91 - Medos Mortais

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  - Eu sei o que veio buscar. Pode ir embora agora. Aqui, a única coisa que você vai levar serão machucados quase impossíveis de curar. - Alertei e o rapaz alargou mais seu sorriso, de uma forma fora do comum, como se eu estivesse o desafiando e ele estivesse gostando.
  - Por que está tão brava? Eu não estou fazendo nada demais, ela gosta da minha presença. - Respondeu Mark tranquilo se referindo a Alícia e eu senti meu sangue ferver, instintivamente minha mão segurou o cabo da faca.
  - Vai embora cavaleiro. Você sabe do que eu sou capaz. - Ordenei firme e ele saiu da pia, vindo calmamente até o balcão enquanto desmanchava seu sorriso, seus olhos não saiam da faca na minha mão.
  - Eu não quero machucar ela. - Disse direto e seu olhar foi da lâmina para os meus olhos, agora seu sorriso não existia mais, e a seriedade havia tomado o seu rosto - Eu só quero encontrar a minha mãe, ela sumiu a meses, desapareceu do nada. - Contou e eu levantei a faca.
  - Então por que veio atrás da Alícia?? - Indaguei ríspida e os olhos de Mark se ascenderam enquanto o cabelo ficava num tom de vermelho mais claro, parecendo sangue.
  - Eu queria conhecer a minha outra parte, a pessoa com quem eu estou conectado, a doce e inocente Alícia, que nem imagina que a mãe dela deu um gato preto pra ela, pra tentar me afastar. - Disse Mark mudando de assunto e o sorriso voltou pro seu rosto me deixando com o sangue borbulhando de raiva. - Você é uma mãe muito protetora, se deu todo o trabalho esconder da sua filhinha o que ela é, e nem se preocupou em avisar que a melhor amiga dela também pode ser perigosa. Se bem que, você é tão protetora, que nem contou pra ela que ela e a amiga tem o mesmo sangue. - Mark caçoou e eu desmanchei meu sorriso.
  - Não gostei da sua resposta, e estou pensando seriamente em fatiar você e dar pro gato. - Expliquei impaciente e com um tom mais sério ele apontou pra faca, me observando.
  - Você sabe que se me matar, ela também morre. - Me relembrou ele e eu segurei a faca com mais força.
  - Pare de rodeios seu cretino, você e a sua mãe são duas cobras, me responde logo o que você quer com a Alícia?! - Questionei me exaltando e levantei a faca de forma ameaçadora, mas ele não respondeu, ficando sério - Tem noção do que pode acontecer se ficarem juntos?? - Indaguei nervosa e Mark pareceu pensativo.
  - Eu sei que ela pode morrer se ultrapassarmos os limites que ela suporta, mas eu não quero machucar ela, eu... - Mark parou de falar, em meio a sua explicação ele simplismente parou de falar, preocupado com o que poderia ter dito, como se estivesse surpreso com ele mesmo.
  - Você não pode amar. - Frisei enquanto soltava a faca, meu sangue parecia ter sido esquentado numa panela, eu realmente queria pega-lo pelo pescoço, e arrancar a cabeça dele. Por isso tive que largar a faca, antes que eu fizesse, algo que me causaria arrependimento depois.
  - Eu não sei o que eu sinto. - Disse ele e então olhou pra mim, nos meus olhos - Mas eu não vou sair de perto dela, e nem você vai poder me impedir de gostar da Alícia. - Afirmou convicto e eu peguei a faca novamente, mas assim que vi a Alícia entrando na cozinha com o bolo de chocolate eu soltei a faca, abrindo um sorriso pra disfarçar o clima tenso que tinha se instalado na cozinha.
  - Meu amor, por que você está suja de bolo? - Perguntei reparando nas bochechas sujas de chocolate e ela abriu um sorriso sem graça.
  - Confesso o meu crime, sou culpada por amar chocolate. - Disse Alícia e Mark deu risada, indo até ela calmamente. Cretino, pelo visto vai me dar trabalho.

- Mallya on-

  Passei pela porta, eu ainda estava atordoada com tudo que aconteceu, meu rosto ainda ardia pela palma pesada do meu pai, e Taehyung estava sendo forte, enquanto segurava G Dragon pra ele não se descontrolar de vez, e me ajudava a entrar em sua casa.
  Durante todo o caminho, mesmo que em silêncio, ele não soltou nenhuma vez da minha mão, e eu não queria que soltasse, eu me sentia despedaçada e ele segurando a minha mão, aquele gesto tão simples, me confortava pra mim não ter simplismente desabado e começado a chorar no meio da rua. Eu estava chorando, mas não emitia som, apenas as minhas lágrimas desciam.

PRISON IWhere stories live. Discover now