PRISON I

121 - Filhote de Dragão

- Mallya on-

  A barra de ferro caiu da minha mão e eu me virei na direção do sofá onde estava o ovo de dragão, será que ele está chocando...?
  Quando meus olhos bateram em cima do ovo, eu vi a pequena rachadura que havia se formado na parte superior da casca do ovo. Uma euforia muito grande tomou conta de mim, eu estava ansiosa pra ver aquele ovo chocar, e ele estava fazendo isso agora. Nem piscar eu não me permiti, me aproximei do sofá em chamas, eu não podia tocar no fogo, e nem chegar muito perto pra não me queimar, mas eu estava tão eufórica por ver as rachaduras subindo e descendo pelas laterais do ovo que mal me contive quando começei a sentir o calor do fogo irradiando pela minha pele.
  As minhas ações seguintes foram mais que um simples impulso, eu começei a entrar no fogo, eu sei que não deveria, e meus corpo todo e a minha mente me repreendiam por fazê-lo, todo lado racional existente dentro de mim queria me parar, mas eu me permiti ir até o ovo, até o pegar na mão, dentro das chamas ardentes, porém o fogo não me queimava, ele aquecia minha pele, eu sabia que deveria sair dali antes que me machucasse, mas eu estava hipnotizada demais pra me afastar. Lentamente o ovo começou a partir, se mechendo, como se o que estivesse dentro dele estivesse ansioso pra sair, para conhecer o mundo de fora, mas depois parou, ainda estava no fogo. Eu também estava no fogo, sentada no sofá em chamas, porém o fogo não me consumia. E o ovo tinha parado de chocar. Mas por que?
  Enquanto tentava entender meus cabelos começaram a mudar, e pelas pontas eu fui percebendo que meu cabelo preto, agora estava ficando branco, subindo das pontas até chegar na raiz. Minhas roupas pegaram fogo, foram incendiadas e destruídas até se tornarem cinzas, fiquei com medo se ser dizimada pelo fogo também, mas ele não me consumiu, o fogo me deu no lugar das roupas, um vestido preto, quase como uma armadura negra, que tomou meu corpo, revestindo com o tecido negro cada parte de mim, deixando um decote no busto, e partes com aberturas nas laterais. No meu braço direito surgiu um bracelete de ferro preto cobrindo todo meu antebraço, o fogo parecia cavalgar nas minhas veias, coo se fosse parte de mim naquele momento, como se fosse meu sangue. Na minha perna direita outro bracelete surgiu, cobrindo minha perna do joelho pra baixo. Uma jóia surgiu no meu pescoço, se juntando ao colar que o Tae me deu no dia em que fiz aniversário e correntinhas douradas revestiram minha cintura, trançadas em ouro com toda delicadeza. Senti algo formigar nas minhas omoplatas, como se algo tivesse escondido nos meus ombros, mas não me importei tanto com isso porque o ovo nas minhas mãos se abriu de uma vez, tomando minha atenção enquanto revelava um filhote de Dragão cuja cor branca predominava seu corpo inteiro. Ele era pequeno e me fez lembrar de uma serpente assim que bati os olhos nele, porém tinha asas majestosas e firmes, e garras em suas patas que eram bem afiadas. Quando ele levantou sua cabeça e olhou pra mim, senti meus olhos brilharem, e algo dentro de mim, fez o coração no meu peito explodir de emoções, me dando o sentimento forte de querer cuidar dele, mesmo que eu já pretendesse desde que pensei em deixa-lo chocar.

- Alícia on-

  Faltava 10 centímetros pra alcançar minha arma, só dez, mas eu não conseguia pegá-la porque a fantasma estava me estrangulando com as próprias mãos, apertando minha garganta com seus dedos finos gelados, enquanto ria me observando com seus olhos negros.
  - Desista, você não vai escapar de mim. - Avisou a fantasma apertando mais meu pescoço e eu cerrei os olhos tentando puxar ar, eu não estava conseguindo respirar, essa vaca cretina tomou todo meu ar enquanto aperta minha garganta. Eu não... Eu preciso de ar.
  Comecei a me debater, eu já tinha aguentado muito, estou cheia de machucados que nem sei exatamente como consegui, e não consigo me livrar dela, ela simplismente grudou no meu pescoço, e não solta mais. Abri os olhos, numa última tentativa, e tentei mecher as pernas pra chutar ela, não adiantava muito já que eu estava presa debaixo dela, com as pernas encurraladas e um dos braços rendidos, só me restava o outro pra me libertar. Tentei pegar a arma mais uma vez, e então comecei a me debater, até conseguir afrouxar as mãos da fantasma no meu pescoço, foi o suficiente pra que eu conseguisse pegar a arma.
  Peguei o revólver e dei um coronhada na cabeça da fantasma, com muita força, pra ela me soltar de uma vez. E ela o fez, cambaleando pro lado irada. Enquanto eu rolava um pouco na grama, tocindo enquanto tentava recuperar o fôlego.
  - Sua... - A fantasma se levantou, vindo atrás de mim, meu coração acelerou, e ela mal teve tempo de falar e uma foice arrancou sua cabeça, espirrando sangue na grama. A cabeça da fantasma caiu no chão, rolando com os olhos abertos, enquanto o corpo caia de joelhos, e depois no chão. E atrás dela, estavam o Mark com a foice na mão e o Taehyung. Alívio correu nas minhas veias como sangue naquele momento.