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KATRINA

Ele não puxou mais assunto comigo, e pra ser sincera eu achei melhor assim, pois toda a vez que ele abria a boca era pra me detonar.

Não fazia a mínima ideia pra onde ele estava me levando.

Ele entrava várias ruas e passava por vários semáforos, eu já estava começando a ficar impaciente.

Balançava o meu pé constantemente e olhava de relance para a figura arrogante ao meu lado.

Tenho que confessar que o filho da mãe era bonito! Mas de nada adiantava, ele era um ridículo e sua beleza se perdia em tamanha prepotência.

Depois de quase meia hora de estrada, chegamos a uma parte da cidade onde eu ainda não conhecia, tinha inúmeros edifícios, prédios para todos os gostos e bolsos.

Uma placa chamou-me a atenção, as letras neon da cor lilás formavam a palavra "Poison Motel", era grande, parecia ser fino também, admito... Mas uma repulsa que há muito tempo não sentia se instalou em meu corpo, parecia que só depois de ler esse letreiro minha ficha caiu, era isso que eu era... Uma prostituta!

Ele adentrou no local com o carro e passou por aquelas cabines, abaixou o vidro e pude ouvir a voz melosa da atendente.

-Boa noite, senhor! –Ele só fez um aceno com a cabeça e tirou a carteira do bolso, retirou algumas cédulas e entregou na mão da moça.

-Suíte 17. Uma hora. –Ele falou curto e objetivo. A atendente não se opôs e entregou uma chave para o Matheus, que a pegou e se dirigiu até o que pareciam ser garagens únicas, com apenas uma vaga.

Ele estacionou e desligou o carro, abriu a porta.

-Desce! –Ele ordenou sem me olhar. Respirei fundo e obedeci, fechei a porta e ajeitei minha saia, ele circulou o carro e veio até mim, girando a chave em seu dedo indicador, ele fez um gesto com a cabeça indicando as escadas que existiam ali na garagem.

Digamos que aquele lugar era bem discreto, pois não víamos as outras pessoas.

Subi primeiro e ele veio logo atrás, eu sabia perfeitamente que ele fez isso de propósito para checar o que havia pagado, por aparentemente uma hora.

Abri a porta branca que havia no topo da escada, adentrei no lugar e esperei por ele.

-Deita aí. –Olhei torto pra ele. –O que foi? –Ele perguntou estressado.

-Você poderia ser mais agradável. –Falei irritada.

-Perdão? –Ele falou aparentemente surpreso pela minha queixa. –Não sei se você percebeu, mas eu não tenho que te conquistar, nem ser carinhoso pra conseguir te pegar no fim da noite, eu já paguei por isso e você tem que fazer absolutamente o que eu mandar. –Ele me olhava cinicamente. –Agora vai, deita logo. –O encarei por alguns segundos antes de deixar o pingo de dignidade que eu tinha escorrer pelo ralo.

-Ok. –Murmurei. Tirei o salto e deitei na cama, imóvel, apenas olhando para o teto espelhado esperando outra ordem do senhor todo poderoso.

Vi que ele andava pelo quarto, virei o rosto e espiei o que ele fazia, primeiro ele deixou os seus pertences em uma mesa ao lado da porta, depois ainda virado pra mim, tirou seus sapatos e depois ergueu os braços tirando seu moletom e a camisa preta em seguida, seu corpo ele perfeito, tatuagens pelo braços e ombros, ele tinha o corpo rígido, ele era simplesmente lindo... Quase um semi-Deus.

Ele virou e me pegou olhando pra ele, vi que o sem vergonha sorriu com meu constrangimento, senti meu rosto esquentar e com certeza devo ter ruborizado.

EVAWhere stories live. Discover now