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KATRINA

Assim fiz, soltei o meu cabelo e o ajeitei com as mãos totalmente sem jeito, eles tinham um tamanho satisfatório, ele vinha até um pouco abaixo da minha cintura, e sempre foi bem tratado. -Dá uma volta. -Aquilo estava sendo muito vergonhoso, era como se eu fosse a cachorrinha dele, fazendo truques em busca de um biscoito como recompensa...

Todos me olhavam, como se eu tivesse com uma melancia presa na cabeça.

-Como? -Perguntei.

-Uma volta, simples. -Assim fiz, dei a volta e parei. -Eu disse pra você, Kenedy. -Eles trocaram olhares e sorrisos cúmplices. -A Katrina vai me deixar rico! -Ele falou vitorioso. -Eu nunca erro.

-Percebe-se. -Kenedy falou enquanto me mediu com o olhar.

Henric levantou e veio em minha direção, deixando uma distancia de uns 15 centimentos de nos dois, ele dobrou a cabeça para o lado e me encarava fixamente, sem piscar.

Senti meu corpo estremecer, não por luxuria ou coisa do tipo, e sim por medo!

Sim, medo!

Ele me causava medo.

-Que idade você tem, Katrina? -Ele perguntou calmamente.

-Dezoito. -Murmurei.

Ele fez uma careta e olhou para o Kenedy.

-Eu disse. -Kenedy falou.

-Pensei que fosse mais jovem. -Henric falou. -Que pena... Mas tudo bem, pra tudo tem solução... Você vai ter a idade que o seu cliente quiser, entendido? -Assenti. -Você entende rápido, Katrina, isso é bom. -Ele sorriu. -Vou sair, daqui há uma hora quero você pronta.

-Pra que? -Perguntei, mas me arrependi na mesma hora de ter aberto a boca.

-Agora você me representa... É minha propriedade, tenho que cuidar do que é meu, não é? -Ele sorriu friamente e passou a mão em meu rosto. -Daqui há uma hora. -Ele repetiu e fez um gesto para que o Pedro o seguisse, os dois saíram porta a fora.

-Eu disse. -Joice disse quebrando o silêncio. -Ele não dá ponto sem nó... Ele trouxe a Katrina aqui porque sabia que ela valeria a pena, carne nova, vão pagar bem por ela.

-Sei lá. -Camila me encarou. -Quando você acha que ela vale, Kenedy? Uns dois mil? -Kenedy deu um sorriso malicioso e balançou a cabeça.

-Muito mais. -Ele falou.

A Valentina me olhou sorrindo.

-Quando o Henric lançá-la, é questão de tempo pro dinheiro pesado entrar. -Ele falou e encostou a cabeça no sofá.

-Quando ele vai lançar? -Joice perguntou curiosa.

-Ele está ansioso, então vai ser logo. -Ele falou como se tivesse entediado. -Primeiro ele tem que moldar. -Ele levantou a cabeça e me encarou sorrindo. -Mas você já está no ponto. -Ele piscou e eu virei. -É tímida! -Ele falou rindo. -A sorte do Henric só aumentou.

-Kenedy, para de assustar a menina! -Joice o repreendeu. O celular dele o tocou, e ele saiu da sala, pude enfim respirar aliviada. -Não ligue pra isso, ele é a copia pervertida com Henric. -Ela falou com desdém. -Já que você vai ficar, vamos explicar as regras da casa.

-Pode falar. -Sentei na poltrona amarela que ficava no canto da sala.

-Vou ler na verdade. -Joice falou sorrindo e tirou um papel decorado do bolso. -Vou falar tudo e depois te explico se tiver duvida, tudo bem? -Assenti atenta. -Vou começar.

(Castigos serão aplicados caso as regras são forem seguidas a risca)

1º: Nunca desobedecer o Henric, em hipótese nenhuma.

2º: Enquanto estivermos aqui, seremos propriedade do Henric, sendo leais até o fim.

3º: Namoros fora da casa não são permitidos.

4º: Mentir é extremamente proibido.

5º: Nunca mexer em algo que não for seu sem consentimento do dono(a).

6º: Sair desacompanhada não é permitido.

[...]

Ela leu uma lista interminável, não pensei que teria tantas regras em uma casa desse tipo, pensei que vivessem no pecado ou até coisa pior.

-O que acontece se não cumprimos algum item? -Perguntei.

EVAWhere stories live. Discover now