PRISON I

166 - Castigo

- Alícia on-

  "Confesso que estranhei quando o Mark usou uma faca pra brigar naquele dia, eu esperava mais uma arma, mas não é essa, a faca que ele usou era diferente, o cabo era osso e a faca era apenas uma faca normal de caça, não havia prata em nenhuma parte da faca do Mark naquele dia."
  As palavras do Tae estava rodando pela minha cabeça enquanto eu tomava meu banho, era um alívio saber que ele era inocente também, aquela sensação perturbadora dos meus instintos até havia diminuído com essa afirmação, então Mark foi tirado da minha lista de suspeitos prioritários, imune as acusações. Talvez Mark tenha sido apenas mais um que o Gap Dong tenha usado pra por no meio do jogo, mais um inocente pra ser jogado na cadeia, tudo para dispistar o verdadeiro assassino, brincadeiras para destrair os imvestigadores e dar mais tempo para o serial killer se divertir. Mas isso não vai acontecer, nem que eu tenha que ir até o inferno acordar Lúcifer, eu vou pegar o Gap Dong. E não sei o que vou fazer com ele depois... Meu pai havia me deixado confusa com as coisas que me disse hoje, fortalecendo o lado da minha mãe dentro de mim para que eu nunca cedesse a psicopatia, que lutasse contra ela, como se fosse um câncer que me corroesse, mesmo sabendo que era maligno e não havia cura, mas que eu pelo menos podia ignorar e tentar controlar pra viver... Ou melhor dizendo, não ir parar na cadeia por cometer um crime.
  Compreensível, tudo compreensível, menos o sumiço de Mark, agora já eram provávelmente dez horas da noite, eu já havia jantado e feito tudo que devia, só ia terminar meu banho e dormir, então onde ele se meteu? O dia todo sumido assim, sem nem mandar mensagem ou responder minhas ligações? Será que aconteceu alguma coisa? Ou quem sabe a mãe dele deu as caras...?

- Mallya on-

  Eu tinha acabado de por Huoyan para dormir, ele estava se alimentando bem ultimamente e eu gostava de ver que ele estava tão tranquilo quanto realmente aparentava, afinal havia passado o dia todo inquieto, e agora finalmente aquietou. Permaneci parada ao lado da caminha dele, analisando o quão fascinante era ter um dragão, eu admirava sua beleza imponente, seu furor e toda aquela bravura que apenas os dragões podiam ter, era incrível demais para ser real, mesmo sendo, e eu me sentia praticamente mãe dele. Acho que na realidade sou mãe dele, minha mãe o deixou pra mim, o que me fazia ter ainda mais carinho por ele, e eu o vi nascer, o que nos ligava de maneira mais forte que qualquer coisa que eu poderia imaginar.
  Creio que fiquei um bom tempo ali parada, apenas observando o dragão dormir, até ouvir a porta do quarto ser abertar, quando me virei para ver quem era, avistei um anjo caído bem atraente em uma calça social preta, camisa branca, e uma gravata um tanto frouxa sem contar a jaqueta de couro que havia por cima, tive que me apoiar na beirada da cama quando senti o ar fugir dos meus pulmões, Taehyung estava deslumbrante, extremamente sexi a ponto de tirar o fôlego, literalmente. E seus olhos estava azuis, num tom acinzentado que revelava seu lado angelical de maneira mais atraente. Não sei se a intenção dele era me matar, mas conseguiu.
  - Seu pai não está em casa. - Começou Taehyung, me fitando com olhos famintos, deu um calor quando escutei sua voz rouca que eu até engoli em seco, eu estava ficando com uma vontade avassaladora de puxar aquela gravata pra trazer aquele pedaço de mal caminho pra perto de mim - Seu irmão está dormindo, e o quarto dele é bem afastado do seu... - Continuou Taehyung e eu senti meu coração começar a disparar, só de imaginar o que aquelas palavras significavam... - Estamos sozinhos praticamente. - Concluiu ele e então ficou sério - Não gostei daquele garoto que você conheceu. Você foi uma garota muita má hoje...
  - E o que você vai fazer comigo...? - Perguntei abrindo um sorriso ladino e ele abriu outro sorriso, tão malicioso quanto o meu.
  - De uma coisa pode ter certeza Mallya... - Disse Tae passando a língua nos lábios de maneira provocante - Amanhã você não anda.