174 - Cemitério

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  Meu cérebro tinha parado de tentar me dar informações sobre a guerra entre duas alcatéias poderosas que acontecia ao meu redor, eu só conseguia pensar na Alícia, eu precisava achar ela o mais rápido possível. Peguei meu celular no bolso do jeans, ignorando o fato das minhas mãos estarem sujas de sangue e liguei para Alícia, ela sempre deixa o celular no modo vibrar, então se estiver no bolso de sua calça ela vai sentir.
  Quando a primeira ligação caiu na caixa postal eu já estava fazendo a segunda, com o celular entre o ombro e o ouvido na tentativa de segura-lo e manter as mãos livres para me defender com a katana, os lobos não cessavam de vir pra cima. Uns na forma animal, outros na humana, e todos com muita agressividade.
  Taehyung ainda estava me arrastando pela multidão, puxando a manga da minha blusa com uma mão enquanto matinha a outra livre para esfaquear qualquer lobo que lhe atacasse. E volta e meia isso acontecia. Parecia até natural para o Tae matar os lobos, ele sabia como usar as facas com precisão, matando de uma maneira rápida e direta. Eu também estava agindo assim, mas eu não estava matando rápido por piedade, estava fazendo isso porque não havia tempo para perder com lobos que possívelmente podem arrancar sua cabeça com uma patada se você bobiar.
  - Onde ele está? - Perguntei ainda com o telefone no ouvido e Taehyung se voltou pra mim rapidamente e atravessou sua faca na cabeça de um homem que tentou me pegar pela reta-guarda.
  - Não sei, parece que é na Floresta, ou no cemitério, eu não consigo ter certeza, a energia dele está ficando fraca. - Falou Taehyung preocupado e eu engoli em seco, ele não pode fugir.
  - Não perde ele Tae! Vai atrás dele e me manda mensagem se achar! Eu vou atrás da Alícia! - Avisei e Taehyung me puxou pra perto.
  - Não sei se é uma boa ideia nos separarmos. - Disse ele alarmado olhando dentro dos meus olhos e eu guardei meu celular de volta no bolso, e então dei um beijo nele, rápido e intenso. Sentindo seus lábios macios e cheios de desejo se encaixando perfeitamente nos meus, e então me afastei, mesmo com a relutância e com o coração ainda mais acelerado do que já estava.
  - Vai, eu te encontro lá. - Falei e ele se afastou de mim, agora empunhando as duas facas, e se voltando a enfrentar a multidão de licantropes novamente, e assim que eu me virei para o bar em chamas avistei um lobo branco com olhos vermelhos avançando sobre outros dois lobos cinzentos que partiram pra cima dele ao mesmo tempo. Estava a uns cinco metros distante de mim. E me deixou pensativa.
  Pelo que eu sei têm três alphas aqui, o Wonho que é um lobo preto de inverno, o alpha dos Fenrir que é um lobo preto climatizado ao verão, e... O pai da Alícia, aquele alpha branco só pode ser o pai dela! Ele deve estar mantendo a Alícia por perto, é um palpite, que eu vou ter que testar.

- Alícia on-

  Não sei como, perdi o Mark de novo, ele estava perto de mim, mas começou a cismar de arrancar a cabeça de lobos na forma animal e acabou indo pra direita, quando eu estava a sentido da esquerda junto com meu pai, ele atacava os lobos e eu os homens, até que dávamos uma boa dupla, mesmo que ele estivesse se saindo muito melhor do que eu em matar. Afinal ele era um alpha, e eu só tinha uma arma na mão e meu canivete, que era muito útil para cortar gargantas. Ele estava afiado.
  Quando pensei que tinha me livrado de um cara chato, surgiu outro, que tinha me pego e tentado quebrar o meu pescoço, ele tirou meus pés do chão e me ergueu por trás, com um braço me sustentando no ar e o outro virando a minha cabeça, mas eu ergui a arma e coloquei debaixo do queixo dele, e apenas um tiro foi suficiente pra acabar com o aperto, sangue espirrou no meu rosto e quando meus pés atingiram o chão novamente, o corpo dele caiu no chão sem vida, e a Mallya apareceu no meu campo de visão, estava usando a katana impiedosamente contra três lobos que a atacavam ao mesmo tempo.
  Meu peito se encheu de alívio ao ver que ela estava bem, e eu me prontifiquei em me aproximar, já destravando a arma e mirando durante os passos em direção a ela. Atirei na testa de um lobo, a Mallya matou o outro passando a lâmina da katana na garganta dele, e eu liquidei o terceiro com outro tiro. E então nos alcançamos.
  - Já matou bastante? - Perguntei abrindo um sorriso e ela pegou no meu braço, não estava brincando, estava séria, o que me deixou preocupada, tinha acontecido alguma coisa.
  - O Gap Dong está aqui. - Ela disse e meu corpo gelou, todo o calor no sangue e a emoção da batalha se esfriou e eu senti um gosto amargo na boca - O Tae foi atrás dele. Ele vai me ligar quando conseguir a localização exata. - E foi questão dela terminar de falar que o telefone tocou.

PRISON IWhere stories live. Discover now