152 - Ataque de Pânico

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  Arquejei soltando a arma no chão, ainda sem conseguir recuperar o ar perdido dos pulmões e coloquei as mãos na garganta tentando puxar a gola da camiseta, ela estava me deixando ainda mais agoniada, Wonho ao perceber se aproximou mais de mim e rasgou a gola da camiseta para tentar me ajudar, mas eu ainda não conseguia respirar. Mesmo com o pescoço liberto eu ainda sentia que estava sem a possibilidade de recuperar o ar perdido. Com a garganta se fechando lentamente. Como se estivesse sendo sufocada.
  - Alícia olha pra mim, está tudo bem agora. - Wonho tentou me acalmar e eu comecei a mecher as pernas impaciente tentando me levantar, estava apertado, tudo ao redor, as roupas, as paredes pareciam estar se fechando, tirando meu ar, eu não conseguia respirar de jeito nenhum, arquejei outra vez sentindo as lágrimas escorrendo pelo rosto em agonia.
  Vendo meu estado Wonho não esperou mais e começou a dar iniciativa para outra ideia.
  - Mallya pega a arma e esconde a espada, temos que sair daqui e ir para o hospital mais próximo. - Avisou e a Mallya começou a pegar as coisas enquanto Wonho me pagava no colo, eu estava literalmente entrando em pânico, meu coração estava pesando no peito, batendo loucamente.
  E então Wonho entregou uma lanterna pra Mallya e começou a correr junto com ela pra fora daquele lugar.
  Quando chegamos do lado de fora eu já havia parado de me debater, ainda não sabia como ainda estava consciente, mas estava tão atordoada pela falta de oxigênio que quando a minha visão não embaçava eu arquejava em agonia. E Wonho não parava de correr, num momento de lucidez vi o carro dele na frente da igreja, quando consegui assimilar o que estava acontecendo de novo a Mallya estava abrindo a porta, e depois Mark que tinha aparecido não sei de onde estava me pegando dos braços do Wonho e me pondo no chão.
  - Alícia. - Escutei a voz de Mark, e uma sensação eletrizante atravessou meu peito, ele estava calmo, eu estava nos braços dele, as costas contra o seu peito e abdômen, e ele estava sussurrando calmamente no meu ouvido - Se concentra na sua respiração, puxa o ar bem devagar. - Instruiu ele e ao minha pele arrepiar eu senti como se alguma coisa que estava na minha garganta interrompendo a passagem de ar tivesse sido retirada, e o meu ar estivesse voltando, pouco a pouco - Agora solta, bem devagarinho. - Instruiu ele e eu começei a sentir o alívio ser descarregado nas minhas veias, a sensação de conforto e segurança me invadindo, aos poucos eu estava conseguindo recuperar o ar e soltar, voltando a respirar, a ver normalmente e assimilar com clareza o que se passava ao meu redor, como se Mark tivesse sido o meu remédio pra poder voltar a respirar. Com mais alguns segundos comecei a sentir pingos gelados no rosto e nas mãos, estava chovendo, algo que antes eu não havia percebido, mas os pingos eram fininhos a ponto de quase não chegar a molhar direito, e Wonho e Mallya estavam na minha frente, olhando pra mim.
  - Como você se sente? - Perguntou Mallya se abaixando ao meu lado e eu senti Mark acomchegar sua cabeça em meu ombro, o que me deu uma vasta visão de seus cabelos na cor castanho e seu rosto preocupado. Sinceramente eu me sentia um pouco cansada como se tivesse me esforçado demais, mas resolvi não matar a Mallya do coração e respomder algo simples pra acalma-la, afinal eu já estava bem.
  - Agora eu consigo respirar. - Falei tentando lhe dar meu melhor sorriso de melhora, mas ela não me pareceu muito convencida com a minha resposta e colocou a mão na minha testa para ver se eu estava com febre ou alhuma coisa, quando ela olhou pro Wonho e assentiu, concordando que eu estava bem, Wonho que estava com a testa franzida de preocupação se acalmou, suspirando de alívio. Eu suspirei também e me aconcheguei nos braços de Mark, não sei como ele me faz sentir isso, mas eu me sinto tão bem quando estou com ele.
  - Eu devia por vocês duas de castigo! - Bufou Wonho passando as mãos no cabelo e eu abri um sorriso.
  - A culpa não foi nossa, foi daquela coisa feia! - Tentei remediar e Wonho me lançou um olhar preocupado.
  - Não estou me referindo a apenas isso Alícia. A teke teke foi só o começo dos problemas. - Wonho disse e então puxou a Mallya pra perto e pois seu casaco nela já que ela era a única que estava sendo molhada pela chuva por estar sem blusa - Vocês não devem entrar naquela floresta, ela é perigosa demais. - Alertou e eu franzi o cenho.
  - E por que? - Perguntou Mallya e Wonho passou a mão no rosto exaurido.
  - Aquela é a Floresta das Almas. - Disse Wonho e eu e a Mallya abrimos a boca perplexas e mal começei a pensar em explorar e Wonho acrescentou - E podem tirar esse olhar da cara de vocês, não quero as duas lá dentro, ao atravessar àquela ponte vocês assinaram suas cartas de obito. E não só porque eu vou matar vocês, mas porque o que tem lá dentro já vai fazer o trabalho por mim.
  Até engoli em seco depois dessa, haviam tantas coisas sobre aquela floresta para testar... E se o Gap Dong nos incitou a ir pra lá, isso pode ser algum recado...

PRISON IWhere stories live. Discover now