uma coisa naquele momento.
  - Merda...!

PRISON ITahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon