023

1.3K 123 6
                                    

KATRINA

-Está esperando um convite escrito? –Ele falou rispidamente. –Entra logo! –Ele falou impaciente.

Que abusado! Sou eu quem deveria estar irritada, ele me deixou plantada aqui.

Revirei os olhos e caminhei até o carro, abri a porta e adentrei no veículo.

-Coloca o cinto! -Ele ordenou e eu respirei fundo.

-Cara chato! –Murmurei pra mim mesma e virei para encará-lo. –Sou a Ev... Ah, é você! –Falei sorrindo assim que percebi quem era o mal-humorado.

Era o Matheus, o cara que conheci no dia do meu primeiro evento, o que estava flertando descaradamente comigo na mesa, mesmo com a presença do Eduardo.

-Você?! –Ele me olhou surpreso, mas logo se recompôs e a postura de superior se abrigou em seu corpo. –E eu aqui pensando que você era alguma namorada ou amiga do Eduardo, mas vejo que estava enganado. –Ele falou sarcasticamente.

-É não sou... –Falei meio constrangida.

-Qualquer um pode ter sua companhia se pagar o preço certo, então? –Ele falou com um sorriso debochado no canto dos lábios, eu olhei pra baixo.

-É o que parece. –Sussurrei.

-Bom saber. –Ele falou sem fazer cerimônia, dando partida e fazendo o retorno, saindo da tal rua, franzi o cenho ao notar que estávamos nos afastando do bairro.

-Você não mora por aqui? –Falei enquanto o olhava.

-Moro. –Ele falou sem demonstrar muita importância.

-E então? –perguntei.

-E então o que?

-Não vamos pra sua casa? –Ele me olhou e soltou uma grande gargalhada, como se eu tivesse feito a maior palhaça ou contado a melhor piada. –O que foi?

-Você acha que eu vou levar uma qualquer pra minha casa? –Caramba... Foi como se eu tivesse levado um tapa na cara ou um balde de água fria, senti meu corpo estremecer. –Você é burra ou iludida? –Ao ver que eu não respondia, ele deu os ombros. –Acho que as duas coisas.

-Você não pode me tratar dessa maneira... –Falei baixo e ele me encarou com um sorriso sarcástico nos lábios.

-Eu estou pagando, e faço o que bem entender com você. –Ele piscou. –Cliente tem sempre razão, não é?
Aquele cara era um grande boçal! Um verdadeiro otário... Eu não podia responder da maneira como queria, pois no fundo ele tinha razão.

Engoli meu orgulho e respirei fundo, assumindo minha melhor postura “profissional”.

Ele agia com frieza, ele era muito indiferente, não parecia nada com o cara que conheci naquele dia.

-Qual sua idade? –Ele perguntou sem me olhar.

-Dezoito. –Falei e ele me encarou brevemente antes de voltar sua atenção pra estrada novamente.

-Bem nova... –Ele falou com se tivesse pensando alto. –E seu nome? –Sorri com desdém e balancei a cabeça.

-Você está querendo transar ou me cadastrar em algum beneficio? –Falei e escutei seu riso descontraído.

-Curta e grossa... –Ele falou e eu revirei os olhos. –Mas não acho justo você saber o meu nome, e eu não saber o seu... –Bufei.

-Eva. –Falei e ele riu novamente. –O que foi agora?

-Eva? –Ele repetiu e sorriu de novo. –Já sai com uns três Evas... Qual é o lance? Vocês não gostam de falar o nome ou o que?

-Pra vocês somos todas iguais, nada mais justo que mantermos nossa integridade nesse sentido. –Falei enquanto dava os ombros. –E outra, do que ia adiantar você saber meu nome? Não vamos virar super amigos ou coisa assim.

-Você tem cara de Gabriela. –Ele falou e eu não pude evitar de sorrir. –Acertei?

-Eu tenho cara de varias coisas, mas Gabriela não é uma delas. –Falei e ele me olhou torto, foi então que ele deu o assunto por encerrado.

EVAWhere stories live. Discover now