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KATRINA

Fiquei me lastimando enquanto entrava na multidão de homens com ternos e mulheres com vestidos e saltos enormes, isso sem falar nas joias que juntas alimentariam um continente inteiro!

Tinha várias mesas, mas poucas pessoas estavam sentadas, mas sempre que me aproximava de uma, percebia que eram mesas "fechadas".

-Cadê a droga desse acompanhante... -Murmurei irritada enquanto olhava em volta meio deslocada pelos olhares das mulheres sob mim.

-Katrina? -Olhei pra trás assim que ouvi meu nome. -Há... Então esse é o seu verdadeiro nome mesmo! -Matheus falou enquanto de aproximava com um sorriso cortês nos lábios, em sua mão direita ele trazia consigo uma taça com algo borbulhante, champanhe talvez.

-Droga! -Falei visivelmente alterada. -É você? -Ao ver sua expressão confusa tratei de me explicar. -É você quem eu vou acompanhar essa noite? -Ele sorriu de forma descontraída e deu os ombros. -Qual foi a piada?

-Para o seu desprazer, não sou eu... -Ele olhou para os lados e depois fixou seu olhar em mim. -Deve ser algum desses velhos que adoram jovens... O salão está cheio deles. -Ele falou e eu revirei os olhos e o olhei com desprezo.

-Você é sempre assim? Tão desprezível e prepotente?! -Falei e logo senti tocarem a minha cintura, virei-me para trás e vi que se tratava de um homem, ele me analisou rapidamente e sorriu de forma gentil.

-Eva? -Ele perguntou enquanto me encarava.

Assenti e virei rapidamente para trás, Matheus observava a cena calado. Troquei algumas palavras com o tal homem.

-Krieger! -Ele fez um gesto com a cabeça cumprimentando o Matheus, que fez o mesmo, ambos sérios e com extinção de qualquer simpatia com o outro.

Ele segurou-me pela cintura e guiou-me até a mesa onde parecia estar acomodado.

A mesa onde sentamos outros dois casais estavam alojados, desejei um gentil "boa noite" e fiquei em segundo plano por boa parte da noite, o meu acompanhante parecia nem notar minha presença, conversava sobre negócios com os outros homens, e as mulheres deles queriam deixar bem evidente o quanto estavam incomodadas com a minha presença ali, cochichos não faltavam entre elas, sorrisinhos e olhares de desdém se tornaram comuns aquela noite.

Perdi o Matheus de vista por algum tempo, mas quando iam começar a ministrar o evento, vi que ele sentou-se em um mesa não muito distante da minha, seu olhar veio de encontro com o meu e eu pude sentir o meu rosto corar, ele pareceu notar e sorriu.

Ele estava acompanhado de uma morena, obviamente ela "trabalhava" como eu, mas deveria ser agenciada por outro cara.

As luzes do local foram diminuídas, somente a luz do palco ficou mais forte, um senhor de meia idade subiu ao palco e fez um longo discurso do quanto era importante para as crianças esse evento, que cada centavo ganho aquela noite séria bem investido em projetos pra ajudar vários órfãos, não ao do nosso estado, como também, jovens de outros estados e blá-blá-blá, aquela longa história de raposa velha.

O assunto ali era "Leilão de Caridade" e a frase bem marcante: "Abram suas carteiras  talões de cheque e ajudem".

Revirei os olhos entediada e mexi os pés incomodada por tamanha chatice que seria aquela noite.

Logo começaram a anunciar objetos, viagens, obras, joias, imóveis e todas aquelas coisas que eles já estão cheios e só compram por "status".

EVAWhere stories live. Discover now