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KATRINA

Matheus permaneceu quieto durante todo o caminho, aquilo me angustiava de uma forma maçante.

Eu tentava conversar, mas sempre recebia como resposta um “ahãn”, ou apenas um aceno de cabeça. Ele parecia estar em outro planeta.

Quando enfim chegamos em casa, me apressei para acompanhá-lo enquanto entrava na sala, Matheus parecia estar confuso, segurei sua mão e fiz com que ele me encarasse.

-O que foi? Aconteceu algo nesses últimos minutos? –Perguntei. Matheus deu os ombros e soltou minha mão, indo até a cozinha, obviamente o segui. –O que aconteceu? –Perguntei enquanto o encarava, Matheus abriu a geladeira e não fez questão de ao menos me encarar pra responder. –Me responde! –Falei exasperada.

-Não aconteceu nada, Katrina! –Matheus deixou a jarra com água sobre a bancada e parecia estar irritado com minha insistência no assunto. –Que coisa... –Ele balbuciou enquanto balançava a cabeça em reprovação.

-Nada? –Repeti com um sorriso nos lábios. –Meia hora atrás você era quase o Romeu, e agora voltou a ser o grosso de sempre! –Falei como se fosse óbvio. –E agora diz que não aconteceu nada e... –Ele me interrompeu enquanto batia com o copo na bancada, fazendo com que eu me calasse.

-E você quer que eu seja o senhor romântico? Eu não sou assim! –Matheus falou serio enquanto travava seu maxilar.

-Muito pelo contrário, Matheus! –Falei, deixando-o calado. –Eu sei que você não é assim, nunca foi, e consequentemente nunca vai ser. Eu me apaixonei por você assim! Não está claro? –Estávamos exaltados, ambos nervosos com mais uma “DR”, o que era uma coisa normal em nosso cotidiano. Mas era parecia ser mais... Não sei... Séria. –Eu te amo desse jeito. Acho que já está mais do claro... Sou a trouxa que te ama mesmo com as diversas patadas que você me oferece diariamente. Mas o que eu posso fazer? –Falei dando os ombros. –Eu só não te entendo, seu humor oscila quase sempre e eu não sei se devo ir atrás de você, ou simplesmente deixá-lo sozinho. –Matheus me encarava do outro lado da cozinha.

Me encarava com seu olhar duro. Em outro momento esse olhar podia até mesmo me intimidar, hoje não... Eu o encarava sem medo.

Matheus então me surpreendeu, atravessando a cozinha com pressa, como se fosse me atacar ou algo assim, eu não fugi, fiquei lá como uma estátua, aguardando seu contato sem saber se seria bom ou não, eu o amava tanto, que não tinha medo, eu estava entregue a ele de corpo e alma, ele sabia disso, talvez por isso tinha tanta confiança.

Matheus nem ao menos parou em minha frente, apenas envolveu seus braços ao redor do meu quadril, erguendo meu corpo sem esforço algum, como se eu fosse uma pena. Eu não tirava meus olhos de cima dele, e ele muito menos, me encarava de uma forma intensa. Foi questão de segundos para ele, enfim, deitar meu corpo sobre a bancada de madeira. Meu corpo já começava a dar sinais de inquietação, Matheus apoiou suas mãos e inclinou seu corpo para frente, fazendo com que nossas faces ficassem de uma forma exageradamente próximas, de uma forma que eu já sentia sua respiração pairar sobre mim, seu cheiro rapidamente inundou o ar.

-Esse é um dos seus jeitos que mais amo. –Falei e fechei os olhos. Eu não podia mais vê-lo, mas sabia exatamente que ele sorria ao ouvir aquela frase.

Matheus deitou seu corpo sobre o meu, contrariando minhas expectativas, seus lábios não foram de encontro ao meu, e sim, ao meu pescoço. Ele começou a distribuir beijos quentes por todo o meu pescoço, causando arrepios por todo o meu corpo. Sua mão tocou a minha cintura descoberta, na mesma hora deixei com que um suspiro escapasse, Matheus aproveitando a situação, segurou minha cintura com firmeza e a apertou, fazendo com que eu me remexesse por completo, sua mão quente acariciava meu corpo com uma calma torturante.

Estava totalmente arrepiada por conta de seus beijos, quase não me dei conta quanto Matheus voltou a me pegar em seus braços e fazer com que o meu corpo saísse da bancada fria, como um imã, envolvi meus braços e pernas ao redor de seu corpo, dessa vez, ainda mais quente que o normal sorri antes de beijá-lo com necessidade, ele rapidamente correspondeu a esse meu “contato”, seus lábios devoravam meus lábios com ferozmente, sua língua invadia minha boca com desejo, o beijo dele fazia com que cada sentido perverso do meu corpo entrasse em combustão de imediato.

As mãos do Matheus seguravam minha cintura de uma maneira quase tortuosa, o que se escutava no ambiente eram o som do nosso beijo e hora ou outra deixávamos o som de nossa respiração pra lá de descompassada ecoar, estávamos quase sem oxigênio ali, mas não desgrudávamos um do outro, parecia que éramos um só.

Ficamos nesse “meio-termo” por quase cinco minutos, as mãos do Matheus já percorreram todas as partes do meu corpo que eu conseguia lembrar.

-Chega de brincadeiras. –Ele sussurrou em meu ouvido com algumas pausas, ele estava tão extasiado quanto eu.

Eu virei para encará-lo, vi o seu sorriso um tanto quanto perverso iluminar seu rosto, assenti como uma boneca, pois eu queria aquilo, queria com a minha alma.

Matheus voltou a me beijar, mas dessa vez, não ficamos parados, ele caminhava comigo em seus braços como se eu não pesasse nada, aquilo me deixava ainda mais febril.

Quando chegamos em seu quarto, ele rapidamente me deitou em sua cama, de imediato já senti falta de seu contato, mas ali, de onde eu estava, tive a visão mais privilegiada de qualquer outra garota nesse momento. Matheus ergueu seus braços e tirou sua camisa, sua maneira bruta só fazia com que meu corpo implorasse por suas mãos. Sentou-se na beirada da cama e tocou minha perna, fazendo com que mesma se arrepiasse no mesmo instante.

Ele não disse nada, mas só na maneira de me encarar já sabia o que ele queria. Levantei e fui até ele, que rapidamente levou suas mãos até meu short, respirei fundo e logo senti cair sob meus pés, Matheus encarava meu corpo como se fosse a primeira vez que me via parara em sua frente. Ele enfiou a mão entre minhas pernas e apertou a parte interna da minha coxa de uma maneira nada carinhosa, quer dizer... Tinha força, mas nada que chegasse a doer ao extremo. Seu toque era necessário pra mim quase tanto quanto o oxigênio que naquele momento parecia mais lento e quente.

EVAWhere stories live. Discover now