53 - Anjo Caído

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Tae alcançou algumas uvas e começou a comer e me dar, enquanto eu continuava contando e olhando pro mar, hipnotizada pela frequência das ondas.
- A minha mãe era muito querida pelo povo da cidade, todos achavam que eu tinha morrido junto com ela na floresta, mas depois que me encontraram muitos boatos foram espalhados pela cidade, pelo fato de que eu tive o começo da minha vida dentro de uma floresta eu não conhecia as regras dos homens daí todos começaram a me julgar e o rancor foi desfarçado pelos boatos maldosos das pessoas até que finalmente as pessoas pararam de esconder aquilo que tanto pensavam, elas me culpavam pela morte da minha mãe. Achavam que eu era amaldiçoada por ter sobrevivido e pensavam que eu havia matado a minha mãe no parto, por ser um demônio.
- Por que você e sua mãe estavam na floresta? - Perguntou Taehyung me damdo mais algumas uvas, seus olhos não desgrudavam de mim, mas eu ainda insistia em olhar para o mar.
- Por que ela foi sequestrada por homens que queriam o dinheiro do meu pai, mas meu pai não tinha todo o dinheiro e chamou a Polícia pra tentar salvar minha mãe e eu que estava em sua barriga. Eu não sei o que aconteceu depois disso, o que eu sei é que me acharam na floresta. - Relatei e Tae se aproximou de mim e se acomodou ao meu lado, acariciando meu rosto.
- E depois? - Perguntou e meus olhos sairam da praia para encarar as íris cinzentas do rapaz diante de mim. Me perdendo em seus olhos.
- Durante muito tempo eu sofri com os boatos, eu realmente acreditei que era um demônio, mesmo sabendo que era uma humana lá no fundo, mas chegou uma época que eu desisti de ser o que as pessoas queriam, meu pai nunca me aceitou completamente e minha mãe estava morta, então eu coloquei um pé na frente do outro e não liguei para mais nada. Apenas comecei a caçar demônios que saiam da linha, e um tempo depois Alícia entrou na minha vida e começamos a caçar tanto demônios quanto bandidos cretinos que pensam que podem chegar em Helltown e bagunçar nossa cidade. Já não era apenas demônios, era qualqier ser que saísse da linha que investigariamos e colocariamos na linha, mesmo que fosse a força. Eu não era uma assassina como todos queriam que eu fosse pra me culpar pela morte da minha mãe e por isso me tornei detetive, pra pararem de me ver dessa forma, e deu certo, o único problema é que meu pai jamais parou de me culpar. Ele nunca sentiu orgulho de mim.
- Eu lamento. - Tae suspirou me compreendendo e eu mordi meu lábio inferior me sentando no colchão, não queria mais ficar apenas deitada.
- Não lamente, eu não me importo. - Avisei e Tae se sentou também me fitando com curiosidade.
- Não entendo a sua personalidade. - Admitiu e começou a se aproximar com um sorriso - Que tal se eu tentasse entender mais um pouco? - Propôs ele colocando suas mãos na minha cintura e eu abri um sorriso desciando o alcance da minha boca para ele.
- Só depois que você me contar uma coisa? - Falei e Tae franziu o cenho.
- Prefere saber mais sobre mim do que ser agarrada? - Indagou e eu me segurei pra não rir.
- Na verdade não. Porém estou com uma curiosidade e quero tira-la. - Declarei e Tae me fez deitar no colchão, mordiscando meu lábio.
- E o que você tanto quer saber? - Indagou enquanto passava a língua em seus lábios e a boca dele estava tão próxima que eu senti sua língua passar pelo meu lábio inferior.
- Por que você caiu? O que um anjo tão lindo pôde ter feito pra ser banido do céu? - Indaguei deslizando meu dedo pela maça do rosto de Tae, olhando em seus olhos e ele se levantou de repente, ficando sério. O que será que eu fiz?
- Eu não fiz o que me ordenaram. Apenas isso. - Afirmou Taehyung com seriedade e eu me sentei o fitando desentendida, o que será que ele fez pra ter ficado sério tão de repente?
- Eu quero saber o que foi. - Protestei me aproximando dele, e Tae se virou de lado observando algumas frutas, eu aproveitei o momento para o abraçar por trás e sussurrar em sua orelha - Eu prometo que não conto pra ninguém...

- Alícia on-

- Você é o pervertido que invadiu o meu banheiro? - Finalmente perguntei, temendo a resposta, e Mark fitou o guarda-roupas sem me responder, eu tinha acabado de faer todos os curativos nele e agora estávamos no meu quarto, diante do guarda-roupas do BamBam, procurando uma blusa que o Mark pudesse vestir. Por sorte achei uma bem rápido. Quando me voltei oara Mark com uma blusa preta ele resolveu falar alguma coisa.
- Eu posso explicar. - Alertou e então vestiu a blusa para depois acrescentar - Mas você precisa entender.
- Então me explica. - O encorajei impaciente e Mark mordeu seu lábio inferior me fitando apreensivo. Enquanto ele se preparava pra dizer sei lá o que eu fui até a escrivaninha e peguei um copo de água da jarra, o BamBam sempre deixa uma jarra de água no quarto porque eu tenho medo de sair do quarto durante a noite.
- Estamos conectados. - Declarou e eu engasguei com a água.

PRISON IWhere stories live. Discover now