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KATRINA

-Claro. -Ele respondeu enquanto se debruçava sobre o criado mudo e pegava outro cigarro. -É o que você é. -Kenedy acendeu outro cigarro e me encarou enquanto se espreguiçava. -Minha. -Ele piscou. -Você é minha, assim como todo o resto.

-Não foi isso o que você prometeu! -Falei irritada. -Você disse que me deixaria ir assim que se livrasse do Henric! -Kenedy sorriu com desdém e soltou a fumaça para cima.

-Se eu fizesse tudo o que eu prometo, não estaria aqui. -Ele falou com naturalidade.

Apertei o lençol enquanto respirava fundo tentando conter minha fúria.

-Eu não sou sua! Nunca vou ser. -Falei enquanto o encarava de maneira dura, a postura de Kenedy mudou, parecia estar tensa, virei e quando estava prestes a sair da cama, senti meu cabelo ser puxado e meu corpo ser jogado com violência sobre a cama novamente.

-Com quem você acha que está falando? -Kenedy rosnou próximo do meu rosto, virei o mesmo, mas logo ele segurou meu queixo fazendo com que eu o encarasse.

-Kenedy, para! -Pedi quando senti o peso do seu corpo sobre o meu.

Estava começando a perder o fôlego, Kenedy apenas me encarava, e quando finalmente relaxou seu corpo, pude respirar fundo.

-Escuta aqui... -Kenedy acertou um tapa em meu rosto, fazendo com que o mesmo virasse por conta da força imposta.

Lágrimas brotaram em meu rosto no mesmo momento, e tive que me controlar para não chorar em sua frente, Kenedy me encarava irritado, suas mãos seguraram meu pescoço, não com força, mas de modo que eu olhasse para ele.

-Você me pertence, até quando eu quiser! E eu não admitir essas suas crises, eu não sou o idiota do Henric... -Ele apertou um pouco mais meu pescoço, fazendo com que um som escapasse pelos meus lábios. -Se você achava ele ruim... Se prepara, princesa, pois você ainda não me conhece. -Kenedy finalmente me largou, toquei meu pescoço que agora doía devido sua "carícia" nada invejável, Kenedy então inclinou-se sobre mim novamente, segurando minha cabeça e dando um beijo em minha testa.

Eu fiquei em silêncio, nem o olhava, minha garganta doía e minha face latejava. Kenedy sorriu torto e passou a mão pelo meu rosto de maneira quase delicada, mas afastei meu corpo dele, ficando praticamente na beirada da cama enquanto o encarava.

-Eu não queria fazer isso, mas você me provoca, Katrina. -Kenedy levantou, circulando a cama e pagando sua calça.

-Talvez a Morgana goste mais da surpresa... O colar dela se parece com o meu? -Provoquei referindo-se ao outro colar.

Kenedy apenas balançou a cabeça, e ergueu a mão, mostrando o dedo para mim.

-Vai para o inferno, Katrina. -Falou antes de entrar no banheiro e trancar a porta.

-O inferno é aqui, e você é o próprio diabo. -Murmurei comigo mesma enquanto levantava e recolhia minhas roupas, vestindo as mesmas em seguida.

Fui até o criado mudo e olhei a outra corrente, com certeza ele daria para a Morgana mesmo... Segurei e vi que nessa havia um pingente de cadeira, era bem agressivo, combinava perfeitamente com a situação e com a dona.

Revirei os olhos e fui até o espelho que ficava preso na porta do quarto, passei a mão pelo pescoço e vi as marcas que se assemelhavam a vergões, virei meu rosto e toquei minha bochecha, que agora não era tão branca assim, as marcas dos dedos de Kenedy ressaltava em minha bochecha, e pra piorar ainda ardia.

O som da campainha fez com que eu saísse do meu transe, olhei confusa para meu reflexo, não era as meninas, pois elas entrariam sem cerimônia, assim como Pedro.

Balancei a cabeça e girei a maçaneta do quarto, abrindo-a a mesma e saindo do quarto, caminhei pelo grande corredor e atravessei a sala, indo até a janela e tentando descobrir quem era, e assim fiz, mas devo confessar que meu coração quase saltou boca a fora quando vi de quem se tratava, corri até a porta e a abri rapidamente.

-Mathews? -Falei perplexa.

EVAWhere stories live. Discover now