52 - Dores do Pervertido

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  Desci do beliche com pressa, tomando cuidado com meus machucados e alcancei Mark no chão, ele estava suando e quando eu me aproximei pude sentir um calor forte emanar de sua pele e me atingir, atravessando meus dedos quando fui toca-lo, por impulso eu recuei pra trás com receio, eu nunca havia sentido aquilo antes, como se eu pudesse sentir o calor corporal de uma pessoa sem se quer ter a tocado, mesmo assim eu coloquei minha mão em seu ombro, tentando ver como ele estava, a blusa ensopada de sangue respondia a minha pergunta. Eu precisava levar ele pra enfermaria da casa, não sei a gravidade de seus ferimentos, mas preciso tentar ajudar ele.
  - Mark você consegue andar? - Perguntei e Mark arfou mordendo o lábio, ele estava com dor naquele momento, mas parecia tão sexi que eu acho que corei por ter imaginado demais... Droga! Eh mente terrível que eu tenho!
  Passei o braço dele pelos meus ombros e o ajudei a levantar, o fazendo se apoiar em mim. Mark pressionou ainda mais os machucados pra estancar o sangue que escorria sem parar e então fomos pra enfermaria. Felizmente ela ficava no mesmo andar que os quartos, e conseguimos chegar lá sem muito sofrimento e inclisive sem ter de descer ou subir escadas.
  Mark se sentou na maca e eu fui pro armário pegar as coisas que eu tinha usado pra quando fui fazer meus curativos, quando me voltei pra Mark novamente eu quase derrubei as coisas no chão, meu coração até falhou... Mark havia retirado a blusa e eu tenho que admitir que ele tem um abdômen muito... Alícia se controla! Eu sei que ele é lindo mas você não pode pirar na batatinha só por que o aluno novo da minha sala é um tremendo gato... Eu tentava me acalmar enquanto me aproximava de Mark e colocava os objetos das minhas mãos sobre a maca, ao lado de Mark.
  - Você sabe fazer curativos? - Perguntou Mark e eu assenti, eu não ia conseguir responder nada pra ele em voz alta, não com esse homem sem camisa... E enquanto eu preparava o remédio que minha mãe me ensinou a misturar pra poder estancar o sangue, foi que eu raciocinei uma coisa... Os cortes estão no braço e no abdômen... Morri!
  Com cuidado eu peguei uma bolinha de algodão e me pus na frente de Mark, tentando não olhar pra barriga linda desse homem mesmo não conseguindo, e então molhei o algodão no remédio e me aproximei mais um pouco pra ter facilidade em aplicar o remédio. E assim que eu ia aplicar Mark segurou o meu queixo e me fez olhar pra cima, pros olhos dele.
  - Você fica muito fofa vermelha desse jeito. - Disse olhando nos meus olhos com um sorriso e eu senti minhas bochechas queimarem mais do que já estavam.
  - E-eu o que...? - Perguntei meio gaguejando e Mark gruniu de dor virando o rosto pro lado, foi então que percebi que eu tinha encostado o algodão com remédio no machucado de Mark - Desculpa, mas vai arder um pouco. - Avisei com um meio sorriso tentando ser simpática, mesmo me sentindo uma idiota culpada por não ter avisado antes e então olhei pro abdômen de Mark, me segurando pra não morder meu lábio enquanto passava o algodão cuidadosamente nos cinco cortes que estavam no pé da barriga de Mark. Depois de parar de sangrar eu passei outro algodão com remédio no braço direito de Mark.
  - Por que você tem uma enfermaria dentro de casa e não um kit de primeiros socorros como todo mundo? - Perguntou Mark quebrando o silêncio com sua curiosidade, e eu levantei a cabeça para olhar pra ele.
  - Minha mãe é médica. - Revelei e Mark pareceu compreender, não dizendo mais nada enquanto mordia seu lábio me fitando. Rapidamente eu, com vergonha, baixei o rosto pra pegar os curativos, o que me fez olhar novamente para o braço de Mark.
  - Vai ter que usar blusa até sumirem. - Comentei me referindo aos cortes e algo veio a minha mente, os cortes de Mark eram iguais aos meus.
  - Não preciso, eu estou morando sozinho ultimamemte e não preciso dar satisfações aos meus pais... - Contou Mark e eu comecei a pensar em outras coisas. Se o Mark quem é a criatura esquelética... Então por que ele me assombra a tanto tempo? E por que me persegue? E... Ai meu santo Kook, eu já sei quem é o pervertido que invadiu o meu banheiro!

- Mallya on-

  Suspirei pesadamente e então olhei pra água do mar, assistindo as ondas puxarem a água, fazendo seu recuo e depois virem por cima da areia molhada e das conchinhas que estavam perdidas pelo chão.
  - Eu me tornei detetive pela minha mãe e em partes pelo meu pai. - Admiti sentindo uma sensação nostálgica me embalar, junto com a brisa noturna carregada pela maresia - Eu não sou daqui, eu nasci entre as partes mais escuras da floresta que cerca Helltown, e de uma forma que nem os médicos sabem explicar, eu sobrevivi lá dentro até atingir cinco anos de idade, até meu pai e o pai da Alícia me encontrarem na mata.

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