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KATRINA

-Katrina! –Henric falou assim que adentrei na sala.

Escondi as mãos atrás do meu corpo, não queria que ele percebesse o quão nervosa ele me deixava.

–Feche a porta. –Ele pediu calmante, eu pensava em inúmeras coisas, e ao mesmo tempo não pensava em nada, apenas obedeci e voltei ao meu lugar.

Ele ficou em silêncio por longos e tortuosos minutos, apenas me observando como um louco, parecia que ele divertia-se com o meu pavor.

–Sabe o porque de estar aqui, não sabe? –Fiquei em silêncio. –RESPONDE! –Ele gritou fazendo com que eu levasse um grande susto.

-Porque eu aprontei com um cara. –Falei e ele levantou, vindo até mim, sentia cada centímetro do meu corpo tremer.

-Isso mesmo, Katrina... Você aprontou. –Ele parou próximo de mim e cruzou os braços. –E o que eu disse da última vez? –Pensei em não responder, mas ele estava tão próximo de mim que eu temia pela minha integridade.

-Que eu seria castigada. –Sussurrei e ele assentiu sorrindo.

-E qual seria o castigo? –Ele perguntou e eu abaixei a cabeça.

-Que eu ficaria aqui... Trabalharia aqui. –Escutei o seu riso e logo senti meu rosto ser erguido com brutalidade, ele apertou minha bochecha fazendo com que eu o olhasse.

-Pois é, Katrina! E por sua culpa eu perdi dinheiro, muito dinheiro! –Ele rosnou e empurrou-me contra a parede. –E eu odeio perder dinheiro. –Ele voltou ao lugar e sentou-se de frente pra mim, mexeu na gaveta e tirou de lá um maço de cigarros. –Qual sua justificativa pra isso?

“Várias... A primeira é que eu te odeio e odeio aquele ridículo e prepotente do Matheus, e rezo todo dia pra que vocês dois tenham uma morte incrivelmente dolorosa.”

-Nenhuma. –Falei tentando parecer indiferente, ele deu um sorriso debochado e acendeu um dos seus cigarros.

-Ótimo, porque hoje você vai ficar aqui. –Não foi um choque tão grande, pois eu já esperava por isso, mas tenho que confessar que só de pensar no que estava há minha espera... –Pode ir! –Ele falou.

Dei meia volta e peguei na maçaneta da porta, pronta pra sair, quando ele voltou a me chamar. –Ei, Katrina? –Virei e o encarei.

-O que?

-Bem vinda! –Ele falou com cinismo e deu um largo sorriso. –E sucesso, pois a noite vai ser muito longa pra você. –Ele piscou. –Agora já pode ir.

-Nojento! –Murmurei e tornei a me virar, abrindo a porta, saindo e batendo-a com força, chamado atenção dos homens que estavam ali.

-Bem vinda, boneca. –O loiro falou e eu virei o rosto, passando por ele e descendo as escadas, encontrei o Kenedy no fim da mesma, agarrado há uma morena com uma minúscula roupa.

-Licença! –Pedi enquanto empurrava os dois e tentava passar por eles.

Eles se separaram e a morena reclamou, ambos me olharam e a mulher me mediu de cima a baixo.

-Qual foi, Katrina? –Kenedy perguntou enquanto limpava a boca.

-O que você acha? –Cruzei os braços. –Eu vou ficar aqui! –A morena sorriu com sarcasmo.

-Então vai! –Kenedy falou. –A noite vai ser longa pra você, carne fresca e com essa carinha de boneca...

-O que eu faço? –Perguntei. –Como que funciona aqui? –Kenedy fez cara de tédio, logo depois cochichou algo no ouvido da mulher.

-Essa aqui é a Phoenix. –Ele apontou morena. –Ela vai te passar as normas da boate e se apressa, pois se o Henric resolver descer e você não ter feito nada... O seu castigo vai ser muito pior. –Ele piscou e saiu, deixando-me sozinha com a tal “Phoenix”.

Ela me encarava com uma expressão de nojo, como se eu fosse um inseto, o que me incomodava muito.

-O que foi? –Perguntei irritada.

-É bom você não entrar no meu caminho, pois vou fazer você se arrepender... E ainda estrago essa sua carinha de boneca aí. –E ameaçou de vir pra cima de mim, mas só blefou, apenas sorriu com cinismo e passou por mim, indo até um dos inúmeros caras que estavam ali.

Fiquei plantada ali, sem saber o que fazer ou como agir, a infeliz não me disse nada.

-Ei, loirinha! –Virei e vi que um rapaz acenava e fazia gestos pra que eu me aproximasse.

Hesitei por alguns instantes, mas no fim acabei cedendo e indo até ele.

Ao chegar mais perto, vi que a mesa dele estava cheia, tinha outros cinco rapazes, todos eram muito bonitos, arrumados e pareciam mais universitários.

-Boa noite, meninos... –Falei enquanto me escorava na mesa e sentia os olhares deles sobre mim.

EVAWhere stories live. Discover now