EVA

034

KATRINA

Ficamos em silencio, eu podia escutar sua respiração descompassada voltar a se regularizar.

Ele levantou, e começou a se vestir, e sem trocar nenhuma palavra ou olhar, ele saiu do quarto.

-Idiota! –Reclamei enquanto puxava o lençol e cobria meu corpo.

[...]

Dois dias haviam se passado, Kenedy sempre falava comigo e trocávamos alguns beijos, mas não passava disso, ele estava me tratando “melhor”, e vi que essa aproximação deixava todos em nossa volta desconfiados, mas tentávamos agir com indiferença.

Hoje eu teria dois eventos pra fazer, então tomei um banho rápido, perfumei meu corpo e desci há procura do que vestir.

-Preciso falar com você. –Valentina falou enquanto adentrava na sala.

-Pode falar. –A olhei sorrindo e voltei a prestar atenção nas araras de roupas.

-Não posso agora. –Ela olhou em volta.

-Por que? –A olhei desconfiada.

-Depois. –Ela falou e saiu do quarto.

Estranhei aquele gesto, mas não tinha tempo há perder, então voltei a olhar as roupas.

Optei por um vestido preto com o comprimento até os joelhos, e rendas nos braços e colo. O vesti ali mesmo, peguei uma meia-calça preta e escolhi um salto prata, a bolsa da mesma cor e subi para ajeitar o meu cabelo.

Minutos depois Joice entrou no quarto e disse que Kenedy nos esperava no carro, passei rapidamente o batom e o coloquei na bolsa, dei uma ultima olhada em meu reflexo e depois desci com cautela, acenei para as meninas que me olharam com indiferença.

Sai de casa e fui até o carro, Joice estava sentada atrás, então fui no carona ao lado do Kenedy.

Ficamos em silêncio durante todo o trajeto, deixamos a Joice primeiro em um restaurante, e depois seguimos até meu destino, assim que chegamos, tirei o cinto e abri a porta para desembarcar, Kenedy segurou meu braço e eu o olhei.

-O que foi? –Sem esperar resposta, ele beijou-me com ferocidade, eu correspondi pois gostava dos beijos do Kenedy, finalizamos o beijo com alguns selinhos, pisquei e ele sorriu torto. –Até mais tarde. –Sai do carro e ajeitei meu vestido. Antes que eu pudesse caminhar mais alguns passos, esbarrei em alguém. –Perdão... –Murmurei envergonhada, mas meu sorriso se desfez assim que vi quem era...

-Eva... –Ele falou com desdém e meu sangue esquentou.

-Olá, Matheus. –Falei com audácia.

-Começou cedo o seu serviço? –Franzi o cenho e ele tocou meu rosto, passando a mão sobre meus lábios e eu me toquei o que era, o beijo com o Kenedy havia borrado completamente meu batom vermelho, tirei sua mão. –Fazendo valer a pena sua profissão, não é? –Ele perguntou com sarcasmo. –Vai, se ajeita logo, não quero que as pessoas me vejam com você desse jeito. –Ele falou impaciente enquanto tirava um lenço do bolso e jogava em minha direção.O peguei e passei em meu rosto, tirando o batom borrado.

-Ao contrario de você, existem pessoas normais que beijam outras pessoas. –Falei irritada enquanto aplicava o batom novamente com auxilio do meu espelho.

-Você é muito audaciosa, hein? Abaixa a bola, você não é nada. –Ele falou num tom rude e eu revirei os olhos.

Assim que terminei, guardei tudo na bolsa e ergui minha mão, oferecendo novamente o lenço, ele olhou para o lenço e depois pra mim, ficou me encarando por longos segundos, até que aceitou novamente o lenço e o guardou no bolso.

Ele segurou a minha cintura e caminhamos até o recepção do que parecia ser um restaurante, o olhei curiosa, porque ele havia me levado ali? Nosso ultimo encontro havia sido péssimo!

-Antes que eu me esqueça... Um excelente trabalho o que fez no meu carro. –Ele falou sarcástico e eu não pude deixar de rir.

-Disponha, senhor... –Murmurei e ele me olhou enfurecido. Adentramos no restaurante e o garçom correu para nos atender.

-Boa noite, senhor Krieger. –O Matheus apenas acenou com a cabeça.

Que cara mais prepotente! Revirei os olhos e sorri amigavelmente para o garçom.

-Boa noite. –Falei e ambos me olharam surpresos, o garçom apenas sorriu sem jeito e nos encaminhou até a nossa mesa.