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KATRINA

Ficamos por quase duas horas no shopping, eu entrei em diversas lojas, comprei diversos vestidos, saias, blusas, e outros diversos adereços.

Kenedy estava cansado e quase me matando, ele disse que se eu entrasse em outra loja ele iria me agarrar pelo cabelo e sair me arrastando até o carro...

Um verdadeiro cavalheiro!

Ele segurava algumas sacolas e eu outras, não trocamos, não falamos mais do que o essencial, e isso era estranho.

-Deu tudo aí atrás? -Perguntei enquanto esperava ele guardar as sacolas no porta-malas.

-Só ficou essas duas. -Ele falou sem muito interesse erguendo as duas sacolas grandes, que provavelmente tinha algum salto absurdamente alto.

Assenti, virei e fui em direção a porta do carona, mas fui virada com brutalidade, arregalei os olhos e encarei a face que estava a minha frente.

-Ficou maluco? -Perguntei.

Ele ignorou minha pergunta, apenas me prensou contra a porta do carro enquanto me encarava fixamente, minha respiração estava alterada, eu não gostava de ser surpreendida dessa forma, era como o Pietro fazia...

-Me solta. -Balbuciei enquanto o empurrava ou tentava, pois ele era um armário perante a mim, e ele não saiu do lugar.

-Você gosta de observar, não é? -Ele sorriu maliciosamente. Eu não respondi. -Então vamos ver se gosta de fazer...

E foi então que fui surpreendida com os seus lábios em contato com o meu, arregalei os olhos e forcei minha mão em seu rosto, tentando o empurrar.

Recebi uma mordida no lábio inferior como resposta, com o choque abri a boca e ele sorriu entre o beijo, enfiando sua língua, eu tentei não corresponder o beijo, mas algo em mim queria isso, queria ter essa experiência, sentir algo pela primeira vez.

Envolvi minhas mãos ao redor de seu pescoço, ele continua a segurar meus braços contra o carro, apesar de ver minha aceitação, ele não mudou a postura dele.

O beijo dele era agressivo, exigia muito de mim em pouco tempo. Ele só parou por conta da falta de ar, depois aplicou um selinho casto em meus lábios, como se essa postura pobre de carinho recompensaria os apertões ou a mordida de segundos atrás.

Eu estava novamente decepcionada, iria ser sempre assim, me pagariam para o satisfazerem, não ao contrario...

Isso seria o meu futuro, viver para servir os outros por dinheiro, era deprimente, mas não deixava de ser a verdade.

O resto da noite foi bem estranho, eu preferi não jantar e fui direto para o quarto, precisava "digerir" o quão tinha sido turbulento esse dia.

Perdida nesses pensamentos, acabei adormecendo cedo.

O dia seguinte continuou calmo, tomei café ao lado das meninas e só o Pedro estava em casa, fiquei grata por isso, ele era o mais simpático dos três, e foi fácil perceber a relação existente entre ele e a Camila.

Já era quase três da tarde quando o Henric entrou sala a dentro com o Kenedy.

-Katrina! -Ele me chamou com um sorriso no mínimo interesseiro. -Era com você mesmo que eu queria falar. -Ele continuava sorrindo, e eu já imaginava o que viria pela frente.

-Então diz, ué. -Falei naturalmente.

-Já arranjei um evento pra você! -Foi como se um piano tivesse caído em minha cabeça.

Eu já imaginava que isso aconteceria cedo ou tarde, mas mesmo assim não estava preparada para isso.

-Arranjou? -Sussurrei e mirei meu olhar para a TV que estava desligada.

-Sim. -Ele caminhou e sentou-se de frente pra mim. -O cara pagou bem... OLHA PRA MIM! -Ele berrou e assim eu fiz, o olhei. -Eu quero você pronta as 20:00hrs, entendeu? -Fiquei em silêncio, ele riu com nervosismo e suspirou pesadamente. -Katrina... -Ele segurou meu queixo com certa força. -Eu não estou de brincadeira, você não é insubstituível. -Ele soltou meu rosto. -Kenedy vai te levar e vai ir te buscar.

-Tudo bem. -Murmurei e olhei para os outros, que observavam tudo em silêncio.

-O cliente foi bem específico... Queria a mais jovem daqui, a mais bonita... -Abaixei a cabeça e encarei meus pés. -Ele pagou caro e quer ficar satisfeito. -Assenti. -Já vou indo, não se atrasa! -Ele alertou antes de sair porta a fora.

Eu o odeio!

EVAWhere stories live. Discover now