38 - Passando Mal

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  De repente todo o nevoeiro e a fumaça começou a se dissipar, uma coceira surgiu na minha garganta e eu comecei a tocir sem conseguir parar, pisquei os olhos sentindo as pálpebras pesarem, e quando abri os olhos de novo eu já não estava mais dentro da casa abandonada, nem eu e nem a Mallya, estávamos no gramado, mais perto da escola do que da casa, eu me sentia atônita, atordoada demais pra conseguir me levantar, meu corpo parecia mole e meus ossos pareciam se dissolver dentro do meu corpo, impossibilitando meus movimentos.
  Com dificuldade olhei para o lado, Mallya também estava deitada na grama, tocindo bastante, e atrás dela havia alguém de pé, eu não conseguia identificar quem era, pensei que fosse Taehyung, mas algo estava tremendamente diferente, minha visão estava embaçada demais e eu estava zonza demais pra conseguir me mecher, tentei apoiar os cotovelos na grama pra tentar levantar o rosto da grama gelada e algo que caiu muito rápido se chocou contra o chão, perto do meu rosto, era o meu canivete. Meu sangue gelou com o pensamento da lâmina quase ter me acertado. Eu sentia frio, um frio absurdo entrar pelo tecido da minha roupa, e conseguia sentir batidas fortes de dois corações. Um era meu, o outro eu não fazia ideia.
  Forçei minhas pernas e meu quadril, tentando criar resistência pra conseguir me virar, obtendo sucesso automaticamente na minha ação, consegui me deitar de barriga pra cima. Nesse meio tempo em que aos poucos eu sentia meu corpo e minha visão se recuperando, eu avistei uma capa preta, ou um manto não consegui identificar o que era, parecia ser uma pessoa, um homem coberto dos pés até a cabeça com um pano preto, mas eu não enxergava seu rosto. Com certeza ele não era o Taehyung.
  Quando minha visão voltou ao normal ele havia sumido. A única coisa que pude ver foi um raio de sol indo direto pra minha retina. Meu corpo recebeu um pouco de calor, aquela frieza que parecia se infiltrar pelas minhas roupas e atravessar a minha pele sumiu me causando arrepios. Me virei de lado pesadamente, resmungando algo que nem eu mesma entendi. Eu estava tentando chamar a Mallya, que estava deitada ainda, com os olhos fechados e respirando fundo, enquanto eu já forçava os braços no chão e me levantava.

  Alguns minutos depois conseguimos nos recuperar e voltamos para escola, indo pra sala de aula e chegando com dez minutos de atraso, Taehyung inventou que a Alícia e eu tínhamos comido muito chocolate e que isso revirou nosso estômago, e por ter passamos mal demoramos para ir pra sala de aula. A desculpa furada caiu como uma luva, não estávamos muito bem mesmo quando voltamos pra sala, e só eu e a Mallya, e o Taehyung depois de contarmos pra ele, que sabia a verdade do por que de estarmos tão pálidas e meio atordoadas.
  Durante as últimas três aulas que passaram voando, eu e Mallya, com o Taehyung de platéia, anotamos e fizemos mais deduções e chegamos a conclusões também sobre o caso da casa abandonada, Gap Dong teria de esperar mais um pouquinho já que agora nosso foco maior seria descobrir se quem matou o namorado da Thália foi o pai ou a mãe dela. Bem no fim resolvemos que teríamos de voltar a casa abandonada pra abrir de uma vez aquela porta do Dragão. Algo em minha intuição me investigava de que ali teria respostas pra tudo o que precisávamos.
  Porém, além disso ainda tínhamos outro compromisso fora o de investigar dois casos que estavam nos corroendo de curiosidade. O que provavelmente tomaria quase a tarde toda.

  - Vamos investigar mais as três da tarde? - Me perguntou Mallya com expectativa e eu suspirei pesadamente.
  - Infelizmente não. - Respondi e Mallya me encarou desentendida o que consequentemente me levou a explicar - Hoje vai ter sessão de filmes com a minha mãe. - Falei e Mallya franziu o cenho já se lembrando que semana passada minha mãe havia combinado isso conosco.
  - E eu sou obrigada a participar? - Indagou ela preocupada e eu assenti.
  - Ela disse que nos trancaria no quarto de castigo por uma semana inteira se não participarmos. - Relatei e Mallya bufou indignada.
  - Sua mãe está ficando cada vez mais malvada! - Protestou ela e eu assenti passando pelos portões, finalmente saímos da escola! Eu já não aguentava mais ficar lá dentro. No meio tempo em que esperamos BamBam e Jaebum chegarem até nós duas, respiramos fundo sentindo o cheiro maravilhoso que estava alastrado pelo lado de fora da escola, era o doce cheiro de liberdade!
  - Finalmente livres! - Exclamou Mallya e eu dei risada, sei bem como ela estava se sentindo. Logo depois de nos espreguiçarmos aproveitando o momento, BamBam e Jaebum apareceram do nosso lado, nos embalando em abraços e bagunçando nossos cabelos, como sempre faziam quando queriam nos perturbar, e em seguida eles sairam correndo já sabendo que nos vingariamos deles por isso.
  - Vamos bater neles com os estojos? - Perguntou Mallya e eu já tirei as alças da mochila dos ombros, observando BamBam e Jaebum correndo as pressas pra dentro do civic da minha mãe. O cabelo deles estavam mais bagunçados que os nossos, mesmo assim nos vingariamos.
  - Vamos usar as mochilas mesmo, são mais pesadas. - Falei e Mallya tirou a mochila das costas se preparando. Contamos até três e disparamos a correr atrás deles.

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