24 - Pombinhos e Escritoras

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  Ao por os pés no corredor dos armários eu escutei um gemido. E é óbvio que eu imaginei besteira. Eu não estava mais segurando a mão de Mark, mesmo assim ele estava atrás de mim, ainda na escada esperando eu adeentrar no corredor de uma vez. Só que conhecendo bem a Mallya do jeito que eu conheço é melhor eu dar a entender que estou chegando antes de simplismente pegar os dois no flagra. E eu não estou afim de encontrar uma cena embaraçosa e sim de buscar minha amiga e correr pra biblioteca antes que o meu tempo acabe.
  - Mallya, você tá ai? - Chamei um pouco alto e escutei alguém arquejar, em seguida uma voz em alerta me respondeu.
  - To! - Era a Mallya, aguardei por alguns instantes e pouco depois eu entrei no corredor.
  Ao avistar ela e Taehyung de frente pra alguns armários no centro do corredor recolhendo as mochilas do chão eu fui até lá, fingindo não me importar com a notável bagunça que os dois estavam, com as roupas amarrotas e os cabelos muito bagunçados.
  - Tava muito ocupada? - Perguntei à Mallya fazendo uma provocaçãozinha e ela negou limpando o baton todo borrado dos cantos dos lábios. Taehyung também estava de baton.kkkkk
  Eu queria saber como é que eu estava imaginando que ia acontecer uma coisa dessas.
  - Não, de maneira alguma. - Respondeu ela segurando o riso e eu me contive pra não rir também - Você e o Mark se divertiram tomando sorvete?
  - Sim... - Respondi me lembrando do sabor maravilhoso do sorvete... Imediatamente me lembrei do fato sobre o Gap Dong, da possível resposta do significado da rosa vermelha - E o Mark deu uma ideia sobre o que a rosa vermelha pode simbolizar! - Falei eufórica juntando os meus pensamentos e Mallya pois a mochila nas costas e ficou séria prestando atenção no que eu dizia - Talvez a rosa vermelha esteja relacionada com a casa abandonada já que achamos sangue da vítima lá! - Assim que terminei de falar Mallya já estava me empurrando pra fora do corredor. E abandonando Taehyung pra trás.
  - Então vamos logo pra biblioteca porque se tem uma pessoa que é velha o suficiente pra entender essas coisas é a rabugenta da Olívia! - Disse ela e quando me virei para as escadas não vi mais o Mark, eu pensei que ele tinha vindo comigo contar pra Mallya sobre a dedução.
  - Mallya você viu o Mark entrar no corredor comigo? - Perguntei quando começamos a subir as escadas.
  - Não, você estava sozinha quando veio falar comigo. - Respondeu ela subindo os degraus com rapidez, minhas pernas estavam doendo um pouco e meu joelho que vive me dando dor estralou, isso não é um bom sinal, tomara que ele não fique inchado hoje.
  Em meio a nosso percurso Mallya olhou pra mim preocupada.
  - Por que? Aconteceu alguma coisa pra ele não estar com você? - Perguntou e eu neguei pondo a mão no corrimão pra me apoiar, essa escada está acabando comigo hoje!
  - Não, é só que ele estava comigo até agora pouco e então sumiu do nada. - Falei respirando fundo e então continuamos a subir as escadas.

  - Não entendo porque nessa escola não tem elevador! - Protestou Mallya quando finalmente chegamos no quinto andar, eu dei risada, porém mesmo assim não paramos de andar até chegarmos na biblioteca, e só pra constar, uma leve ardência estava subindo dos nervos do meu joelho direito e fazendo minha coxa latejar. É, tenho certeza que meu joelho vai ficar inchado quando eu chegar em casa.
  - Ah! Aigoo, finalmente chegamos! - Arfou Mallya quando paramos diante das portas da biblioteca, eram altas portas de carvalho, e eu estava ansiando pra sentir aquele característico cheiro de páginas de livros.
  Antes de mais nada Mallya e eu tomamos fôlego e logo após abrimos as pesadas portas. E aquele cheiro maravilhoso de livro novo e livro velho invadiu diretamente nossos narizes. Como de costume, eu e Mallya inalamos profundamente aquele cheiro encantador, e fomos até o balcão da bibliotecária extasiadas pela magia de estar num lugar tão sagrado quanto esta maravilhosa biblioteca. E como é sagrado! Foi aqui que eu e Mallya vivenciamos nossas melhores aventuras até começarmos a investir em investigações na vida real. Mesmo assim ainda tínhamos o obcessivo costume de pegar um monte de livros emprestado e levá-los pra casa pra ler. Essa biblioteca tem os melhores momentos da minha infância.
  Pousei meus cotovelos sobre o balcão abrindo um sorriso e Mallya fez o mesmo, só que o sorriso que ela deu era falso. Kkkkkk. A Mallya não gosta da Olívia, ela realmente gosta de dedurar tudo que aprontamos pros nossos pais, o que gera castigo na certa. Não temos culpa se estamos quase todo santo dia tentando salvar a ex-pacata cidade de Helltown, a culpa são dos criminosos. E é por isso que a Olívia não sabe que somos detetives, porque se não ela nos ferraria impiedosamente! Por isso também que fingimos ser escritoras, é uma boa desculpa pra conseguirmos informações pra casos quando precisamos falar com ela.
  - Olívia... - Chamei fazendo uma carinha de anjo e ela arqueou uma sobrancelha duvidosa - Eu e a Mallya precisamos de ideias pra nossa nova história, e queríamos saber sobre a verdadeira história sobre a casa abandonada que fica atrás do Colégio. Conta pra gente? - Pedi carinhosamente e a velha senhora cruzou os braços sobre os peitos em sua cadeira recostável, me lançando um olhar amedrontador.

PRISON IWhere stories live. Discover now