14 - Asas Negras

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- Mallya on -

  Cadê a Alícia??? Me perguntei entrando no corredor mal iluminado, não havia nem mesmo cogitação de ligar a lanterna do meu celular, eu sabia que ela não ia pegar, tem alguma coisa dentro dessa casa que me limita, e eu não sei o que é.
  Dando passos cuidadosos eu começei a entrar no corredor, olhando de um lado para o outro, analisando as paredes escuras por causa de uma camada de sujeira espessa, a tinta descascada pelo tempo, e o chão, cheio de entulhos e vidro. Eram pedaços de madeira, objetos antigos quebrados, cacos de vidro que um dia foram garrafas de bebida alcoólica e brinquedos como bonecas de pano estragadas pelo tempo. Chegando na metade do corredor, eu dobrei a esquina, sim, havia mais uma parte daquele corredor longo pra caramba. E quando eu estava prestes a virar e pegar o caminho a esquerda que levaria a mais um corredor, eu escutei um grito feminino alto, e em seguida um barulho de disparo, a arma.
  - Alícia!
  Sai correndo segurando firmemente a katana nas mãos, assim que dobrei o corredor meus olhos contemplaram uma criatura encapuzada, muito alto e forte. Com algo bem longo nas mãos, parecia um cabo de lança. Ele estava em frente a uma porta aberta, e eu corri até ele, já preparada para reagir. Quando consegui chegar perto o sificiente, ele tentou me alcançar com a lança, o que eu descobri que na verdade era uma foiçe, e não era uma foiçe comum, era que nem aquelas foiças que só existem nas lendas sobre a morte. A lâmina quase cortou minha barriga a fundo. Eu consegui me esquivar a tempo para evitar perder os órgãos. E então rasguei o peito da criatura com a katana, descendo a lâmina de fora a fora no peito dele, da clavícula até a cintura. A criatura gruniu fazendo um barulho assustador e então me pegou pelo pescoço numa velocidade sobre-humana e me jogou no chão. Arquejando, eu cai de costas em cima de cacos de vidro e pedaços de madeira. Senti partes do meu braço direito arder e um líquido espesso e quente escorrer pelos meus pulsos, eu não conseguia me levantar, meu corpo todo estava imobilizado com a dor do simples ato de me mecher.
  Foi então que, em seu furor, não tive mais tempo, e ele lançou uma adaga na minha direção, eu ergui a katana pra tentar me defender, o tempo parecia correr em câmera lenta enquanto a ponta da adaga vinha em minha direção, mesmo que estivesse sendo um momento tão rápido quanto eu pudesse acompanhar. E então, assim de repente Taehyung entrou na minha frente, vi sua camiseta rasgar e se tornar pedaços de pano que caíram no chão e em seguida coisas penosas saírem de suas omoplatas e formarem um tipo de escudo pra me proteger. Aquilo eram... Eram asas negras enormes. Em seguida ouvi um barulho muito alto, que parecia um grito, tão forte que balançou a velha estrutura da casa e tão alto que eu tive que cobrir meus ouvidos pra não ficar surda.
  Tentei me levantar do chão e vi a criatura com quem eu havia brigado a menos de um minutos pular pela janela e se lançar sobre o telhado de uma casa, correndo rapidamente e dando saltos para agilizar sua fuga.
  Eu apenas respirei fundo e quando consegui me por de pé, vi Taehyung recolher suas asas, de volta para dentro de suas costas, com muita naturalidade. Apoiei minha mão esquerda na parede e fui até a porta, sentindo algumas pequenas dores enquanto andava, e assim que passei pela porta avistei Alícia. Caída no chão e inconsciente. Fui até ela e me abaixei ao seu lado, colocando a minha mão em seu pulso para verificar a pulsação, nunca me senti tão aliviada na minha vida quanto agora de saber que os batimentos estavam muito acelerados.
  - Alícia! Alícia acorda! - Chamei chaqualhando seus ombros, mas ao fazer esta ação senti uma dor atrás do meu braço direito, um certo tipo de ardência e em seguida um líquido escorria, passei meus dedos pela região e senti um caco, era isso que doía, tinha um caco enfiado na minha pele, e o líquido quente era sangue que escorria do machucado.
  - Você está bem? - Perguntou Taehyung vindo até mim e eu assenti, mas a minha cara de dor me entregou porque ele se abaixou ao meu lado e pegou no meu braço, em seguida eu só senti a rapidez com que ele retirou o caco, em seguida tirou um lenço branco do bolso da calça jeans e enrolou no meu machucado, eu não falei nada. Mas quando ele terminou de fazer o curativo pro meu machucado parar de sangrar. Eu olhei em seus olhos e agradeci sinceramente. Minha dor havia sumido.
  - Obrigada.
  - Eu avisei que aqui era perigoso pra vocês. - Disse ele e então se voltou para Alícia, que ainda estava desmaiada. Ele a pegou nos braços e então me apontou a porta - Agora vamos sair daqui, eu vou levar vocês pra casa.

PRISON IHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin