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KATRINA

-EU NÃO QUERO IR Á LUGAR NENHUM COM VOCÊ! ME SOLTA! –Estava descontrolada, Matheus murmurava coisas que eu não conseguia identificar, parecia estar tão desorientando quanto eu diante essa situação.

-Droga, Katrina! –Ele falou. –Me escuta. –Ele fechou a porta de seu carro e prensou meu corpo contra ela, eu adorava esse tipo de contato, mas naquele momento, eu mal podia olhá-lo. Matheus colocou um braço de cada lado do meu corpo, impossibilitando minha fuga, eu evita olhá-lo. –Perdão, Katrina. Eu fui um idiota. –Ele falava. Eu o encarei de imediato, entorpecida, eu já não conseguia ser raiva nem amor por ele naquele momento. –Eu sou um idiota com você, eu sei. –Sorri com nervosismo e virei meu rosto, olhando para qualquer lugar, menos para o idiota em minha frente. –Olha pra mim. Olha pra mim, Katrina. –Ele pediu enquanto tentava segurar meu queixo e trazer minha atenção novamente para ele.

Ao ver que ele não conseguia, e que se insistisse, provavelmente me machucaria, pois diante dele, eu era “indefesa”. Ele falou algo que fez com que tudo em minha volta desaparecesse, que tudo parasse, que tudo.

–Eu te amo! –Ele disparou. –Eu te amo. –Ele repetiu. Virei meu rosto abruptamente, Matheus me encarava meio distante, parecia não acreditar no que ele mesmo havia dito.

-O q-que? –Gaguejei.

-Eu te amo, Katrina! –Ele repetiu, dessa vez com firmeza, com certeza. –Eu te amo. –Sem poder me conter, um sorriso nasceu em meus lábios, mesmo diante de tantas lágrimas, consegui sorrir. Ele imitou minha reação, abriu um sorriso ainda meio sem jeito.

-Ama? –Repeti ainda extasiada. Ele assentiu. Aí sim, eu não contive minhas lágrimas, elas desceram como uma enxurrada. Matheus segurou meu rosto e curvou o seu, aproximou tanto sua face da minha, que eu conseguia sentir sua respiração, e eu tinha a sensação de que meu coração estava tão disparado que de longe era possível escutá-lo.

Fechei meus olhos e logo senti os lábios do Matheus tocarem o meu, e pela primeira, eu podia sentir verdade em suas palavras. Ele me amava. Ele me amava! Matheus segurou minha cintura com firmeza, colando nossos corpos de uma maneira que nunca tinha feito antes, quase era possível sentir seu coração, provavelmente estava tão descompassado quanto o meu.

Envolvi meus braços ao redor de seu pescoço eliminando qualquer misero espaço que nos separava, Matheus agarrou meu corpo de forma possessiva enquanto nos beijávamos. Foi como se o mundo em nossa volta não existisse, palavras não poderiam demonstrar o que eu estava sentindo naquele momento. Matheus me beijava com anseio, tinha desejo em seu beijo, mas ia muito além disso, tinha sentimento ali. Eu podia sentir o gosto salgado de minhas lágrimas, possivelmente Matheus também sentiria, ao pensar nisso, acabei sorrindo entre o beijo, o que fez com que Matheus também sorrisse.

Quando nos separamos, tive de imediato saudade da aproximação de segundos atrás. Eu ainda estava pendurada em seu pescoço, agarrada como se Matheus fosse meu porto-seguro, o que não era tão exagero assim, pois era assim que eu o denominava quando estava de bom humor. Matheus era a minha redenção.

-Eu te amo. –Sussurrei próximo de seu rosto. Tive medo que não escutar um “eu também te amo”, pois de tanto que essas palavras demoraram a sair, tive medo de jamais voltar a escutá-las. Matheus sorriu torto e beijou o topo da minha cabeça.

-Eu também te amo. –Ele disse. Fechei meus olhos e sorri. Aquilo era a música pra mim.

-Muito? –Brinquei aproveitando o momento.

Matheus deu os ombros e fez uma careta, zombando de mim, e no final sorriu de maneira debochada... Como eu amava aquele sorriso! E hoje, especificamente depois de suas palavras, seu sorriso estava ainda mais lindo. Eu o amava, e ele também... O momento mais perfeito nunca existiria em minha vida.

Ficamos uns cinco minutos ali, parados e escorados em seu carro. Minha cabeça estava deitada em seu peito, eu tentava ouvir os seus batimentos, para comparar aos meus. Será que ele estava tão extasiado como eu? Matheus ficou em silêncio por todo momento.

Não ousou dizer uma única palavra, talvez ainda estava assimilando o fato de ter dito aquilo pra mim.

Será que ele estava arrependido? Será que ele disse aquilo apenas para me acalmar? Aquelas perguntas começaram a me apavorar, tanto que o apertei ainda mais em mim, escutei o riso do Matheus.

-O que houve? –Ele quebrou o silêncio.

-Nada. –Menti. Não quis passar a imagem de insegura tão cedo assim. –Estou com frio. –Falei.

-Vamos pra casa então. –Matheus disse, eu apenas assenti e me desvencilhei de seus braços.

Quando estava perto de circular o carro, Matheus agarrou a minha mão puxando meu corpo novamente para os seus braços.

-O que foi? –Perguntei. Matheus não respondeu nada, apenas continuou agarrado a mim por mais alguns segundos. Depois voltou me voltar, e entrou no carro apressadamente. Ele estava confuso... Nem ele mesmo esperava ter dito aquelas palavras.

Talvez fosse aquele o seu segredo mais profundo, e ele o despejou daquela forma tão aleatória... Ele ainda não estava pronto pra tamanha demonstração de carinho.

Balancei a cabeça tentando afastar aqueles pensamentos, voltei a circular o carro e embarquei no mesmo, fechando a porta e encarando o Matheus que olhava de maneira fixa para a estrada.

–Está tudo bem? –Perguntei tocando sua mão. Matheus assentiu e saiu do acostamento.

EVAWhere stories live. Discover now