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KATRINA

-Eu não sei, Katrina. –Ele falou ainda sem me olhar.

-Não sabe mesmo? –Insisti.

-Não! O braço direito dele é o Kenedy, não eu. –Ele falou amargo.

Dei o assunto definitivamente como encerrado, estava receosa demais pra tentar aliviar o ambiente.

Quando vi ele entrar na rua onde seria a boate, o olhei espantada e cheguei até mesmo a segurar a porta do carro para abri-lá, mas Pedro me olhou e segurou meu pulso.

–Ficou louca, Katrina? –Ele falou revezando seu olhar entre mim e a estrada. –Vai se jogar do carro em movimento? Se ralar toda e correr o risco de ser atropelada? Não surta! –O olhei por alguns instantes antes de enfim desistir do meu plano maluco.

-Eu não quero ficar aqui, Pedro. –Falei com a voz trêmula.

-O que você fez? –Ele perguntou se referindo ao motivo do meu castigo.

-Agredi um cliente. –Falei e ele riu, fazendo com que eu desse um sorriso tímido. –Não ria! Ele mereceu...

-Você é louca! –Dei os ombros e logo ele estacionou enfrente a boate, que diferente da outra vez que estive aqui, estava lotada! A fila era extensa... Pessoas bem vestidas e mal vestidas, velhos, jovens, até mesmo adolescentes que pareciam ter menos de quinze anos.

Meu coração começou a palpitar, olhei para o Pedro já aflita.

-Não vai ter um ataque cardíaco aí. –Pedro brincou, mas eu não sorri.

Ele pegou o celular e ligou para alguém, trocou poucas palavras, e logo assustei-me ao ouvir alguém bater no vidro do carro, abaixei o vidro e vi o Kenedy parado com cara de poucos amigos.

-Anda, Katrina! –Kenedy praticamente gritou, abriu a porta do carro e puxou-me bruscamente pra fora, por pouco não fui ao chão.

-Aí! -Reclamei e levei um solavanco como resposta.

-Cala a boca! –Ele falou e bateu a porta do carro, logo ele deu partida e saiu rua a fora.

Kenedy praticamente me arrastou pra dentro da boate, senti os olhares dos frequentadores sobre mim, ouvi galanteios e coisas que não eram tão delicadas assim.

–Você se ferrou bonito. –Kenedy cochichou no meu ouvido e senti um arrepio percorrer meu corpo.

-Por que? –Perguntei receosa.

-Para de ser cínica, Katrina. –Ele falou irritado, passamos pela multidão que tinha no espaço e fomos até o fundo da boate, subimos as escadas, tinha vários homens no corredor que dava até a sala do Henric, não pareciam clientes e sim seguranças.

-Quem é a princesa, Kenedy? –Um cara loiro perguntou com um sorriso sacana.

-Carne nova. –Kenedy respondeu.

-Que ótimo! –Outro cara falou e eu mostrei o dedo para ele.

-Não sou para o seu bico, ridículo! –Falei com audácia e logo escutei as risadas deles, inclusive do Kenedy.

-É cheia de marra, olha lá! –O loiro falou. –No fim da noite veremos isso. –Não respondi mais nada, empurrei o Kenedy e passei em sua frente, indo primeiro até a sala do Henric.

EVAWhere stories live. Discover now