183 - Apenas um Laranja

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- Mallya on-

  Ao passar pelas portas da igreja eu segurei a mão de Tae, não estava com medo, nunca tive medo desse lugar, mas me lembrar do corpo da mãe da Alícia... Estirada e cheia de sangue em frente da cruz era perturbador demais, ainda me dava um choque de realidade me lembrar daquela noite. Era doloroso, e desconfortável, como se ainda desse pra sentir que ela estava aqui, morta. Uma pessoa que sempre foi tão boa e alegre... Simplesmente morta. Me abalava, por mais que eu sustentasse minha aparência de bem estar, afinal não queria que a Alícia ficasse preocupada comigo, ela já tem problemas demais, e eu também. E isso fervia meu sangue, era tudo culpa do Gap Dong, se ele nunca tivesse surgido, se quem sabe tivéssemos descoberto antes sobre as flores e o padrão, quem sabe teríamos chances, pelo menos uma chance de salvá-la...
  - Vamos pra onde? - Perguntou a Alícia, e eu despertei de meu devaneio direcionando meu olhar para ela, que estava na frente do grupo, nos guiando para dentro da igreja.
  - Porão talvez? - Supus quando chegamos no centro da igreja e ela parou de andar e se virou pra mim com o semblante carregado, parecia estar pensando, ou se lembrando de alguma coisa importante.
  - Lembra das pétalas de rosa? - Perguntou ela - As que o Gap Dong deixou no quarto caso, guiando para a Floresta das Almas? - Acrescentou e eu coloquei a mão na katana impulsivamente, havia me lembrado da teke teke, mas logo em seguida me lembrei das rosas também e afrouxei a mão. As pétalas que o Gap Dong tinha deixado no porão, trilhando um caminho que levava até a porta da Floresta.
  - Talvez aquilo tivesse algum significado, - Falei a Alícia - Talvez o Gap Dong queira nos levar até ele, como numa armadilha, ou então... - Fiz uma pausa no meu raciocínio e a Alícia bufou.
  - Ou então o serial killer armou tudo isso pra colocar outro laranja na reta das investigações. - Completou a Alícia pensativa e então coçou os olhos nervosa - O lobo demoníaco pode ser só mais um ser que o Gap Dong usou para dispistar as investigações sobre ele próprio. Ele queria nos desfocar! - Constantou ela e eu comprimi os lábios, minha mente já estava me trazendo outros pontos de vista.
  - E se o Gap Dong tivesse uma segunda intenção sobre o lobo demoníaco? - Falei e a Alícia fraziu o cenho, Tae, Jung Kook e Jimin apenas nos fitavam, apreciando o show de deduções um pouco confusos.
  - Como assim? - Perguntou a Alícia coçando os olhos novamente, ela estava nitidamente precisando de chocolate, estava estressada, e eu a conheço a tempo suficiente para saber que ela está tão inquieta assim por causa do Mark, pelo visto o desentendimento entre eles mecheu com ela.
  - O Gap Dong sabe como nós duas agimos na investigação, e depois que ele matou a sua... - Eu ia dizer a mãe da Alícia, mas me corrigi, nao ia pilhar ainda mais a cabeça dela - A quarta vítima, ele tinha uma carta na manga, como se fosse um motivo pra você perder a cabeça, e se o Gap Dong usou o lobo demoníaco. - Falei e a Alícia ficou séria e engoliu em seco.
  - Isso quer dizer que... - Ela começou a completar a dedução e então levou a mão até o peito como se tivesse sido ofendida - O serial killer sabia que eu ia matá-lo assim que soubesse quem ele era, por isso colocou o lobo demoníaco na reta da minha arma, foi tudo uma armação pra eliminar alguém, isso quer dizer que o lobo demoníaco sabe alguma coisa sobre o Gap Dong, e por isso ele quis me usar pra resolver limpar o caminho pra ele!! - Quando ela terminou a dedução estava furiosa, levou as duas mãos a cabeça e alisou os cabelos, puxando os fios para tentar se acalmar. Jung Kook foi se aproximar dela para ver se ela queria consolo, mas ela balançou a cabeça em negação, e então Tae e Jimin bateram palmas.
  - Interessante. - Admirou Tae - E o que a gente faz agora? - Perguntou ele ainda meio perdido e eu coloquei a mão em seu ombro enquanto fitava a Mallya.
  - Nós vamos achar aquele lobo, e fazer ele falar, nem que seja na marra. - Falei determinada e a Alícia olhou pra mim.
  - O porão, temos que atravessar a Floresta das Almas e achar a alcatéia dos Fenrir. - Disse ela e foi até a cruz, Jung Kook a seguiu achando que poderia ajudar, mas bem no fim não foi preciso, a Alícia puxou a alavanca que havia atrás da cruz e então voltou a se reunir ao grupo.
  O chão começou a se abrir, como se fosse naqueles filmes antigos, e então a Alícia, que parecia ter recuperado o ânimo no caso, foi a primeira a descer a escada de pedras, ela acendeu a lanterna, e desceu os degraus, e quando eu estava me preparando para descer logo em seguida, o chão de repente se fechou, com tudo, fazendo um estrondo ressoar por toda a igreja. Tão rápido que mal pude acompanhar com os olhos. Meu coração acelerou de espanto. Essa não!

- Alícia on-

  De repente, o mínimo resquício de luz que havia nos degraus se dissipou, eu escutei um barulho alto e então o chão que antes havia sido aberto pela alavanca, agora havia se fechado, e eu tinha ficado lá dentro. Pelo visto presa. Meu coração disparou, e eu senti meu ar começar a oscilar, estava ficando ofegante.
  - Ok, Alícia, vamos manter a calma, respirar fundo... - Tentei me acalmar e então uma risada estridente ressoou pelas estantes de livros velhos e empoeirados me fazendo sentir estremecer de pavor até na alma.
  - Não tenha medo querida, se você for boazinha e me obedecer, eu vou terminar com isso bem rápido. Mas não garanto que não vá doer. - Escutei a voz de uma mulher e dentre as estantes, uma silhueta começou a se aproximar, e eu só consegui ver os olhos, dois pares de olhos, totalmente vermelhos.

Gente, ficou um pouquinho grande, me desculpem, mas eu precisava fazer esse final, então, valeu a pena😄 votem e comentem, eu amo quando interagem comigo! Bjs.

PRISON IWhere stories live. Discover now