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KATRINA

Esperei a Camila sair do banheiro, depois entrei e tomei um banho rápido e sai com a toalha enrolada em meu corpo, as meninas estavam todas no quarto, arrumando-se.

Morgana olhou-me e sorriu de maneira debochada, a ignorei e fui até minha cama, abri meu baú e tirei de lá uma calça jeans escura, uma camisa que tinha a estampa de uma caveira e uma jaqueta de couro escura.

-O que você está fazendo, Katrina? –Valentina perguntou enquanto me olhava através do espelho, ela estava enrolando seu cabelo com o babyliss.

-Me arrumando. –Falei enquanto vestia minhas roupas nada apropriadas pra encontrar um cliente.

-Katrina... –Valentina repreendeu-me. Apenas dei os ombros, coloquei a jaqueta e fui até ela.

-Tem um elástico de cabelo? –Ela suspirou e abriu sua caixa, entregando dois elásticos escuros, sorri e pisquei, voltei a minha cama e sentei, penteei meus cabelos e o prendi em um rabo alto, algumas mexas escaparam, optei por deixá-lo assim. Já a maquiagem? Passei longe, apenas passei um rímel e um batom nude...

Pronto! Ou ele me dispensava, ou teria que me levar pra comer em algum bar meia boca, ele com certeza ficaria muito irritado.

Abaixei, e peguei meu tênis que estava do lado da cama, o calcei e levantei, pegando uma bolsa simples e ajeitando em meu ombro, as meninas me olhavam inquietas, sem acreditar em minha ousadia.

Acenei para a Valentina, e sai do quarto, descendo as escadas devagar e ouvindo as vozes dos meninos na sala, discutiam sobre algo, provavelmente futebol.

Assim que desci o ultimo degrau, os dois me olharam, Pedro começou a rir, já Kenedy ficou estático, dei os ombros e sentei ao lado de Pedro. –Estou pronta.

-É serio? –Pedro perguntou num tom divertido.

-Sim... –Falei e olhei para Kenedy.

-Isso vai dar problema pra você, Katrina... –Pedro falou, dessa vez assumindo uma postura mais seria.

-Tanto faz, eu não estou bem, não quis me liberar, bom, eu vou assim. –Kenedy sorriu torto.

-Mulher é um bicho estranho mesmo. –Pedro falou enquanto levantava. –Vamos então...

-Qual é, Pedro? Eu estou bonita, só não no estilo dele. –Falei e ganhei um olhar de reprovação do Kenedy.

Ouvimos vozes e olhamos pra escada, as meninas desciam e sorriam, falam aos quatro ventos, Morgana estava apenas de lingerie, vôo praticamente para o colo de Kenedy, olhei para ambos e depois para Joice que olhava a cena irada.

Valentina a puxou e praticamente a arrastou até o corredor, depois entraram no cômodo onde guardamos as roupas, Camila agarrou o Pedro e iniciaram um beijo, o casal pesadelo estava fazendo o mesmo, Kenedy só faltava devorar a Morticia Addams.

Revirei os olhos e sai de casa, batendo a porta com força, eu não sou obrigada a ficar vendo pornô ao ar livre.

Entrei no carro e me inclinei, apertando a buzina para apressar o Pedro.

Pedro demorou cerca de uns cinco minutos pra finalmente sair.
-Que demora! –Falei emburrada.

-Relaxa, loira. –Ele sorriu e deu partida. Diferente de todos os dias, dessa vez não conversamos, não fiz questão também, estava agoniada por ter de encontrá-lo novamente.

Pedro deixou-me no centro da cidade, acenei enquanto me afastava do carro.

Olhei em volta e vi o carro do Matheus parado em uma esquina... Nada propicio!

Revirei os olhos e caminhei até o carro, bati na janela e logo destravou a porta, respirei fundo e abri a porta, adentrando no carro.

Foi inevitável, ele me encarou e eu fiz o mesmo, o olhando de cima baixo, ele estava com uma camisa social, sua gravata estava frouxa e seu semblante cansado.

-Oi. –Murmurei. Ele apenas acenou com a cabeça e mirou seu olhar pra frente, ficando alguns segundos ali, estático, parecendo refletir sobre algo.

Eu o olhava em silêncio, esperando como sempre, por algo que ele diria ou faria.

Depois de alguns minutos, ele pareceu sair de seu mundo particular, balançando a cabeça negativamente e bufando.

–Está tudo bem, Matheus? –Perguntei enquanto o olhava.

Ele apenas assentiu e deu partida. Sem nenhum comentário sobre minha escolha de roupa, nem uma piadinha infeliz, ele parecia incomodado com algo, exausto.

-Tudo ótimo. –Ele falou depois de um certo tempo.

Ele parecia não querer conversar, mas como sou uma grande enxerida, uma tagarela, suspirei e ajeitei-me, virando meu corpo em sua direção.

-Pra onde vamos? –Perguntei. Ele dividiu sua atenção entre mim e o transito.

-Não sei. –Ele falou.

-Não sabe? –Ele balançou a cabeça.

-Só sei que pra algum lugar realmente bom não vai ser possível. –Ele falou. –Graças a você, que pra fazer birra, age feito uma criança. –Ele falou, surpreendendo-me. –Não tinha roupa mais informal não? Uma roupa amarela quem sabe? –Ele falou estressado.

-Não cheguei a pensar nisso... –Falei. –Quem sabe amanhã eu não use uma laranja. –Falei e ele sorriu torto.

-Sempre uma resposta na ponta da língua... –Matheus falou, parecendo incomodado com a minha audácia. –Não deveria ser assim, Katrina.

EVAWhere stories live. Discover now