39 - Sessão de Filme

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  Depois de ter almoçado e feito uma votação pra escolher que filme iríamos assistir, todos os inclusos na sala de estar, contando com: Jaebum, BamBam, Mallya, minha mãe e eu. Selecionamos dois filmes pra assistir. O primeiro foi O homem de ferro, e o segundo a ser escolhido foi A noiva cadáver. Porém, colocaram a noiva cadáver primeiro, minha mãe protestou um poquinho alegando que eu não deveria assistir filmes que tem um ar mais sombrio, mas eu a acalmei dizendo que estava tudo bem e que eu já havia assistido àquele filme mais de dez vezes, então a probabilidade de ter pesadelo com isso era bem baixa. Começamos a assistir, comendo pipoca que meu pai preparou pra gente. Infelizmente meu pai só fez a pipoca e teve que ir trabalhar, ele não podia nos acompanhar na sessão de filmes já que a delegacia estava precisando da presença dele.
  Eu me lembro de ter me sentado no sofá, que estava muito confortável, a Mallya estava do meu lado, e me lembro de ter assistido o filme até a parte em que a noiva cadáver pega o Victor e leva ele pro mundo dos mortos. Depois tudo ficou muito calmo, muito calmo mesmo e minhas pálpebras pesaram. Até eu não conseguir mais manter meus olhos abertos. Mas a música que o Victor tocou no piano ficava rodando na minha cabeça, enquanto lentamente eu me entregava indefesa ao sono. Embalada gentilmente naquele sofá extremamente confortável. E então tudo escureceu.

  Acordei na minha cama, na parte de cima do beliche, eu estava nua e tinha um lençol branco sobre o meu corpo, cobrindo a minha cabeça, tirei o pano do meu rosto e me sentei, segurando o tecido no busto pra não deixar meus seios aparecerem.
  Como eu vim parar aqui? Eu nem me lembro de ter jantado antes de vir pra cama, e agora estava tudo escuro e o quarto parecia solitário demais. Desci cuidadosamente do beliche e olhei na cama debaixo, BamBam não estava lá, a porta do quarto dos meus pais do outro lado do corredor estava entreaberta e tudo estava escuro lá dentro. Tudo parecia escuro demais na verdade, mesmo assim eu ainda conseguia enxergar algumas coisas.
  Fui até o armário e tentei acender a luz, não obtive sucesso. Não porque a luz tinha acabado ou algo do tipo, mas sim porque não tinha interruptor e nem nada que eu pudesse usar para acender a luz do quarto. A parede estava lisa.
  E eu nem me lembrava onde tinha posto o meu celular. Enrolei melhor o lençol em volta do meu corpo, fechando as mãos na parte do tecido no meu peito.
  Comecei a andar pra fora do quarto, o lençol parecia ter ficado molhado assim que eu cheguei nas escadas, eu não sabia se ia descer pra sala, estava muito escuro lá embaixo, não dava pra enxergar absolutamente nada.
  Acho que é melhor eu voltar pro quarto, o lençol parecia ter ficado ainda mais molhado, o que será isso? Me indaguei levantando uma das mãos na frente do rosto, tentando enxergar o que era aquele líquido espesso que escorria entre os meus dedos, e ainda com a claridade quase inexistente pelo corredor, eu ainda consegui identificar o que era aquilo. Sangue.
  Muito sangue, estava manchando o lençol inteiro, e sujando o meu corpo, soltei o lençol e ele caiu no chão, eu ainda estava nua e meu corpo agora estava banhado de sangue, dos seios pra baixo tudo estava vermelho e um cheiro metálico subia pro meu nariz me revirando o estômago.
  Inesperadamente um barulho de vidro se quebrando ecoou pela escada, vindo da escuridão lá debaixo até alcançar meus ouvidos.
  Meu coração disparou dentro do meu peito e meu corpo todo gelou.
  - Quem está ai?? - Indaguei olhando pro final da escada e ninguém respondeu. Só dava pra ouvir a minha respiração, eu estava ficando nervosa, eu não me sentia bem, meu estômago parecia que iria virar ao contrário se contorcendo por dentro e meu coração batia tanto que parecia que minha caixa torácica era pequena demais pra ele.
  - BamBam é você quem está ai embaixo? - Perguntei e nada me respondeu, só dava pra escutar minha respiração descompassada - Mãe? Pai? - Indaguei cerrando as mãos em punhos, eu estava tremendo, e minhas pernas pareciam bambas demais pra sair correndo. Minha respiração começou a se alterar.
  De repente eu vi algo branco sair da escuridão, e não era uma luz! Era uma mão, uma mão esquelética. Eu gritei e recuei dois passos pra trás quase caindo no chão ao tropeçar no lençol que estava molhado de sangue quente. Tentei ir mais pra trás e algo segurou meu calcanhar me congelando no mesmo lugar, meu coração parecia que ia sair pela minha boca naquele momento, eu senti um calafrio subir pela minha espinha e passar pela minha nuca dolorosamente e em seguida olhei pra baixo. E meus olhos contemplaram um esqueleto com os ossos sujos, agarrado no meu pé, me olhando com olhos brilhantes que pareciam prateados.
  Eu gritei o mais alto que pude desesperada, tentei correr e cai pra trás, resultado de ter escorregado no lençol e pelo esqueleto ter me segurado. Minhas costas bateram no piso frio e eu senti uma ardência forte na região das costelas, o esqueleto estava segurando meu pé e se arrastando pra perto de mim enquanto eu tentava me arrastar pra trás.

PRISON IWhere stories live. Discover now