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KATRINA

-Pois é isso que vou começar a fazer, Matheus. –Henric falou.

Em seguida abriu uma das gavetas de sua mesa, retirando de lá um maço de cigarros.

-Acho que você sabe onde quero chegar, Henric. –Matheus falou de uma forma mais dura, parecendo ficar irritado com tal dialogo cansativo.

-Acho que não sei. –Henric falou. –Seja direto, Matheus... –Ele acendeu um cigarro e prendeu nos lábios.

-Quero que a Katrina seja minha. –Ele falou de forma tão calma como quem havia acabado de dar um “bom dia”, mas ao meus ouvidos, aquilo era uma grande barbaridade.

-Acho que não entendi. –Henric inclinou o rosto.

-Claro que você entendeu, Henric. –Matheus falou irritado. –Quero que ela seja fixa a mim. Qual seu preço? Ou melhor, qual o preço dela? –Matheus falou.

-Não funciona assim. –Henric falou depois de um longo silencio.

Olhei para o Kenedy que olhava fixamente para o Matheus.

-Você nunca foi de seguir regras, então... Dinheiro resolve tudo. –Matheus falou.

-Você é surdo? –Kenedy falou, ganhando a atenção de todos da sala. –Não é assim que funciona!

-Kenedy... –Henric tentou acalmar o amigo.

-O assunto aqui não envolve você, parceiro! –Matheus falou. –Deveria conter esse seu ciúmes, pois cada vez que te encontro com ela é um surto que te envolve. –Kenedy ia pra cima dele, mas Henric se adiantou e tirou o amigo da sala, voltando a se sentar depois de trancar a porta.

Aquilo era ridículo.

-Continuando. –Henric respirou pesadamente. –Katrina não está disponível, se você escolher outra posso até resolver seu lado, mas Katrina esta fora de cogitação.

-Eu não quero outra, fui bem especifico, eu quero ela. –Matheus apontou pra mim. Ótimo, eu era uma boneca inflável pelo visto, servia como moeda de troca... Que perfeito! –Todo mundo tem seu preço, Henric... Só temos que saber o seu. –Ele se debruçou sob a mesa e encarou o Henric. –Dinheiro não é problema... É solução. –Henric sorriu de maneira descontraída.

-Katrina é cara, sabia? –Ele deu os ombros. –O preço dela é bem alto...
-É só falar, e eu pago. –Matheus falou de maneira rude. –Seja quanto for.

-Katrina tem uma agenda bem movimentada, você teria que pagar um preço bem alto por ela. Estamos falando de muito dinheiro e...

-Henric! –Matheus falou visivelmente alterado. –Acho que você não me ouviu, não é? Eu pago o quanto for preciso, mas eu quero exclusividade, entendeu?

-Se você está disposto há pagar o que eu quero... Então não vejo mal nenhum nisso. –Henric falou dando-se por vencido, obviamente ele não sairia perdendo, arrancaria um bom dinheiro do Matheus. –Temos um acordo. –Henric ofereceu sua mão, Matheus a apertou.

-Não quero que ninguém toque nela além de mim, Henric. Ninguém! –Matheus falou de maneira dura. –Quando eu chamar... Ela tem que vir ao meu encontro, seja o dia ou a hora que for. Ela é minha. Caso aconteça ao diferente do que eu estou pedindo, acordo desfeito. –Henric assentiu.

-Por mim tudo bem. –Ele deu os ombros. –Vamos tratar de negócios agora. –Henric me olhou. –Pode sair agora, Katrina. –Seu tom de voz já havia mudado, não era tão duro. Revirei os olhos e cruzei os braços, indo até a porta.

-Até outro dia, Matheus... Ops, meu dono. –Falei com desdém e escutei seu riso.

Abri a porta e sai, fechando-a com força em seguida.

O corredor estava vazio, ou quase isso, Kenedy estava parado no fim do corredor, com as mãos nos bolsos, mas assim que me viu veio completamente transtornado até mim.

–O quê? –Perguntei alarmada. –O que foi? –Me afastei um pouco, mas de nada adiantou, de repente seu corpo já me prensava em uma das portas escuras.

-Você está adorando tudo isso, não é? –Ele perguntou enquanto me olhava. –Era seu sonho ser a mulherzinha daquele cara. –Pensei em respondê-lo com uma ofensa, mas as coisas com o Kenedy não funcionavam assim... Eu provavelmente levaria um tapa ou coisa pior.

-Kenedy... –Tentei afastá-lo. –Você está me deixando sem ar... –Meu pedido não funcionou. Ele continuava a me encarar como um louco. –Kenedy, o que eu poderia fazer? Nada... –Falei fingindo não estar aliviada por escapar de dormir com inúmeros estranhos.

Por fim, senti seu corpo ficar menos tenso, o empurrei e me afastei, criando certa distancia.

–As coisas mudaram agora. –Falei dando os ombros. –Sou exclusiva dele agora, não podem tocar em mim. –Falei e Kenedy sorriu, sorriu como se eu tivesse falado a maior besteira do século.

-Essa regra não se aplica comigo, se ele acha que vai ser seu dono... Ele está muito enganado, isso tudo aqui é meu! –Ele bateu no peito. –Incluindo você. –Ele sorriu de forma debochada e desceu as escadas, me deixando ali, tensa com suas palavras.

A porta se abriu minutos depois, Matheus saiu da sala com um sorriso do tipo “ganhei” nos lábios, caminhou até mim e despedaçando qualquer pensamentos de “agora vai ser diferente” que pairavam sob minha mente.

-Até, Katrina. –Ele piscou, passando por mim e descendo as escadas, deixando-me ali, sozinha.

Aquele homem mexia com a minha cabeça.

-RIDÍCULO! -Gritei na esperança que ele ouvisse.

EVAWhere stories live. Discover now