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Maratona 5/7

KATRINA

[...]

Os dias foram se passando, Matheus tornou-se ainda mais distante, meu coração se dividia na idéia dele estar com raiva por conta da minha brincadeira, outra parte, insistia na idéia dele estar preocupado demais com o assunto envolvendo Kenedy, pois não me deixava chegar na calçada de casa, dizia que o bairro era muito deserto e poderiam ter alguém mal intencionado, e essa explicação não havia descido.

Hoje era sábado, e eu estava entediada de ficar em casa assistindo filmes e séries, fora que tudo o que eu havia emagrecido, tinha ganhado de volta, e com reajustes!

Matheus foi para sua empresa, disse que iria resolver uns problemas con finanças e finalizar alguns projetos. Segundo ele, eram problemas simples de final de mês, eu não entendia nada disso, mas fazer o quê? O que ele falava, eu concordava fielmente.

Ele disse que voltaria cedo, e que quando chegasse, iríamos sair, pois eu não tinha quase nada ali e ele compraria. Ele quase surtou quando soube que eu tentei ligar para o Pedro, pois na opinião dele, se eu estava ali, na casa dele, sob os cuidados dele, era a obrigação dele providenciar tudo o que eu precisava. Tivemos uma pequena discussão, mas como sempre a última palavra sempre era dele, o dono do mundo.

Confesso que eu ficava sem jeito ao pensar na idéia de ter que ficar dependendo dele, mas na minha condição orgulho não valeria a pena naquele momento, o mais sábio a fazer era engolir minha dignidade e aceitar o que ele ofereceria.

Fui me aprontar, pois faltavam apenas alguns minutos para Matheus chegar, e eu havia perdido completamente a noção do tempo enquanto assistia um filme. Subi as escadas apressadamente, como sempre, tropeçando e quase caindo ao tentar pular o último degrau.

Tomei um rápido banho e sai com a toalha envolvida em meu corpo, peguei minha mochila e tirei tudo o que tinha ali, o que não era muito, e me desesperei ao ver que não tinha nada apropriado para sair com o Matheus... Não era drama ou coisa assim, realmente eu não tinha nada! O desgraçado do Kenedy havia queimado tudo o que era meu! Respirei fundo e sentei na cama, segurando um short jeans claro e uma blusa de renda cor de creme, mas ela curta, mal cobria minha barriga. Matheus com certeza iria reprovar minha escolha, era isso ou short ainda mais curto de lavagem escura e uma camisa rosa com a estampa “Sexy Girl”... Realmente, a segunda opção estava fora de cogitação! Vesti o short e a camisa, ambos eram curtos, mas não era algo tão obsceno, era algo que jovens da minha idade usariam para ir dar uma volta no shopping, ou algo assim.

Coloquei meu tênis e penteei meu cabelo, deixando-o molhado, pois não tinha nenhum utensílio feminino ali comigo. Poxa, aceitar os presentes do Matheus naquele momento, não me parecia tão grotesco assim. Assim que terminei, fiz o mesmo processo que sempre fazia, entrei no quarto do Matheus e usei seu perfume mais fraco, logo em seguida desci as escadas.

Para minha enorme surpresa, Matheus estava em pé na sala, e como sempre, mexendo em seu celular atentamente, mal percebeu minha presença ali.

-Oi, Matheus. –Falei enquanto me aproximava dele. Matheus me olhou de cima a baixo, e depois balançou a cabeça com um sorriso um tanto quando maldoso nos lábios, depois voltou a sua atenção ao seu celular. –O que foi? –Falei olhando minha roupa.

-E ainda pergunta? Olha essa roupa... –Ele guardou o celular no bolso da calça e voltou a me olhar.

-O que tem ela? –Falei enquanto cruzava os braços.

-Vão pensar que eu sou algum pedófilo ou coisa assim. –Ele falou. –E outra, é extremamente curta, não acha? –Ele falou como se fosse algo óbvio.

-Eu não tenho outra coisa pra vestir, Matheus. –Falei calmamente. –E ninguém tem de achar nada, sou maior de idade. –Matheus não disse nada, apenas passou por mim e subiu as escadas.

Sua indiferença nessas situações acabavam comigo. Balancei a cabeça e sentei no sofá, na certa ele foi tomar um banho ou algo assim, então o jeito seria esperá-lo. Fiquei certa de meia hora ali, acabei me aborrecendo e subi para reclamar da demora.

Atravessei o corredor e abri cautelosamente a porta de seu quarto, Matheus estava sentado na beirada da cama olhando para a janela, ou melhor, para a vista que a janela o proporcionava, parecia perdido em seus próprios pensamentos.

Ele já havia tomado banho, pois o cheiro de sabonete e de seu perfume estava impregnado no quarto, era tão bom que chegavam a me embriagar. Caminhei em passos lentos até a cama, sentei atrás dele com minhas pernas para fora da cama, Matheus já sabia da minha presença ali, mas pelo visto não se importou, pois continuou na mesma posição.

A toalha estava presa em seu corpo, abaixo da sua cintura, seu cabelo claro estava molhado e alguns pingos de água caiam sobre suas costas. A visão era do paraíso para uma admiradora assim como eu.

Sem podem me conter toquei com as pontas do meu dedo suas costas, arrastando minha mão pela mesma. Matheus não disse, ou fez nada, mas senti seu corpo ficar tenso, mas ele não pediu para que eu me afastasse. Realmente, eu estava tão envolvida com ele, tão apaixonada, que já não teria mais forças para me afastar.

Algo dizia que eu quebraria a cara no final, mas fazer o que? O quê eu poderia fazer?

Minhas mãos ainda passeavam pela sua pele, hora em suas costas, hora em seus ombros, vez ou outra descia com ela até seu abdômen, o tocava com cuidado enquanto observava atentamente suas reações.

-Katrina... –Ele falou. –Melhor não começar algo, que consequentemente não vai querer terminar. –Ele segurou minha mão, e para minha surpresa, deu um beijo na mesma. –Vou me vestir. –Ele falou, levantando e sem me olhar, entrou no banheiro.

Suspirei frustrada, o calor já havia se espalhado pelo meu corpo, eu teria que me esforçar para consegui-lo perto de mim outra vez, talvez ainda hoje. Tudo dependeria dessa nossa saída, e se tudo continuasse “bem”, poderíamos começar o que segundo ele eu não queria terminar.

EVAWhere stories live. Discover now