173 - Caninos da Morte

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- Alícia on-

  De alguma forma que eu não havia entendido como, o bar atrás do local onde as alcatéias brigavam com fervor começou a pegar fogo. Tinham incendiado o local, e uma das primeiras coisas que eu tive que fazer pra me livrar da Jennie, que ainda não havia desistido de rasgar a minha garganta era atraí-la pra dentro, como uma silada, e deixá-la queimar. Eu estava ficando sem opções.
  Meu braço esquerdo estava repleto de cortes do ombro até a mão, minha perna direita estava dolorida por dar vários chutes em Jennie até que ela soltasse meu pescoço e desistisse de me enforcar. Eu estava mancando, e mesmo assim correndo pra dentro do bar em chamas. Mark não sabia. Havíamos nos perdido quando a Jennie começou a me socar e tentar me morder com os caninos afiados. Mas volta e meia eu sentia algum corte novo que faziam nele e surgia em nós dois automaticamente, assim como os meus machucados provávelmente estavam nele.
  Não fazia ideia de onde ele podia estar na multidão de lobos e sangue. A rua estava assim enquanto eu corria por ela, fazendo de tudo para chegar ao bar, correndo enquanto a adrenalina jorrava pelas minhas veias e Jennie corria atrás de mim. Ela não estava muito melhor do que eu, havia levado vários tiros, mas infelizmente nenhum certeiro para me livrar dela, eu não tinha tido a sorte.
  Quando entrei no bar segurando meu braço por causa da dor e me forçando a continuar em pé mesmo que meus joelhos pareciam que iriam ceder a qualquer momento, acabei pisando em órgãos, tripas e intestinos que cobriam todo o chão do bar, nos balcões haviam corpos pegando fogo, o cheiro que emanava do lugar era horrível, insuportável a ponto de me dar ânsia. E nas paredes e nas mesas o fogo se manifestava verazmente.
  Quando escutei Jennie uivar atrás de mim gelei, ela havia me alcançado. Minha sorte é que ela ainda estava na forma humana. Mas isso não quer dizer que eu me rendi. Eu já havia analisado o local, e ao meu lado, numa mesa que pegava fogo havia uma garrafa de bebida, de vidro.
  Assim que Jennie me pegou pelos cabelos eu peguei a garrafa e me virei, de frente pra ela. O vidro quebrou assim que teve contato com a pele dela, e então suas mãos me soltaram enquanto ela rosnava e gania. Foi a brecha que consegui criar naquele momento para correr para o interior do bar.
  Quando pus meus pés na cozinha eu fui puxada pra trás por garras de um lobo enorme, da altura do teto quase, era o GDragon. E ele me reconheceu, estava tentando me ajudar, e conseguiu, me incentivando a fugir da cozinha em chamas, fui pra janela pra pular pra fora e ao passar uma perna escutei ele rosnar e logo em seguida rugir a plenos pulmões para Jennie que tinha acabado de entrar na cozinha, ela caiu no chão com o susto, e GDragon partiu pra cima dela enquanto eu pulava a janela e fugia. Eu sabia que ele ficaria bem, ele sabe se cuidar, já a Jennie...
  Foi questão de por os pés do outro lado que fui logo recebida por garras que por pouco não me cortaram o rosto e a garganta, mas consegui esquivar a tempo a ponto de receber apenas um soco na cara, tão abrupto que mesmo eu já prevendo me pegou desprevenida e me derrubou.
  Cai pra trás, e as minhas costas se chocaram contra a parede e o parapeito da janela, mal tinha me recuperado ainda quando pensei que ia levar outro soco da licantrope que havia me abordado, mas um lobo branco pulou na garganta dela e a derrubou no chão.

  Cai pra trás, e as minhas costas se chocaram contra a parede e o parapeito da janela, mal tinha me recuperado ainda quando pensei que ia levar outro soco da licantrope que havia me abordado, mas um lobo branco pulou na garganta dela e a derrubou...

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  Em questão de segundos a loba estava sem cabeça, e a boca do alpha estava cheia de sangue. Aquele era o meu pai, me defendendo.
  Suspirei de alívio quando ele se aproximou de mim, e Mark surgiu no meu campo de visão com um sorriso no rosto. Estava com as roupas ensopadas de sangue, e parecia tranquilo e se divertindo. Seus cabelos negros se destacavam em sua pele pálida.
  - Você ainda está inteira. - Reparou ele ao me estender a mão com divertimento.
  - E você feliz no meio de uma guerra. - Comentei e então peguei na mão dele e levantei.

- Mallya on-

  - Qual é o problema? - Indaguei quando Taehyung começou a me arrastar pela multidão de lobisomens.
  - O Gap Dong... - Ele disse alarmado e eu franzi o cenho, Taehyung teve que fazer uma pausa para enfiar a faca em um lobo marrom que pulou no ar e avançou pra cima dele, eu ainda empunhava minha katana, com as mãos cobertas de sangue de lobos, mas por enquanto ninguém partia pra cima de mim.
  - O que tem ele? - Perguntei quando ele voltou a me arrastar, esbarrando e empurrando corpos pra todo lado enquanto tentávamos atravessar o mar de animais, pessoas e sangue espirrando e escorrendo.
  - O Gap Dong... - Taehyung repetiu e um lobisomem partiu pra cima de mim, mas foi tolo, porque assim que tentou avançar na minha direção, eu atravessei a lâmina da katana em seu peito, até alcançar o coração, logo que eu tirei a lâmina do corpo sem vida do homem Taehyung completou sua frase - O Gap Dong está aqui. No meio dessa multidão.
  E então voltou a me arrastar.

PRISON IWhere stories live. Discover now